Magnésio dimalato: benefícios, para que serve, como tomar e efeitos colaterais

O magnésio dimalato é um suplemento mineral muito utilizado atualmente, motivo pelo qual é importante saber exatamente o que ele é e quais os seus benefícios.

Ele é encontrado facilmente em farmácias, lojas de suplementos e na internet, normalmente em embalagens com 60 cápsulas.

Então, a seguir vamos conhecer melhor este suplemento, além de descobrir se ele realmente funciona e quais são os seus benefícios para a saúde e o bem estar.

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A importância do magnésio

O magnésio é um mineral muito importante para o organismo humano, e cerca de 50% de todo o magnésio absorvido é usado na composição dos ossos. 

Além disso, ele participa ativamente de mais de 300 reações bioquímicas que ocorrem no nosso corpo diariamente.

Essas reações são responsáveis por diversas funções do nosso corpo, como:

• Construção e contração muscular
• Funcionamento do sistema nervoso
• Saúde de coração
• Funcionamento do sistema imunológico
• Produção e regulação de diversos hormônios
• Redução dos níveis de açúcar no sangue
• Regulação da função da tireoide

Por isso, a falta desse mineral pode causar diversos sintomas, que podem atingir praticamente todo o corpo.

O que é magnésio dimalato?

O magnésio dimalato é um suplemento mineral produzido através da combinação de magnésio com duas moléculas de ácido málico, que é capaz de suplementar o magnésio deficiente no organismo de forma satisfatória. 

Já o ácido málico é uma substância encontrada em diversos alimentos e que, quando é combinado com o magnésio, facilita a sua absorção pelo organismo. 

E, além de ser mais barato que outros suplementos, o magnésio dimalato tem como principal vantagem ser absorvido antes que efeitos colaterais indesejados, como a diarreia, apareçam.

Benefícios do magnésio dimalato

Agora que já entendemos a importância do magnésio, suas fontes naturais e suplementos disponíveis, vamos agora conhecer os benefícios do magnésio dimalato:

1. Nutrição e suporte as reações enzimáticas

A ingestão de magnésio recomendada diariamente é de 310 miligramas para mulheres e de 400 miligramas para homens. 

Essa é a quantidade mínima que alguém deve ingerir de magnésio diariamente através da alimentação. No entanto, nem sempre nos alimentamos bem o bastante para garantir essa recomendação, e nesses casos, a suplementação com magnésio dimalato pode ser útil para garantir o fornecimento adequado do mineral.

2. Tratamento da fibromialgia

A fibromialgia é uma doença que causa dores intensas e que exige tratamento constante. 

E, de acordo com o National Fibromyalgia Association, o ácido málico pode ser prescrito como um tratamento natural para reduzir a dor e aumentar os níveis de energia. Além disso, quando o ácido málico é usado em conjunto com magnésio, a longo prazo, os resultados são ainda melhores na diminuição da dor.

Entretanto, por se tratar de um problema de saúde potencialmente debilitante, a automedicação, seja com remédios de farmácia ou com suplementos, não é indicada.

3. Alívio de sintomas da síndrome da fadiga crônica

A síndrome da fadiga crônica é uma doença que causa sintomas parecidos com os da fibromialgia.

Assim, os mesmos efeitos benéficos em relação à fibromialgia podem ser observados no tratamento da síndrome, servindo como uma terapia natural alternativa para redução dos sintomas.

4. Produção de energia celular

O ácido málico desempenha um papel muito importante na produção de energia para as células, por meio de uma reação metabólica chamada de Ciclo de Krebs. 

Além disso, mesmo o ácido málico obtido por meio dos alimentos deve ser transformado em malato no ciclo de Krebs antes de poder ser aproveitado para geração de ATP, que é a energia utilizada pelo organismo.

Assim, o magnésio dimalato já oferece o ácido málico ionizado, o que representa uma forma de ácido málico mais facilmente processada no ciclo de Krebs. Isso significa que o suplemento é capaz de manter o bom funcionamento das células.

5. Melhora da pressão arterial

O magnésio, seja na forma natural ou de suplemento, pode ajudar a reduzir a pressão arterial, uma vez que ele atua no relaxamento dos vasos sanguíneos.

Em um estudo de meta-análise publicado na revista American Journal of Clinical Nutrition foi relatado que a suplementação com magnésio foi capaz de reduzir a pressão arterial de forma direta, além de ter melhorado algumas condições clínicas, como a diabetes do tipo 2 e doenças cardiovasculares.

Apesar dos efeitos já demonstrados do magnésio dimalato para pressão arterial, o uso de suplementos de magnésio não é indicado para pessoas que já conseguem controlar a pressão com o uso remédio para hipertensão.

Isso é importante de ser destacado porque pode haver uma interação entre os medicamentos e o suplemento, causando uma queda exagerada de pressão.

Por isso, antes de iniciar o uso do magnésio dimalato, converse com seu médico, para que ele possa fazer os ajustes necessários na sua prescrição e assim evitar episódios de hipotensão.

Outros benefícios

Além dos benefícios citados acima, existem outros que ainda estão sendo estudados. São eles:

• Controle de bactérias orais: através do estímulo à produção de saliva e de suas propriedades antissépticas, o magnésio dimalato pode ajudar a controlar a proliferação de bactérias bucais.
• Redução da ansiedade: como o magnésio dimalato tem um papel importante no sistema nervoso central, alguns estudos indicam que ele pode ter um efeito calmante, que ajuda a regular o humor, diminuindo crises de ansiedade, inquietação e nervosismo.

Efeitos colaterais

A maioria dos suplementos de magnésio não costuma causar efeitos adversos. Porém, se tomado em doses muito altas, o suplemento pode causar alguns sintomas, como:

• Dor de cabeça
• Diarreia
• Cansaço
• Desconforto gastrointestinal
• Movimentos intestinais incomuns

Dosagem diária

Não há uma recomendação diária exata para o magnésio dimalato, apenas para o magnésio e o ácido málico separadamente.

Assim, segundo órgãos de saúde, a dose diária recomendada de magnésio é:

• 310 miligramas para mulheres entre 19 e 31 anos e de 320 miligramas para mulheres acima de 31 anos de idade
• 400 miligramas para homens entre 19 e 31 anos e de 420 miligramas para homens acima de 31 anos de idade

Já as doses recomendadas de ácido málico por dia variam de 1200 a 2800 miligramas.

Por isso, para evitar uma overdose de magnésio, a recomendação geral é que você não ultrapasse a dose diária de 350 miligramas por dia, ou que você siga as instruções presentes no rótulo do suplemento. 

Interações com medicamentos

O magnésio dimalato pode reagir mal com alguns medicamentos e interferir na eficácia de tratamentos como:

• Antibióticos
• Diuréticos
• Antiácidos
• Insulina
• Remédios para hipertensão
• Reposição hormonal

Por isso, o ideal é que você entre em contato com seu médico antes de tomar qualquer tipo de suplemento em conjunto com esses remédios.

Contraindicações

O magnésio dimalato é considerado seguro para a maioria das pessoas. No entanto, ele é contraindicado para quem sofre de insônia, devido ao seu efeito estimulante, que pode dificultar ainda mais o sono.

Além disso, pessoas que têm desconfortos estomacais frequentes ou algum problema digestivo devem evitar o suplemento devido ao risco de o produto causar um efeito laxante. 

O suplemento também não é indicado para mulheres grávidas ou que estejam amamentando, para pessoas com doença renal ou que fazem tratamento para hipertensão. 

Dicas e cuidados

Apesar de causar poucos efeitos colaterais, o uso do suplemento de magnésio dimalato deve ser feito sempre com a orientação de um médico ou nutricionista.

Isso é importante para evitar o uso exagerado ou mesmo desnecessário do mineral.

Além disso, o suplemento pode acabar mascarando os sintomas de alguma doença mais séria, atrapalhando o diagnóstico.

Por isso, caso sinta algum sintoma novo ou constante, vale a pena procurar um médico para ver se há algum problema de saúde causando o desconforto, e se o magnésio é uma boa opção de tratamento.

Algumas apresentações do magnésio

Embora esteja disponível em diversos alimentos, o magnésio não é facilmente absorvido pelo corpo. Sendo assim, em alguns casos a suplementação com o mineral é necessária.

No entanto, existem vários tipos de suplementos de magnésio no mercado, que variam tanto na dose quanto na capacidade de absorção pelo corpo. São eles:

• Malato de magnésio: assim como as formas queladas, o malato de magnésio tem uma alta biodisponibilidade. No entanto, as concentrações de magnésio no composto são um pouco mais baixas.
• Magnésio dimalato: possui uma estrutura parecida com o malato de magnésio, e uma biodisponibilidade maior.
• Quelato de aminoácido de magnésio: o magnésio é ligado a um aminoácido como o ácido aspártico, a glicina ou a arginina para facilitar a absorção do mineral, o que aumenta a sua biodisponibilidade.
• Citrato de magnésio: trata-se de um sal muito solúvel que é bem absorvido pelo organismo, mas cuja biodisponibilidade não é tão alta. Ele é usado para prisão de ventre e tem sido estudado para prevenir a formação de pedras nos rins.
• Óxido de magnésio: o óxido de magnésio tem alta concentração de magnésio, mas uma biodisponibilidade reduzida, o que significa que grande parte do magnésio acaba se perdendo e não pode ser aproveitada pelo organismo. Ele é usado como um laxante e para tratar o refluxo ácido.
• Orotato de magnésio: conhecido também como di-hidrato de orotato de magnésio, é capaz de atravessar as membranas celulares, o que faz com que o magnésio alcance as camadas mais internas das células e seja mais efetivo.
• Lactato de magnésio: apresenta uma boa biodisponibilidade e é usado para tratar problemas digestivos, mas deve ser evitado por pessoas que sofrem de problemas nos rins.
• Cloreto de magnésio: o cloreto de magnésio apresenta uma maior biodisponibilidade em relação ao óxido e ao citrato de magnésio, mas sua concentração de magnésio é menor do que de outros suplementos. Ele é muito usado para alívio de dores musculares.
• Carbonato de magnésio: utilizado para azia e problemas estomacais, o carbonato de magnésio tem uma boa biodisponibilidade.
• Sulfato de magnésio: conhecido também como sal de Epsom, o sulfato de magnésio pode ser adicionado na água de banhos para aliviar dores musculares.

Uma regra geral é que quanto maior a biodisponibilidade, ou seja, quanto maior a quantidade de magnésio que o corpo consegue absorver através de um suplemento, menor a dose necessária. 

Assim, ainda que as formas altamente biodisponíveis (como é o caso do magnésio dimalato) ofereçam uma quantidade menor de magnésio em relação aos outros sais, pois praticamente todo o magnésio ali presente será aproveitado pelo organismo, o que torna o magnésio dimalato um dos melhores suplementos de magnésio.

Sintomas de deficiência de magnésio

As deficiências nutricionais ocorrem principalmente devido à má alimentação ou devido a problemas de saúde que dificultam ou impedem a absorção correta dos nutrientes.

E, como o magnésio está envolvido em muitos processos metabólicos, a falta desse mineral em quantidades adequadas pode causar sintomas como:

• Dificuldade de concentração e confusão mental
• Pressão arterial alta
• Arritmias
• Piora do desempenho físico
• Síndrome das pernas inquietas
• Depressão
• Unhas fracas
• Convulsões
• Fadiga ou fraqueza muscular
• Insônia
• Dor de cabeça e enxaqueca
• Dor no corpo
• Cãibras e espasmos musculares
• Esgotamento físico após exercícios físicos
• Ansiedade
• Irritabilidade
• Náusea e vômito.

Causas da deficiência de magnésio

Além das dos problemas alimentares, existem também algumas doenças e hábitos diários que prejudicam a absorção de magnésio e que podem resultar na deficiência do mineral. Os mais comuns são:

• Suor excessivo
• Doença renal
• Diabetes
• Hipertireoidismo
• Colite ulcerativa
• Síndrome do intestino irritável
• Pancreatite
• Uso de diuréticos
• Consumo excessivo de refrigerante, álcool, chá e café
• Menstruação intensa
• Ingestão de sal em excesso.

Fontes naturais de magnésio

O organismo humano não é capaz de produzir magnésio. Assim, é importante obter esse nutriente através de alimentos ou de suplementos dietéticos. 

Os alimentos que contêm magnésio incluem:

• Nozes, como amendoim, amêndoas e castanha de caju
• Legumes, como espinafre, batatas, cenouras e brócolis
• Leguminosas, como feijão preto
• Grãos, como aveia, arroz e cereais integrais
• Frutas, como abacate, banana e maçã
• Carnes e peixes
• Produtos lácteos, como leite e iogurte

Fontes e referências adicionais

• ATP, calcium and magnesium levels in platelets of patients with primary fibromyalgia, Clin Biochem. 2008 Sep;41(13):1084-90. doi: 10.1016/j.clinbiochem.2008.06.012. Epub 2008 Jul 2.
• Mg citrate found more bioavailable than other Mg preparations in a randomised, double-blind study, Magnes Res. 2003 Sep;16(3):183-91.
• Red blood cell magnesium and chronic fatigue syndrome, Lancet. 1991 Mar 30;337(8744):757-60. doi: 10.1016/0140-6736(91)91371-z.
• The analgesic efficacy and safety of neuraxial magnesium sulphate: a quantitative review, Anaesthesia. 2013 Feb;68(2):190-202. doi: 10.1111/j.1365-2044.2012.07337.x. Epub 2012 Nov 1.
• Treatment of fibromyalgia syndrome with Super Malic: a randomized, double blind, placebo controlled, crossover pilot study, J Rheumatol. 1995 May;22(5):953-8.
• The effect of magnesium supplementation on blood pressure in individuals with insulin resistance, prediabetes, or noncommunicable chronic diseases: a meta-analysis of randomized controlled trials, The American Journal of Clinical Nutrition, 2017; 106(3): 921-929,

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