A ginecologista Ellissa Baskind, 46 anos, ignorou as dores intensas que sentia nas costas, atribuindo elas às longas horas de trabalho. No entanto, após realizar exames, ela foi diagnosticada com leucemia mieloide aguda, o tipo mais comum e mais agressivo de leucemia.
A doença causa mutações genéticas nas células-tronco mieloides, responsáveis pela produção das células sanguíneas, provocando a produção descontrolada de células doentes, que se multiplicam rapidamente.
Moradora de Leeds, na Inglaterra, a ginecologista dizia sentir muitas dores nos ombros e nas costas, que a impediam até de dormir. Ela acreditava que os sintomas eram devido ao fato de ficar curvada durante os atendimentos e cirurgias.
“Mesmo como médica, você não pensa nas piores coisas. Estava sentindo dores na região dos ombros que não me deixavam dormir à noite. Realmente pensei que isso estava relacionado ao meu trabalho. Nunca pensei que fosse algo grave”, contou ao tabloide The Sun.
O raio-x não apresentou nenhum problema, mas exames de sangue alterados fizeram com que Ellissa procurasse atendimento médico, momento em que o diagnóstico foi confirmado, pegando a médica de surpresa.
“Não acreditei. Eu me sentia completamente bem, exceto pela dor nas costas. Estava trabalhando mais do que o tempo integral e pensei: ‘Quanto tempo até voltar à vida normal? Nunca me passou pela cabeça que seria algo tão sério. Acho que fui um pouco ingênua”, admitiu.
A primeira rodada de quimioterapia de Ellissa falhou e ela precisou passar pelo transplante de células-tronco durante a pandemia. “Foi estranho deixar de ser uma médica que trabalhava no hospital para me tornar uma paciente que morava nele. Não havia um dia que passasse sem que um colega me visitasse. Tive muita sorte de ter tanto apoio”, relatou.
Saga piorou
Apenas dezoito meses depois do primeiro tratamento, Ellissa notou um caroço no seio e, após exames, foi diagnosticada com sarcoma mieloide, um tumor raro que tem relação com a leucemia.
“Olhando para a literatura, não há cura para o sarcoma mieloide. No mesmo dia que recebi o diagnóstico, comecei a pesquisar sobre cuidados paliativos e pensei que era o fim da linha. Mas os médicos me perguntaram quanta força eu ainda tinha, e disse a eles: ‘Só estou interessado na cura’. Eles explicaram que havia uma pequena chance com outro transplante de células-tronco”, comentou.
A paciente passou pelo segundo transplante em 2022, seguido por duas rodadas adicionais de quimioterapia. O tratamento foi um sucesso e, agora, cinco anos depois, Elissa está celebrando sua saúde restaurada.
“Estou com a melhor saúde que já tive. Esse marco de cinco anos é enorme, e me sinto muito sortuda por estar viva. Ter sido paciente mudou a maneira como abordo as pessoas aqui no hospital”, garantiu.
Ademais, Ellissa alerta para que as pessoas não ignorem as mudanças repentinas em seus corpos. “Olho para trás e percebo o quão facilmente poderia ter ignorado os sinais. Por favor, ouçam o corpo de vocês, não ignorem os sintomas e perseverem até saber o que está acontecendo”, concluiu.