O Sistema Único de Saúde (SUS) vai incorporar uma nova terapia fotodinâmica para o tratamento de pacientes com câncer de pele.
O método permite avaliar e tratar a doença no mesmo dia, evitando procedimentos dolorosos e mutilações. A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) no SUS recomendou que o aparelho fosse implementado no sistema público no final de junho.
Desenvolvido pelo Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP), esse serviço de baixo custo e fácil produção é o único no mundo que possibilita o diagnóstico e o tratamento do tumor.
Um dos destaques é que esse foi o primeiro pedido de incorporação de uma tecnologia no SUS feito por uma universidade, de acordo com a Conitec.
Resultados
A comissão identificou bom resultado da terapia fotodinâmica para pacientes com câncer de pele não melanoma do tipo carcinoma basocelular superficial e nodular. O carcinoma basocelular é o mais frequente entre todos os tipos de cânceres malignos diagnosticados.
Observou-se ainda que a terapia fotodinâmica oferece uma alternativa segura e eficaz quando a intervenção cirúrgica não é a opção recomendada.
A grande vantagem do tratamento é que ele é um procedimento ambulatorial, dispensando a necessidade de uma grande infraestrutura. Além disso, pode ser especialmente benéfico para pacientes que não podem passar pela cirurgia ou que foram diagnosticados com tumores de baixo risco.
A Conitec avaliou que já existem profissionais capacitados e estrutura instalada com o equipamento em dezenas de serviços públicos de saúde, o que facilitará a oferta desse tratamento revolucionário.
Amostras de testes clínicos realizados pelos pesquisadores em centros de referência em oncologia apontaram que depois do tratamento com a terapia fotodinâmica, as lesões apresentam taxas mínimas de recidiva (retorno do câncer), ao passo que o índice de cura da doença se mantém em torno de 90%.
Tratamento com a terapia fotodinâmica
A mecânica do tratamento é simples: a lesão é preparada para receber a aplicação de um medicamento fotossensibilizante em creme na parte afetada. Em seguida, a luz é irradiada com um comprimento de onda apropriado para ativar o fotossensibilizador e destruir o tumor.
O uso desse fotossensibilizador possibilita o tratamento de mais de uma lesão e permite que a terapia seja repetida. Todo o processo pode ser realizado no próprio consultório do médico, o que significa que o tratamento pode começar poucas horas após o diagnóstico da doença. As informações são de O Globo.