A depressão é uma condição mental que afeta milhões de pessoas no mundo todo, que pode afetar qualquer pessoa em qualquer etapa da vida.
Ao contrário do que algumas pessoas ainda pensam, depressão não é “frescura”. Trata-se de uma doença muito séria e que precisa de tratamento, já que ocorre um desequilíbrio de substâncias no cérebro responsáveis pelos sintomas. O tratamento com medicamentos ajuda a equilibrar os neurotransmissores e aliviar os sintomas da doença.
Atualmente, já existem diversas opções de remédio para depressão que atuam de forma diferente com o mesmo propósito: melhorar a qualidade de vida das pessoas que sofrem com a condição.
Vamos mostrar os remédios para depressão mais usados e seus efeitos, além de dar dicas de remédios caseiros e hábitos que podem ajudar a lidar com a doença.
Existem diversas opções de antidepressivos para tratar a depressão. Apesar de eles não curarem a doença, é possível reduzir os sintomas de forma eficaz, desde que o remédio ou a combinação correta seja administrada ao paciente.
Nem sempre um medicamento funciona logo de primeira. Como existem várias classes de antidepressivos, algumas pessoas respondem melhor a tipos específicos e só é possível descobrir o certo para você através de uma análise profunda de sintomas e por meio de tentativa e erro.
Somente um médico especialista, que é o psiquiatra, é capacitado para prescrever e acompanhar o tratamento de pacientes com depressão.
Algumas pessoas podem melhorar apenas através de psicoterapia, alterações no estilo de vida e uso de remédios naturais. Para outras, é necessário o uso de medicamentos prescritos para restabelecer o equilíbrio de substâncias químicas no cérebro.
Assim, para determinar o tratamento adequado, o psiquiatra deve analisar diversos fatores, como:
Além da depressão, medicamentos antidepressivos também podem ser prescritos em alguns casos de:
Embora não seja indicado, algumas pessoas usam antidepressivos para tratar condições como insônia, dores crônicas e enxaqueca.
Os remédios para depressão são divididos em diversas classes que atuam em substâncias específicas no cérebro. Neurotransmissores associados à depressão incluem a serotonina, a norepinefrina e a dopamina. A maioria dos medicamentos atua nesses neurotransmissores.
Separamos uma lista com as classes de medicamentos mais utilizados para o tratamento da depressão e os principais remédios de cada uma das classes.
1. Inibidores seletivos da recaptação da serotonina
Os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRSs) são a classe de antidepressivos mais prescritos. Eles ajudam a combater os sintomas da depressão reduzindo a captação de serotonina no cérebro, fazendo com que mais serotonina fique disponível e melhore o humor.
Os ISRSs mais prescritos incluem:
Os principais efeitos colaterais desses medicamentos incluem:
Essa classe é a preferida dos médicos porque os efeitos colaterais geralmente não são observados ou costumam ser mais leves do que outras classes de antidepressivos.
2. Inibidores da recaptação da serotonina e da norepinefrina
Os inibidores da recaptação da serotonina e da norepinefrina (IRSNs) ajudam a aumentar os níveis de serotonina e também de norepinefrina no cérebro, reduzindo os sintomas depressivos. Os principais medicamentos dessa classe são:
Dentre os efeitos adversos que podem ser observados ao tomar algum remédio para depressão desta classe, estão:
Esses medicamentos devem ser tomados com muita cautela, já que interromper o tratamento de modo abrupto ou pular várias doses pode causas sintomas como os de abstinência.
3. Antidepressivos tricíclicos
Os antidepressivos tricíclicos são medicamentos que normalmente só são usados quando os IRSNs ou os ISRSs não funcionam para o paciente. Os principais remédios dessa classe de medicamentos são:
Os efeitos colaterais mais comuns que podem ser observados incluem:
Em alguns casos, pode ocorrer visão turva, tremores, confusão mental, queda na pressão arterial sanguínea, frequência cardíaca irregular e convulsões.
Devido ao risco de efeitos colaterais potencialmente graves, essa classe de remédio para depressão só é prescrita quando outros tipos de tratamento não surtem efeito ou quando além da depressão o paciente sofre de transtornos mentais como o TOC ou o transtorno bipolar.
4. Bloqueadores de recaptação de dopamina
Essa classe de medicamentos atua na depressão através do aumento da disponibilidade de neurotransmissores como a dopamina e a norepinefrina, ambos envolvidos na melhoria do humor e bem-estar.
O remédio mais popular dessa classe é a bupropiona, que além da depressão também é usado como remédio para parar de fumar.
Os efeitos colaterais que podem ser observados incluem:
5. Inibidores da monoamina oxidase
Os inibidores da monoamina oxidase (IMAOs) são remédios para depressão que ajudam a aumentar a concentração de neurotransmissores como norepinefrina, dopamina e serotonina no cérebro através da inibição da enzima monoamina oxidase, que participa da destruição desses neurotransmissores.
Eles geralmente são prescritos quando os outros 4 tipos de remédio para depressão não funcionam.
Os IMAOs têm maior risco de interagir com outros medicamentos e também com alimentos. Além disso, não podem ser combinados com outros tipos de antidepressivos ou compostos estimulantes.
Os principais medicamentos desta classe são:
Os efeitos adversos podem incluir:
6. Antidepressivos noradrenérgicos e específicos serotoninérgicos
Esses medicamentos, chamados também de antagonistas noradrenérgicos, são geralmente usados para tratar casos mais graves em que além da depressão ocorrem transtornos de ansiedade ou de personalidade. Eles atuam aumentando a atividade noradrenérgica e serotonérgica central, que têm a ver com a melhora da resposta ao estresse e com o alívio de sintomas depressivos.
Os principais exemplos desses remédios incluem:
Efeitos colaterais como os mencionados abaixo podem ser observados:
Em casos graves pode ocorrer convulsões, desmaios e reações alérgicas.
Alguns antidepressivos, principalmente quando tomados por jovens menores de 25 anos de idade, podem causar efeitos adversos perigosos como pensamentos suicidas. Assim, é importante o acompanhamento médico e a observação de um familiar nas primeiras semanas de tratamento.
Além disso, é preciso ter paciência nos primeiros dias de tratamento, já que a maioria dos antidepressivos demora no mínimo uma semana para começar a fazer efeito.
Também é possível que seja necessário trocar de medicamento para observar melhora no quadro depressivo, já que cada um tem uma ação específica no cérebro.
Para ter sucesso no tratamento, é importante:
Embora os antidepressivos possam tratar os sintomas da depressão, nem sempre eles abordam suas causas. Por esse motivo, eles devem ser usados em combinação com a terapia para tratar a depressão e outras condições de saúde mental.
Uma terapia que costuma trazer bons resultados e ajudar a lidar melhor com a doença é a terapia cognitivo-comportamental. Fazer terapia pode ajudar a identificar e lidar com as causas da depressão para superar a doença com mais facilidade.
Segundo o Royal College of Psychiatry, no Reino Unido, 6 a cada 10 pessoas apresentam uma melhora significativa nos sintomas depressivos após 3 meses de tratamento.
Ao melhorarem os sintomas, o paciente não deve em hipótese nenhuma reduzir a dose ou parar o uso do remédio para depressão por conta própria. É importante manter o uso por pelo menos 6 meses após a estabilização da doença ou pelo tempo que seu médico determinar.
Ao parar de tomar o medicamento por si só, o risco de os sintomas retornarem é muito grande. Algumas pessoas têm recaídas da doença quando param de se medicar. Por esses motivos, a supervisão médica é tão importante, para que ele possa regular as doses sempre que necessário. A depressão é uma doença como qualquer outra que precisa de acompanhamento médico.
Algumas pessoas precisam tomar remédios para depressão por vários anos ou até durante toda a vida.
A depressão não é vencida apenas com o uso de medicamentos. É importante tentar manter uma vida ativa e não se render à condição.
1. Dieta
Ter uma dieta saudável e equilibrada ajuda a restabelecer o equilíbrio de neurotransmissores envolvidos na estabilização do humor e da sensação de bem-estar. Alimentos ricos em ômega-3 como peixes gordurosos e nozes são ótimos para nutrir o cérebro e reduzir sintomas da depressão.
2. Exercícios físicos
A prática de atividades físicas ajuda a liberar substâncias no organismo que melhoram a disposição e humor.
3. Apoio psicológico
É essencial buscar suporte psicológico para aprender a lidar com a doença e identificar as causas dela.
4. Apoio da família e amigos
Pessoas com depressão tendem a se isolar do convívio social. No entanto, é muito importante se envolver em atividades com familiares e com amigos para melhorar a autoestima e não se sentir desamparado.
5. Rotina
A depressão pode muitas vezes tirar a vontade de realizar atividades no dia a dia. Estabelecer uma rotina e se esforçar para segui-la pode ajudar o cérebro a não desistir das atividades.
6. Sono
É essencial cuidar da quantidade e qualidade do sono. Dormir demais não é legal, mas dormir pouco é mais prejudicial ainda para a saúde. A privação de sono pode piorar os sintomas e até desencadear outros transtornos mentais.
7. Autoestima
Procure algo novo para fazer que te dê prazer. É importante cuidar de si mesmo e voltar a ter prazer em atividades simples. Além disso, quando fazemos algo diferente, o cérebro evolui. Pode ser difícil enxergar atividades prazerosas quando se tem depressão, mas é importante continuar tentando melhorar a autoestima e ser feliz.
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