A diabetes é uma doença crônica que não tem cura, mas é possível controlar os níveis de glicose no sangue com o uso de remédios e mudanças no estilo de vida, tanto para a eficácia do tratamento, quanto para a diminuição dos efeitos colaterais.
Ela é provocada pela baixa produção ou pela resistência à insulina, que é o hormônio que regula a entrada de glicose (açúcar) nas células, para produção de energia.
A insulina é como se fosse o transportador e a chave, para que a glicose chegue e consiga entrar nas células, saindo da circulação sanguínea. Dentro da célula, a glicose é transformada em energia, o combustível para todas as funções vitais do organismo. Pessoas com diabetes têm pouca insulina ou suas células não a reconhecem, como resultado os níveis de glicose no sangue ficam altos.
De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, cerca de 8% da população brasileira é diabética, o que resulta em mais de 15 milhões de brasileiros convivendo com a doença. Existem 4 formas de diabetes, o tipo 1, tipo 2, pré-diabetes e diabetes gestacional:
Os medicamentos são usados para controlar os níveis de glicose no sangue e evitar as complicações da doença, como doença renal e problemas na pele e nos olhos.
O tratamento com os remédios pode causar efeitos colaterais, principalmente no início. É importante conhecer esses possíveis efeitos colaterais, para que o médico faça ajustes no tratamento, se necessário.
Atualmente, o SUS fornece os seguintes medicamentos: insulinas humana NPH e regular, metformina, glibenclamida, gliclazida e dapagliflozina.
Veja quais são os possíveis efeitos colaterais dos remédios usados no tratamento da diabetes.
Existem vários tipos de insulina disponíveis, e o que as diferencia é o tempo de ação. A insulina regular é idêntica à insulina naturalmente produzida pelas células do pâncreas. As insulinas modificadas contêm substâncias adicionadas, que tornam seu tempo de ação mais curto, intermediário ou prolongado, dependendo da necessidade do paciente, avaliada pelo endocrinologista.
É a redução exagerada dos níveis de glicose no sangue e provoca os seguintes sintomas:
A hipoglicemia deve ser tratada, pois pode provocar desmaios e até coma. Por isso, ao apresentar os sintomas de hipoglicemia, a pessoa deve ingerir algum alimento ou bebida com carboidratos de rápida absorção, como um suco de frutas, um copo de água com uma colher de açúcar ou um doce. Quando a ingestão de algo doce não resolve, deve-se ir ao pronto socorro.
Para evitar esse efeito colateral, é importante que a pessoa em tratamento se alimente a cada 3 horas de porções pequenas, para que mantenha os níveis de glicose constantes no sangue. Deve-se evitar fazer grandes refeições e passar horas em jejum. É claro que toda a alimentação deve ser adequada para a diabetes, por isso o acompanhamento de um nutricionista é essencial no tratamento.
Caso os episódios de hipoglicemia sejam muito frequentes, é importante relatar isso ao médico, para que o caso seja avaliado e, se necessário, sejam feitos ajustes na dose ou no tipo de insulina.
A insulina é um hormônio que tem efeito anabolizante, já que transporta o excesso de glicose para dentro das células, onde é armazenada na forma de gordura. Por esse motivo, o tratamento deve ser acompanhado de mudanças nos hábitos alimentares e prática regular de exercícios físicos, para evitar esse efeito colateral.
Os excessos alimentares podem ser promovidos pelo medo de um episódio de hipoglicemia, que traz sérios desconfortos e riscos. Por isso, a organização da dieta é a maior aliada para evitar ganho de peso e episódios de hipoglicemia.
São reações que aparecem no local da injeção e, normalmente, desaparecem com o tratamento: vermelhidão, coceira e inchaço.
A lipodistrofia é o acúmulo ou perda anormal de gordura no local da injeção, e está relacionada à aplicação incorreta da insulina. Para evitar esse efeito colateral, é importante realizar um rodízio nas aplicações, que é alternar o local da injeção dentro de uma mesma área.
Além disso, a aplicação da dose correta e a limpeza no local da aplicação são importantes para evitar a lipodistrofia.
A metformina diminui os níveis de glicose no sangue, por meio da inibição de determinada quantidade de glicose produzida pelo fígado. Além disso, esse medicamento faz com que as células dos músculos absorvam melhor a glicose.
Os efeitos colaterais mais comuns são problemas digestivos:
Para evitar esses problemas, é aconselhado tomar o medicamento durante ou depois de uma refeição.
A glibenclamida reduz os níveis de glicose no sangue, então um dos possíveis efeitos colaterais é a hipoglicemia. Outros efeitos colaterais são:
Na presença desses efeitos colaterais, o médico decidirá se o tratamento com a glibenclamida deve ser descontinuado ou não.
Assim como os outros medicamentos que reduzem os níveis de glicose no sangue, a gliclazida pode causar hipoglicemia, que pode ser evitada com alimentações frequentes ao longo do dia.
A gliclazida pode causar disfunção adrenérgica, resultando em:
Esses sintomas, assim como a hipoglicemia, tendem a desaparecer após a ingestão de açúcar.
Problemas gastrointestinais também são efeitos colaterais comuns:
Esses desconfortos podem ser reduzidos e até evitados se a gliclazida for administrada no café da manhã.
A dapagliflozina diminui os níveis de glicose no sangue, reduzindo a reabsorção de glicose nos rins, fazendo com que mais glicose seja eliminada na urina.
É um medicamento que foi inserido recentemente no âmbito do SUS e apresenta benefícios interessantes para o tratamento da diabetes tipo 2, como:
Os efeitos colaterais mais comumente reportados foram:
A descontinuação da terapia devido aos efeitos adversos é avaliada pelo médico responsável pelo caso.
É importante lembrar que em qualquer tipo de tratamento, o controle alimentar, com uma ingestão pobre em açúcares, e mudanças no estilo de vida, com a prática regular de exercícios físicos, são essenciais para a eficácia do tratamento.
Além disso, seguir corretamente as instruções do médico, com relação às doses, horários e formas de administração dos medicamentos são decisivos para a diminuição dos efeitos colaterais do tratamento.
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