Veja quais são os sintomas e os riscos da infecção urinária na gravidez e as melhores opções de remédio e tratamento para a condição.
Provavelmente você já sabe o que é uma infecção urinária ou infecção no trato urinário, que ocorre quando bactérias infeccionam o trato urinário. A infecção urinária já é bastante comum nas mulheres e, durante a gravidez, o risco aumenta ainda mais. Como a uretra da mulher é menor do que a do homem, as bactérias têm mais facilidade de passar por ela e entrar no trato urinário.
Estudos como o publicado em 2015 na revista científica Archives of Medical Science mostram que é bastante comum que mulheres grávidas tenham infecção urinaria. Essa mesma pesquisa indica também que entre 2 a 10% das mulheres grávidas sofrem de infecção do trato urinário e outro dado preocupante é que mulheres que já tiveram uma infecção urinária têm um risco maior de ter outra infecção durante a gravidez.
Dados do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), órgão americano responsável pelo controle e prevenção de doenças, indicam que 8% das gestantes sofrem de infecção do trato urinário, o que condiz com o estudo mencionado anteriormente.
Uma infecção urinaria é causada por bactérias que se proliferam na bexiga e na uretra. Sem tratamento, as bactérias podem migrar para os ureteres ou para os rins, infectando também a parte superior do trato urinário e tornando o tratamento um pouco mais complicado.
Ter uma infecção urinária na gestação é bastante comum porque o útero da mulher se expande para comportar o feto em desenvolvimento e essa expansão pode pressionar a bexiga e os ureteres (tubos que transportam a urina dos rins até a bexiga) – não é à toa que nessa fase a mulher sente muito mais vontade de urinar do que antes.
Essa pressão extra pode pressionar também as bactérias contra as paredes que revestem a uretra e dificultar a saída delas através da urina. Além disso, fica mais difícil eliminar toda a urina durante a micção e a urina restante pode se tornar uma fonte de infecção.
Outro problema é que um pouco de urina pode vazar em momentos inoportunos – fazendo com que as bactérias fiquem concentradas na região vaginal, causando uma infecção.
A expansão do útero também causa a dilatação da uretra (dilatação ureteral), que acontece a partir da sexta semana de gestação e que também influencia no maior índice de infecção urinaria na gravidez. Com a expansão da uretra, há também um aumento do volume e uma redução do tônus ou força da bexiga, dificultando o esvaziamento total da bexiga e tornando o ambiente mais propício para o crescimento de bactérias.
Mais um fator que contribui para a infecção urinária na gravidez é que a urina da gestante é mais concentrada, além de conter uma concentração alta de hormônios (como a progesterona), proteínas e açúcar. Todos esses fatores podem estimular o crescimento bacteriano e reduzir a capacidade do corpo de combater as bactérias ruins.
Confira quais são as principais causas de infecção urinária e saiba como se prevenir.
Mesmo que a mulher passe pela gravidez sem ter uma infecção urinária, há ainda o risco de contrair uma infecção na hora do parto. Isso porque as bactérias podem entrar no trato urinário durante o trabalho de parto.
Os sintomas de uma infecção urinária durante a gravidez são os mesmos de uma infecção fora do período gestacional. Os seguintes sintomas podem ser observados:
O sangue na urina pode ser sinal de outros problemas de saúde e, por isso, esse sintoma precisa ser informado ao médico imediatamente.
Outros sintomas podem ser observados se a infecção afetar os rins. Tais sintomas geralmente são:
Todos os sinais devem ser levados em conta, mas os sintomas de infecção nos rins requerem ainda mais atenção pois quanto antes o tratamento médico for iniciado, melhor será para a saúde da mãe e do bebê.
Qualquer problema de saúde que afeta a mulher durante a gestação é preocupante e com a infecção urinária não é diferente.
Infecções em geral aumentam o risco de parto prematuro e baixo peso ao nascer, por exemplo, e por isso é muito importante fazer o acompanhamento médico durante a gestação e tratar a infecção urinária assim que ela for identificada.
Além do risco de ter um bebê prematuro, uma infecção urinária não tratada durante a gravidez pode causar complicações graves como a pielonefrite – condição em que a infecção afeta os rins e prejudica a função renal. Outra complicação decorrente de uma infecção urinária não tratada é a sepse, condição em que a infecção se espalha para o sangue.
Caso a infecção urinária afete a parte superior do trato urinário – ou seja, os rins – complicações adicionais para a gestante incluem:
Raramente a infecção passa para o bebê recém-nascido, mas de qualquer forma é essencial fazer todos os exames que seu médico pedir durante a gestação, mesmo sem sintomas de infecção urinária para evitar complicações de saúde. Veja também se a infecção urinária é contagiosa.
O remédio mais eficaz para o tratamento da infecção urinária na gravidez é o antibiótico. O antibiótico prescrito geralmente é tomado por 3 a 7 dias, mas o certo é seguir a recomendação do seu médico e tomar todo o curso de antibiótico mesmo que seus sintomas desapareçam nos primeiros dias de tratamento.
Existem várias opções, mas o médico irá determinar qual é o remédio para infecção urinária mais seguro durante a gravidez. Exames simples como um exame de urina e um teste de cultura de urina são suficientes para mostrar o tipo de bactéria presente na urina e guiar o médico na escolha do tratamento mais adequado.
Se a infecção evoluir e afetar os rins (o que é pouco comum na gestação), pode ser preciso tomar um antibiótico mais forte por mais tempo ou então tomar o remédio e outros fluidos por via intravenosa.
Os antibióticos que podem ser prescritos são:
No entanto, o American College of Obstetricians and Gynecologists recomenda que as mulheres grávidas evitem o uso dos antibióticos nitrofurantoína e trimetoprim-sulfametoxazol durante o primeiro trimestre da gestação devido ao risco de anormalidades ou defeitos congênitos no feto. Outras opções como a tetraciclina e a ciprofloxacina também não são recomendadas durante a gravidez.
Nos primeiros três meses da gravidez, o mais indicado é tratar a infecção com antibióticos considerados seguros para mulheres grávidas e só usar opções como a nitrofurantoína ou o trimetoprim-sulfametoxazol se nenhum outro remédio surtir efeito contra a infecção urinária – o que é pouco provável. Após o terceiro trimestre da gestação, tais antibióticos podem ser usados desde que prescritos por um médico.
Um cuidado extra deve ser tomado quando o parto se aproximar: tomar um antibiótico na ultima semana antes do parto pode elevar o risco de icterícia em bebês recém-nascidos.
Apesar de tudo, os médicos afirmam que é improvável que o tratamento com antibióticos de curto prazo durante a gestação cause danos ao feto. Além disso, o estudo já mencionado aqui da Archives of Medical Science sugere que os benefícios de usar o antibiótico superam os riscos de não tratar a infecção urinária na gravidez.
Os remédios caseiros não substituem os antibióticos, mas podem ajudar no alívio dos sintomas e na prevenção de novas infecções. São eles:
Beber bastante água e urinar sempre que tiver vontade também é ótimo para ajudar o corpo a eliminar as bactérias rapidamente.
Medidas que ajudam na prevenção de uma infecção urinária na gravidez incluem:
Uma infecção urinária tratada adequadamente não causará nenhum dano ao seu bebê e nem à sua saúde. Fazer os exames pré-natais – que incluem análises frequentes da urina – é importante para identificar uma infecção precocemente e evitar qualquer tipo de complicação.
Se você fizer um acompanhamento médico adequado durante a gravidez, uma infecção urinaria nunca passará desapercebida e isso vai proteger você e o seu bebê pois mesmo uma infecção urinaria assintomática será identificada e tratada com antibióticos seguros.
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