Insuficiência mitral: o que é, sintomas, causas e tratamento

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Insuficiência mitral ou regurgitação mitral é o nome dado à condição de comprometimento da válvula mitral. Ela provoca um refluxo de sangue que acaba por sobrecarregar o coração e o pulmão, desencadeando sintomas como batimentos cardíacos acelerados e falta de ar.

As causas da insuficiência mitral variam e podem ser desde anomalias na própria válvula até doenças de origem reumática, por exemplo, que alteram o funcionamento desta válvula.

Com o acompanhamento de um médico cardiologista, o diagnóstico é realizado e são sugeridos tratamentos que, a depender do grau da insuficiência, podem levar à uma cirurgia de reparo ou mesmo substituição da válvula mitral.

O que é?

Válvula mitral
A válvula mitral é a que está posicionada entre o átrio e o ventrículo esquerdo

A válvula mitral é a que está posicionada entre o átrio e o ventrículo esquerdo. Seu bom funcionamento é o que garante o fluxo de sangue numa única direção, qual seja do átrio para o ventrículo, nesta ordem.

Há, contudo, uma condição em que ocorre uma falha que impede o fechamento da válvula e, por essa razão, o sangue é encaminhado para o sentido oposto ao natural – ou seja, ocorre um refluxo de sangue. A esta condição dá-se o nome de insuficiência ou regurgitação mitral.

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A alteração que provoca a insuficiência mitral é progressiva. Dessa forma, podemos classificá-la em três tipos, de acordo com o avanço do quadro:

  1. Discreta: forma leve, que não manifesta sintomas. Geralmente é identificada em exames de rotina e não demanda tratamento.
  2. Moderada: manifesta sintomas difusos, como cansaço, e não exige tratamento imediato. 
  3. Severa: apresenta um maior número de sintomas e de maior intensidade. Esta forma prevê mais cuidados e pode requerer o uso de medicamentos ou encaminhamento cirúrgico, a depender de uma avaliação médica.

Sintomas da insuficiência mitral

Como vimos, por tratar-se de uma alteração progressiva, os sintomas podem demorar anos para aparecer. Por isso, são mais comuns ou mais facilmente identificados em pessoas de idade mais avançada. São eles:

  • Falta de ar, mesmo após esforços leves
  • Fadiga
  • Tontura
  • Tosse constante
  • Cansaço excessivo
  • Palpitação ou coração acelerado
  • Inchaço nos pés e no tornozelo

Causas

As causas da insuficiência mitral não são sempre as mesmas e podem ocorrer de forma aguda ou crônica, em decorrência de outras doenças, por anomalias da própria válvula ou como consequência do envelhecimento.

  • Forma aguda: quando a insuficiência é provocada por uma ruptura do músculo cardíaco, por conta de um infarto agudo do miocárdio, endocardite infecciosa, efeito colateral de radioterapia ou do uso de alguns medicamentos, como a fenfluramina e ergotamina, por exemplo.
  • Forma crônica: quando a insuficiência é provocada por doenças que alteram o funcionamento da válvula, como as de origem reumática, prolapso de válvula mitral, calcificação da válvula mitral e deficiência da válvula.

Além disso, a presença da insuficiência mitral no histórico familiar amplia o risco de desenvolvimento desta condição.

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Tratamento

Baseado nos sintomas apresentados pelo paciente, na observação do histórico familiar e do histórico clínico especialmente associado a problemas cardíacos, o médico cardiologista realiza o diagnóstico, que geralmente é feito através de alguns exames:

  • Eletrocardiograma
  • Ecocardiograma
  • Raio-x
  • Tomografia computadorizada
  • Ressonância magnética
  • Teste ergométrico
  • Cateterismo

Todos esses exames são feitos para analisar o funcionamento do coração. Entre eles, o cateterismo é o mais específico: visualiza internamente o coração e observa possíveis danos nas válvulas.

Cateterismo
O cateterismo pode ser um procedimento utilizado no tratamento

Diagnosticada a insuficiência, seu tratamento é indicado considerando o grau dos sintomas e das causas.

Se de forma discreta ou moderada, a insuficiência dispensa tratamento imediato, mas requer acompanhamento médico para identificar eventuais alterações e possível agravamento do quadro.

Já a forma severa demanda maior atenção: o uso de medicamentos pode ser recomendado e, nos casos de maior complicação da função da válvula, a cirurgia torna-se uma opção.

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Os medicamentos comumente sugeridos são:

  • Diuréticos, para tentar diminuir o inchaço nos pés e nos tornozelos
  • Anticoagulantes, para prevenir a formação de coágulos sanguíneos e casos de fibrilação atrial
  • Anti-hipertensivos, para controlar a pressão arterial, que pode potencializar a insuficiência

A cirurgia visa o reparo ou mesmo a substituição da válvula (valvuloplastia).

Para o controle e prevenção dos quadros avançados, o acompanhamento médico é indispensável, e pode ser positivamente combinado a dietas equilibradas e saudáveis, que evitem práticas como o tabagismo e o consumo de álcool e cafeína.

Fontes e referências adicionais

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Sobre Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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