Um estudo realizado por pesquisadores brasileiros e do Reino Unido e publicado no Journal of Epidemiology and Community Health mostra evidencias de que a sarcopenia em idosos é um fator de risco de morte mais preocupante do que a síndrome da fragilidade.
Os pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar -, de São Paulo, e da University College London, no Reino Unido, consideraram que a descoberta pode ajudar médicos a tomarem decisões importantes na triagem e na indicação de tratamento, podendo melhorar o prognóstico do paciente.
A sarcopenia e a síndrome da fragilidade são duas condições frequentes no envelhecimento. As duas tem em comum a lentidão da marca e a fraqueza muscular, mas algumas características diferenciam os quadros.
No caso da síndrome da fragilidade, existe um aspecto mais global, caracterizada pela presença de três ou mais sintomas que podem incluir fadiga, fraqueza muscular, perda de peso involuntária, diminuição da velocidade de caminhada e baixo nível de atividade física.
A sarcopenia, por sua vez, é caracterizada pela perda progressiva de massa muscular, força e desempenho físico.
“Nem todas as pessoas idosas vão desenvolver sarcopenia ou fragilidade. Mas, em geral, quem tem fragilidade tem sarcopenia. Por isso, a importância desse estudo em direcionar o profissional de saúde na avaliação de risco, como uma forma de auxiliá-lo na tomada de decisão para melhores tratamentos”, destacou o professor do Departamento de Gerontologia da UFSCar e autor do estudo, Tiago da Silva Alexandre, em entrevista à Agência Fapesp.
O diagnóstico de ‘provável sarcopenia’ é dado quando o idoso apresenta somente fraqueza muscular. Quando o sintoma é associado á baixa quantidade de massa muscular, ele é associado á baixa quantidade de massa muscular, é definido como sarcopenia grave.
Foram avaliados os dados de saúde de 4,5 mil pessoas. Elas foram acompanhadas por aproximadamente 14 anos no English Longitudinal Study of Ageing (ELSA), um estudo de saúde da Inglaterra.
Os cientistas concluíram que o risco de morte foi 17% maior para pessoas idosas com provável sarcopenia, 31% para aqueles com sarcopenia e 62% para os voluntários com sarcopenia grave, quando comparadas a participantes sem a doença.
Ao analisarem a fragilidade, os pesquisadores viram que o risco de morte foi 49% maior para idosos com a síndrome comparados aqueles sem ela.