Com diferentes tipos e graus de agressividade, o câncer é uma doença que atinge milhões de pessoas em todo o mundo. E quanto antes descoberto, maiores são as chances de eficácia no tratamento. No entanto, muitas vezes, alguns sintomas podem surgir e ser ignorados no dia a dia. Este foi o caso do britânico Anson Mackay, 57 anos.

No final de 2019, o homem pegou uma gripe e, semanas após estar curado, notou que os gânglios do seu pescoço continuavam inchados. Inicialmente, ele achou que se tratava de uma consequência do problema respiratório.
“Depois do Ano-Novo, preenchi um formulário de solicitação on-line para consultar meu médico, sem esperar consulta antes de uma semana ou mais. Mas recebi uma ligação pedindo para que eu fosse ao médico imediatamente”, relatou.
O homem passou por ultrassom e biópsia e, em janeiro de 2020, saiu o diagnóstico de carcinoma de células escamosas na amígdala direita, um tipo de câncer de garganta causado pelo papilomavírus humano (HPV). A doença já tinha se espalhado para os gânglios linfáticos do pescoço.
HPV é a infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo e também pode ser transmitida por contato pele a pele. De acordo o NHS (sistema de saúde do Reino Unido), cerca de 80% das pessoas terão contato com o vírus em algum momento da vida, mas a maioria se protege da infecção sem complicações.
Anson desabafou sobre os efeitos colaterais do tratamento – como espasmos musculares, úlceras na boca e secura extrema – em um blog. “Minha saliva era tão espessa que eu nem conseguia cuspir”, lamentou em entrevista ao Daily Mail. O britânico também enfrentou dificuldades para falar e comer, precisando se alimentar apenas de líquidos.
Retorno do câncer
Em agosto de 2020, os novos exames mostraram que não havia mais evidência do câncer no corpo de Anson. No entanto, cerca de um ano depois, o paciente começou a apresentar dificuldades respiratórias.
Mais exames foram realizados em julho de 2021 e revelaram que o câncer tinha se espalhado para ambos os pulmões, levando ao diagnóstico de câncer em estágio 4.
Mackay realizou dois anos de imunoterapia, concluídos em novembro de 2023. Após o tratamento, exames indicaram a ausência de tumores no corpo e o paciente segue sob monitoramento regular para avaliar possíveis alterações.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reforça que a vacina contra o HPV é fundamental para reduzir todos os riscos relacionados ao vírus. No Brasil, o imunizante está disponível no SUS gratuitamente desde 2012.
Anson usa seu próprio caso para conscientizar sobre a importância da prevenção. “A vacina salva vidas”, defendeu ele. O imunizante é recomendado para meninas e meninos de 9 a 14 anos, em dose única, além de grupos específicos, como pessoas imunocomprometidas e vítimas de abuso sexual.