Entre tantos métodos para manter a pele com uma boa aparência, a fototerapia é uma das primeiras estratégias utilizadas. No entanto, será que o procedimento realmente funciona?
A fototerapia, ou terapia com luz, que também é conhecida como fotobiomodulação, foi uma descoberta acidental feita pelo médico húngaro Endre Mester, em 1960. O profissional realizava um estudo onde aplicava laser de baixa potência na pele raspada de um rato, a fim de testar os impactos no crescimento do tumor.
Entretanto, ele notou que a luz estava estimulando o crescimento de cabelo no local. Além disso, pesquisas posteriores apontaram que a fototerapia ajudava na cicatrização de feridas.
Atualmente, os tratamentos com a luz LED de baixa frequência prometem benefícios como rejuvenescer a pele, evitar o envelhecimento e alto poder de cicatrização.
Mas será que a fototerapia realmente traz benefícios?
Com o uso de uma luz suave e de baixo nível dentro do espectro visível, normalmente das cores vermelha, azul ou infravermelho, os processos fisiológicos naturais são estimulados.
Segundo Daniel Barolet, pesquisador, clínico de terapia a laser dermatológica e professor adjunto da Universidade McGill, o método pode ser mais saudável do que a exposição direta ao sol e traz benefícios semelhantes.
“Quando usamos a fotobiomodulação, apenas cortamos os nocivos raios UV. Estamos apenas usando o material de cura. Você aproveita o que é bom para a sua pele e exclui o que não é bom”, destaca o profissional.
Portanto, há indícios de que a fototerapia realmente pode ser saudável. A luz azul, por exemplo, promete auxiliar no tratamento da acne e atenua outras doenças de pele, reduzindo a inflamação. Isso porque, quando absorvida pela pele, ela ativa a produção de radicais livres tóxicos que, ao longo de vários dias, matam a bactéria P. acnes, causadora das lesões.
“O que eles vão notar, apenas com esses LEDs, é que a acne melhora, que o nível de lesões inflamatórias diminui, que a pele em geral começa a ficar melhor”, observou Glynis Ablon, dermatologista e professora clínica associada da UCLA.
Já a luz vermelha e infravermelha pode atingir as células da pele ou penetrar mais profundamente o corpo, por ter comprimentos de onda mais longos. Barolet diz que isso acontece porque “inicia-se uma reação em cadeia” nas mitocôndrias, produzindo várias moléculas importantes, incluindo ATP e óxido nítrico, essenciais para funções corporais básicas, como a produção de energia e fluxo sanguíneo saudável.
A exposição à luz vermelha e infravermelha pode ter um efeito dominó, podendo estimular também a produção de colágeno e a circulação sanguínea. Isso pode acelerar, superficialmente, a cicatrização de feridas, como queimaduras ou úlceras, e reduzir sinais de envelhecimento, como manchas marrons e rugas.
Há outro benefício da fototerapia: seu uso pode melhorar o estado de desordem, como no caso da pele queimada pelo sol, segundo Alexander Wunsch, médico e especialista em fotobiologia.
Zakia Rahman, professora clínica de dermatologia da Escola de Medicina de Stanford, reforçou a opinião e complementou: “Há ciência real nisso e funciona clinicamente, mas não terá o nível de efeito dramático que tratamentos mais agressivos em um ambiente médico teria”.
Existem também alguns cuidados a serem tomados, por exemplo: a exposição prolongada à luz azul pode causar danos, envelhecimento ou irritação na pele. Já o vermelho e o infravermelho podem ser mais preocupantes para quem tem alergia ao sol ou olhos altamente sensíveis.
“Pense na fotobiomodulação como sua xícara de café matinal, mas com luz. É como um despertador que põe em funcionamento todos aqueles minúsculos processos celulares, ajudando o corpo a reparar, rejuvenescer e energizar-se”, explicou Barolet.