Um estudo apresentado no 62º Encontro Anual da Sociedade Europeia de Endocrinologia Pediátrica levantou a possibilidade de que a exposição à luz azul, emitida por aparelhos como tablets e smartphones, poderia acelerar o crescimento ósseo e antecipar a puberdade.
A pesquisa foi feita em ratos, mas desperta preocupação sobre o impacto do uso excessivo de aparelhos eletrônicos no desenvolvimento de crianças, que estão expostas a essas tecnologias cada vez mais cedo.
Os cientistas da Universidade Gazi, na Turquia, compararam os efeitos da luz azul em 36 ratos, 18 machos e 18 fêmeas, por 21 dias. Os animais foram divididos em três grupos e expostos diariamente a ciclos normais de luz ou a ciclos de seis horas e 12 horas de luz azul.
Os ratos expostos a seis ou 12 horas de luz azul por dia tiveram um crescimento mais acelerado e começaram a puberdade mais cedo em comparação com aqueles expostos à luz normal.
Aylin Kılınç Uğurlu, líder do estudo, ressaltou, no entanto, que os resultados não podem ser aplicados diretamente a humanos, por mais significativas que sejam as análises.
Entretanto, os dados sugerem que “a exposição prolongada à luz azul acelera tanto o crescimento físico quanto a maturação da placa de crescimento, levando à puberdade precoce”.
Agora, os pesquisadores querem aprofundar o estudo para descobrir os efeitos a longo prazo da exposição à luz azul na infância e adolescência humana, além de identificar medidas preventivas para o uso seguro das telas no desenvolvimento infantil.
A puberdade é a fase de transição entre a infância e o estágio adulto, marcada pelas mudanças hormonais, emocionais e físicas. O corpo começa a se desenvolver e adquirir características adultas, como a mudança na voz, crescimento de pelos corporais e desenvolvimento dos órgãos reprodutivos.
A puberdade precoce, por sua vez, é provocada pelo aumento antecipado dos hormônios sexuais no sangue. As possíveis causas da condição são: genética, questões orgânicas ou ambientais.