O cineasta David Lynch, 78 anos, decidiu cortar o hábito de fumar que tinha desde os oito anos de idade. O artista recebeu o diagnóstico de enfisema pulmonar em 2020 e desde então sofre com os sintomas do problema de saúde.
Entretanto, foi somente em 2022 que o famoso conseguiu cortar de vez o cigarro de sua vida. “Fumar era parte importante da minha vida. Eu amava o cheiro do tabaco, o gosto. Amava acender cigarros. Para mim, era parte de ser um pintor e um cineasta”, apontou ele em entrevista à revista People.
Atualmente, Lynch precisa de um cilindro de oxigênio para qualquer atividade que envolva mais do que atravessar um dos cômodos de sua casa.
“Você colhe o que planta. É literalmente brincar com o fogo. Ele pode te pegar. Eu tentei a sorte, e ele me pegou”, refletiu.
Essa não tinha sido a primeira tentativa de David Lynch parar de fumar. O cineasta aponta que tentou largar o cigarro “muitas e muitas vezes, mas quando as coisas ficavam difíceis, eu acendia um cigarro e era como ir ao céu. E aí, você está fumando novamente”.
A tentativa só fez efeito quando Lynch começou a sentir medo da morte, que lhe parecida iminente.
“Comecei a ver os sinais, e eles diziam: ‘Você vai morrer em uma semana se não parar’. Eu mal conseguia me mover sem ficar ofegante. Parar era minha única opção”, avaliou.
Um dos métodos adotados por Lynch desde então foi a meditação, que o auxilia física e mentalmente. O diretor, por sua vez, admite também que nem sempre é fácil aceitar a condição. “É como andar com uma sacola de plástico na cabeça”, lamentou.
Devido à possibilidade de contrair outras doenças respiratórias, como a Covid-19 e gripe, que poderiam agravar seu quadro, o astro passa maior parte do tempo em casa.
Por isso, por mais que não tenha se aposentado, trabalhar em um set de filmagens torna-se uma ideia distante. Portanto, David Lynch pretende dirigir projetos remotamente.
“Não me arrependo. Foi importante para mim. Eu queria o que todo adicto deseja: que o que amamos fosse bom para nós”, refletiu, por fim.
Enfisema
Em entrevista mais antiga, desta vez à Sight & Sound, o ator comentou o diagnóstico de enfisema pulmonar.
“Fumar é algo que eu absolutamente amei, mas no fim das contas, isso me afetou. Era parte da arte da vida, para mim. O tabaco, o cheiro dele, e acender as coisas, fumar, voltar e sentar… E então fumar novamente, analisar meu trabalho, pensar nas coisas… Nada no mundo é tão bonito quanto isso. Ao mesmo tempo, está me matando. Então eu tive que parar”, contou.
Na ocasião, ele também abriu o jogo sobre seu trabalho remoto: “Por causa da Covid, seria péssimo para mim ficar doente, mesmo com uma gripe”.
“Eu gosto de estar entre as coisas e ter ideias no set. Mas eu tentaria fazer algo remotamente, se for necessário”, concluiu.