Você sabe o que é policitemia? Esse distúrbio do sangue pode ser perigoso. Por isso, conheça os sintomas, causas e como tratar.
A policitemia – ou eritrocitose – é uma condição em que há o acúmulo de glóbulos vermelhos no sangue.
O problema de ter muito sangue no corpo é que ele fica mais viscoso. Como resultado, ele leva mais tempo para alcançar todos os órgãos – podendo prejudicar a função de alguns deles por causa desse atraso na circulação sanguínea.
Além disso, a policitemia aumenta o risco de coágulos sanguíneos e de outros problemas de saúde.
O diagnóstico geralmente começa pelo exame de sangue. Por isso, aproveite para conferir o que mostra um exame de sangue completo e cuide melhor da sua saúde.
Tipos e causas de policitemia
Existem 2 tipos principais de policitemia: a primária e a secundária.
Policitemia primária
A policitemia primária (ou policitemia vera) é uma manifestação rara da doença. Trata-se de um câncer que faz com que a medula óssea produza hemácias em excesso – chamadas também de eritrócitos ou de glóbulos vermelhos.
Além disso, não são apenas as células vermelhas que se desenvolvem em excesso, mas também os glóbulos brancos e as plaquetas.
Não se sabe exatamente por que a policitemia vera se desenvolve, mas observa-se que ela aparece em pessoas mais velhas e em homens.
Além disso, existem fatores genéticos que podem influenciar no desenvolvimento da policitemia. De acordo com a Leukemya & Lymphoma Society, praticamente todas as pessoas com policitemia vera têm uma mutação no gene JAK2.
Policitemia secundária
Já a policitemia secundária é mais comum e não tem nada a ver com um câncer.
Na policitemia secundária, apenas as hemácias são produzidas em excesso. As possíveis causas da policitemia são:
- Estar em um local com altitude muito elevada;
- Sofrer de apneia obstrutiva do sono;
- Apresentar alguns tipos de tumores;
- Ter uma doença cardíaca ou pulmonar que reduz os níveis de oxigênio no corpo.
Neste caso, é preciso investigar a doença por trás do aumento das células sanguíneas.
Policitemia relativa
Por fim, existe ainda um terceiro tipo de policitemia que é a relativa.
Às vezes, o aumento do número de hemácias têm a ver com o baixo volume do sangue. Nesse caso, é provável que a causa seja a desidratação e não um problema na produção dos glóbulos vermelhos. Por isso, aproveite e veja também quais são os sintomas da desidratação.
Sintomas
A policitemia é uma doença que surge muito lentamente. Por isso, é difícil observar os sintomas da doença.
Assim, a forma mais eficaz de identificar a doença precocemente é através de exames de sangue de rotina.
A saber, os níveis de alerta de hemácias no sangue são:
- Acima de 5,4 milhões de hemácia por microlitro de sangue em mulheres;
- Acima de 5,9 milhões de hemácia por microlitro de sangue em homens.
Ao notar níveis altos de hemácias no sangue, o médico pode pedir exames complementares como a biópsia de medula óssea – que consiste na coleta de uma amostra do líquido da medula para análise.
Ainda que a maioria das pessoas não tenha sintomas perceptíveis, é possível que ocorram os seguintes sintomas:
- Sangue mais viscoso;
- Problemas de circulação;
- Dor de cabeça;
- Tontura;
- Suor excessivo;
- Hematomas ou sangramentos;
- Sangramento na gengiva;
- Visão embaçada;
- Sangramento nasal frequente;
- Pele vermelha;
- Cansaço;
- Coceira.
Como tratar
O tratamento da policitemia é importante para evitar complicações de saúde, que incluem o infarto do miocárdio.
Em primeiro lugar, consulte um hematologista para avaliar os seus exames e definir o melhor tratamento.
Certamente, o tratamento vai depender da causa da doença e do tipo de policitemia. No caso da apneia, por exemplo, é preciso tratar o distúrbio do sono para de fato resolver a contagem alta de glóbulos vermelhos. Casos assim são mais fáceis de resolver.
Por outro lado, a policitemia vera é mais grave e mais difícil de tratar. O tratamento consiste em estratégias para controlar os níveis de glóbulos vermelhos no sangue a fim de prevenir complicações. Sendo assim, as opções terapêuticas incluem:
- Flebotomia terapêutica ou sangria para remover o excesso de glóbulos vermelhos;
- Remédios como a hidroxiuréia ou o interferon alfa para diminuir a quantidade de hemácias;
- Aspirina para afinar o sangue;
- Anti-histamínicos para aliviar a coceira;
- Remédios para inibir a atividade da enzima JAK2.
Por fim, mudanças no estilo de vida são sempre bem-vindas. A prática de atividades físicas, por exemplo, melhora a circulação sanguínea e pode diminuir o risco de complicações indesejadas.
Quando tratada, a policitemia não interfere na qualidade de vida, mas é importante manter os cuidados para o resto da vida.
Fontes e Referências Adicionais
- Mayo Clinic – Polycythemia vera
- National Organization for Rare Disorders – Polycythemia vera
- Hematology, Transfusion and Cell Therapy – Outcome of patient with polycythemia rubra vera and psychiatric symptoms
- MedlinePlus – Polycythemia vera
- National Heart, Lung, and Blood Institute – Polycythemia vera
- NHS – Polycythaemia
- Blood Cancer Journal – Polycythemia vera treatment algorithm
- WebMD – Polycythemia vera
Fontes e Referências Adicionais
- Mayo Clinic – Polycythemia vera
- National Organization for Rare Disorders – Polycythemia vera
- Hematology, Transfusion and Cell Therapy – Outcome of patient with polycythemia rubra vera and psychiatric symptoms
- MedlinePlus – Polycythemia vera
- National Heart, Lung, and Blood Institute – Polycythemia vera
- NHS – Polycythaemia
- Blood Cancer Journal – Polycythemia vera treatment algorithm
- WebMD – Polycythemia vera