Aos 19 anos, Deborah Cobb decidiu fazer 13 estrelinhas – também conhecidas como ‘medialunas’ ou rodas de ginástica – seguidas. O que não passava de uma brincadeira, acabou causando uma lesão irreversível na retina.

A mulher, que hoje tem 42 anos, declarou que aproveitava um passeio à praia de Westport, no estado de Washington, Estados Unidos, quando realizou os movimentos e imediatamente ficou com a sequela.
Desde criança, a paciente era entusiasta da ginástica e sempre fazia estrelinhas quando via um espaço livre. Ao chegar á praia, repetiu o feito e jamais imaginou que o movimento traria uma consequência drástica.
“Fiz 13 seguidas e depois caí na gargalhada. Minha amiga correu para me ajudar, também rindo. Tonta, notei algo estranho: não conseguia ver o rosto dela. Era uma mancha laranja. Minha visão periférica parecia normal, mas, ao focar diretamente, não via nenhum detalhe. Balancei a cabeça, mas a sensação não sumia”, recordou ela ao jornal britânico The Guardian.
Apesar de ter notado a diferença, Deborah não deu atenção e continuou aproveitando a praia. Ela até brincou com a situação, dizendo que iria fazer 13 estrelinhas na direção contrária para “reorganizar o cérebro”.
“Deitei sobre uma toalha e ficamos na praia por mais uma hora, mas minha visão não melhorava. Fiquei um pouco preocupada, as tentei manter a calma. Não sentia dor e disse aos meus amigos para não se preocuparem”, prosseguiu.
A preocupação ficou ainda maior quando, horas depois, caminhando com os amigos, não conseguiu ler nem os sinais mais simples pelo caminho. A mesma mancha laranja aparecia e embaçava sua visão sempre que tentava focar.
Deborah chegou em casa e contou à mãe o que estava acontecendo, que a alertou que, se a visão não melhorasse, elas iriam ao hospital. Mesmo assim, a jovem acreditou que melhoraria ao descansar. No dia seguinte, entretanto, tudo piorou. O padrasto da norte-americana notou que ela tinha dificuldades até mesmo para realizar tarefas básicas.
“Após examinarem meus olhos, os médicos diagnosticaram um dano solar nas retinas, que poderia levar algumas semanas para cicatrizar. Foi angustiante, especialmente com as provas finais se aproximando”, lamentou.
Ela acreditou que o problema seria temporário, mas, ao consultar uma oftalmologista, descobriu que se tratava de algo mais sério. Deborah teve os vasos sanguíneos rompidos na mácula – parte central da retina, responsável pela visão detalhada.
“A quantidade de sangue era pequena, como uma gota de tinta, mas o suficiente para bloquear minha visão central. A médica disse que poderia levar até três meses para recuperar a visão, com sorte. Eu estava legalmente cega. Não podia dirigir, estudar ou ver TV. Estava devastada”, descreveu.
Apesar de não perder as esperanças de recuperação, Deborah ficou bastante abalada por depender de outras pessoas para atividades simples, como cozinhar ou enviar mensagens. Mesmo com o apoio de pessoas próximas, ela se isolou do mundo.
“Demorou muito, mas o sangue foi sendo reabsorvido e minha visão começou a melhorar. Três meses depois, recuperei a visão central. Ainda assim, a experiência deixou marcas profundas”, lamentou.
Embora sua visão tenha melhorado, o episódio desencadeou uma degeneração macular precoce, condição que, atualmente, afeta sua visão como se, aos 44 anos, tivesse 80.








