Mortes por doença cardíaca aumentaram durante a pandemia

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Desde que a pandemia do novo coronavírus começou, em 2020, os números de infectados e mortos pela doença chamam a atenção.

Mas outro dado preocupante não pode passar batido: o aumento das mortes por doença cardíaca durante a pandemia.

Isso porque estudo de janeiro de 2021 apontou uma redução no diagnóstico de doença cardiovascular e um aumento nos índices de mortalidade por doença cardíaca nos Estados Unidos.

O cardiologista Rishi Wadhera e sua equipe analisaram dados do Centro Nacional de Estatísticas em Saúde dos Estados Unidos. Eles compararam os índices de morte por causas cardiovasculares antes e durante a pandemia.

Então, eles observaram que as mortes por doença cardíaca isquêmica e doenças relacionadas à pressão alta (que pode gerar complicações no coração) aumentaram significativamente após o início da pandemia em 2020.

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A pesquisa identificou um aumento relativo de 139% nas mortes devido à doença isquêmica cardíaca e de 164% por doença hipertensiva na cidade de Nova Iorque durante a pandemia.

Além disso, o restante do estado de Nova Iorque e outros locais dos Estados Unidos como Nova Jersey, Michigan e Illinois também apresentaram aumentos expressivos nas mortes.

Por outro lado, os pesquisadores observaram que os índices de morte por insuficiência cardíaca, doença cerebrovascular e outros problemas que afetam o sistema circulatório não sofreram alterações.

Outro estudo identificou problema similar no Brasil

Dor no peito

Um estudo brasileiro também observou um aumento significativo das mortes por doenças cardiovasculares no Brasil durante a pandemia em 2020. Os pesquisadores avaliaram seis capitais: Manaus, Belém, São Paulo, Fortaleza, Rio de Janeiro e Recife.

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Aliás, os pesquisadores escolheram essas cidades justamente porque elas se destacaram como problemáticas durante os primeiros meses da crise da COVID-19.

Os cientistas compararam as mortes por infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e problemas cardiovasculares não especificados entre 17 de março a 22 de maio de 2019 e 2020. Resultado: só em Manaus observou-se um aumento de 132% de mortes por essas causas.

Em Belém, o aumento foi de 126% e em Fortaleza foi de 87,7%. Já em Recife o crescimento do óbito por essas doenças cresceu 71,7%. Enquanto isso, o aumento no Rio de Janeiro foi de 38,7% e em São Paulo foi de 31,1%.

O estudo é da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Hospital Alberto Urquiza Wanderley, na Paraíba.

Os pesquisadores extraíram os dados para a comparação de cartórios de registro civil, através da Associação Nacional de Registradores de Pessoas Naturais (Arpen).

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Motivos por trás do aumento

De acordo com o cardiologista Marcelo Queiroga, no início da pandemia houve uma redução nos atendimentos hospitalares de AVC e ataques cardíacos.

Já de acordo com Wadhera, no começo da pandemia nos Estados Unidos, médicos de regiões fortemente afetadas pela COVID-19 também notaram uma grande queda nas hospitalizações por problemas cardíacos de emergência como ataque cardíaco.

Ou seja, os dois cardiologistas acreditam que as pessoas pararam de buscar o atendimento médico devido ao medo de pegar o novo coronavírus.

Além disso, um estudo de setembro de 2020, do qual o professor de cardiologia da Zucker School of Medicine, Lawrence Epstein participou, analisou os números de casos de parada cardíaca de 2019 e 2020, referentes aos meses de pico da pandemia.

O estudo identificou que as paradas cardíacas e mortes fora do hospital em Nova Iorque aumentaram 5,5 vezes durante a pandemia, em comparação aos anos anteriores. Eles também analisaram o número de entradas por ataque cardíaco nos hospitais no mesmo período.

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“Nós descobrimos que houve uma redução de 58% nas pessoas que chegavam com síndrome coronária aguda. O que diz basicamente que as pessoas estavam ficando em casa”, afirmou o professor de cardiologia.

Em casos de emergência, não deixe de buscar ajuda

Para Epstein, a lição principal do seu estudo é que mesmo durante a pandemia é crucial procurar a ajuda médica em casos de emergência. O cardiologista Marc Eisenberg lembrou que os consultórios médicos contam com medidas de prevenção.

Portanto, se você passar mal e apresentar sintomas preocupantes, não deixe de buscar o socorro médico. Obedeça a todas às medidas de proteção contra a COVID-19, mas não deixe de receber o atendimento necessário para um problema grave de saúde.

COVID-19 pode ter uma culpa direta?

Queiroga também afirmou que a COVID-19 pode ter uma culpa mais direta em algumas mortes por AVC ou infarto durante a pandemia. Isso porque o novo coronavírus pode causar problemas cardíacos como miocardite, arritmia e síndrome coronariana aguda.

Além disso, o professor de cardiologia na Zucker School of Medicine, Lawrence Epstein, afirmou que pessoas com doenças cardiovasculares preexistentes tinham mais chances de serem infectadas pelo vírus e que as consequências da doença nessas pessoas eram piores.

Aproveite que está por aqui e conheça a dica da nossa nutricionista para reduzir o risco de doença cardíaca:

Fontes e Referências Adicionais

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