Um estudo publicado pelo JNCI Cancer Spectrum apontou que a dieta DASH pode reduzir o risco de que mulheres com câncer de mama desenvolvam doenças cardiovasculares.
A intenção da dieta DASH é reduzir a hipertensão. O método foi proposto em 1995. Ela se baseia baseada no consumo de vegetais, frutas e grãos integrais, e inclui peixes, aves, feijões, nozes, óleos vegetais e laticínios, sem ou com baixo teor de gorduras. Alimentos ricos em gorduras saturadas, doces e bebidas açucaradas são limitadas ou cortados.
Segundo a pesquisa, o risco de doença cardíaca é maior em quem sobreviveu ao tumor. Acredita-se que isso acontece porque algumas terapias contra o câncer podem causar danos ao coração.
Ademais, ambas as doenças possuem fatores de risco parecidos, como tabagismo, obesidade e alimentação inadequada. Veja: Estudo aponta relação entre obesidade e câncer de mama em mulheres jovens.
“Uma vez que a dieta pode melhorar a saúde do coração, sentimos que era importante verificar se a qualidade da dieta estava relacionada ao risco futuro de doenças cardíacas em mulheres diagnosticadas com câncer de mama”, disse Isaac Ergas, autor principal do estudo e cientista da equipe de Divisão de Pesquisa da Kaiser Permanente Pathways.
A equipe analisou dados do Pathways Study, um dos maiores estudos dos Estados Unidos sobre mulheres com diagnóstico de câncer de mama. Eles consultaram os perfis de 3.415 mulheres que descobriram o tumor invasivo entre 2005 e 2013, até 2021.
As participantes respondiam questionários sobre hábitos alimentares: o estudo analisou cinco padrões: a dieta DASH (recomendada para promover a saúde do coração), uma dieta recomendada pela American Cancer Society para sobreviventes de câncer, uma dieta baseada em vegetais, dieta mediterrânea e, por fim, o padrão de alimentação saudável de 2020.
Em comparação com as outras, as mulheres que seguiram a dieta DASH tiveram o risco diminuído para os seguintes problemas: 47% para insuficiência cardíaca, 23% para arritmia, 23% para parada cardíaca, 21% para doença cardíaca valvular e 25% para coágulo sanguíneo.
“É emocionante ver os resultados desse excelente trabalho que capacita oncologistas a recomendarem orientações de medicina de estilo de vida baseadas em evidências”, celebrou Tatjana Kolevska, presidente do Permantent Medical Group Medical Oncology and Hematology.
Dieta DASH e o risco cardíaco em mulheres que fazem quimioterapia
O estudo também mostrou que o modelo de dieta pode reduzir os riscos de danos cardíacos para mulheres que fazem o tratamento com antraciclina, um tipo de quimioterapia que pode causar danos colaterais.
No entanto, tal diferença não foi analisada em mulheres em outros tipos de tratamentos quimioterápicos. “Nosso estudo é um dos poucos que se aprofundou no efeito da dieta no risco de doenças cardiovasculares em sobreviventes de câncer de mama”, apontou Marilyn Kwan, autora sênior do estudo e pesquisadora da Divisão de Pesquisa.
“As nossas descobertas destacam a importância de continuarmos a falar com as sobreviventes do câncer de mama sobre a qualidade da dieta, não só para reduzir o risco de recorrência do câncer de mama, mas também para reduzir o risco de desenvolver doenças cardiovasculares”, concluiu.