Um estudo realizado pela Universidade da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, indicou que o uso regular de fio dental – ou seja, pelo menos uma vez na semana -, pode estar relacionado a um menor risco de sofrer acidente vascular cerebral (AVC) e fibrilação arterial.

A pesquisa foi batizada de “Estudo Risco de Aterosclerose em Comunidades (ARIC)” e começou em 1987. Ela avaliou o uso doméstico de fio dental a partir de um questionário respondido por mais de 6 mil pessoas. De acordo com os pesquisadores, o uso de fio dental reduz o risco de derrame devido à diminuição de infecções e inflamações orais.
Pesquisas anteriores mostraram que as bactérias da boca – quando não é feita a higiene bucal adequada – podem entrar na corrente sanguínea e desencadear inflamações no coração e até influenciar na formação de coágulos. A doença periodontal é prevenida, especialmente, com a escovação dos dentes e o uso frequente de fio dental.
Dos participantes que responderam ao questionário e que utilizavam fio dental frequentemente, 4.092 não sofreram AVC e 4.050 não foram diagnosticados com batimento cardíaco irregular – conhecido também como fibrilação atrial.
Os voluntários também responderam questões sobre pressão alta, diabetes, colesterol alto, tabagismo, índice de massa corporal (IMC), educação, escovação regular e visitas ao dentista.
“Nosso objetivo era determinar qual comportamento de higiene oral (uso de fio dental, escovação ou visitas regulares ao dentista) tem o maior impacto na prevenção de derrame”, diz o professor e principal autor do estudo, Souvik Sen.
Nesses 25 anos de rastreamento, 434 participantes tiveram AVCs, dos quais 147 foram causados por coágulos cerebrais em artérias maiores, 97 por coágulos cardíacos e 95 pelo endurecimento de artérias menores. De todos os voluntários, 1.291 deles sofreram com fibrilação atrial no período analisado.
Esses resultados serão apresentados na International Stroke Conference 2025, da American Stroke Association, que acontece nesta semana.
Os principais sintomas do AVC são: fraqueza ou formigamento na face, braço ou perna, especialmente em um dos lados do corpo; confusão mental; alteração de fala ou compreensão; alteração na visão (em um ou ambos os olhos); alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar; e dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente.