Você certamente já ouviu falar das novas variantes do coronavírus e dos desafios que eles trazem às vacinas da COVID-19. Um dos questionamentos é quanto à eficiência das vacinas contra essas novas variantes.
A People’s Vaccine Alliance, uma coligação de mais de 50 organizações, fez uma pesquisa com especialistas sobre o tema. A saber, eles entrevistaram 77 epidemiologistas, virologistas e especialistas em doenças infecciosas.
Resultado: 66,2% dos entrevistados acreditam que em um período de 12 meses ou menos, o novo coronavírus vai sofrer mutações ao ponto de tornar a primeira geração de vacinas contra a COVID-19 ineficazes para prevenir a infecção pelo vírus.
Dentro deste grupo, alguns imaginam que isso pode ocorrer até mais cedo – 18,2% acredita que pode levar seis meses ou menos, enquanto 32,5% apontou um prazo de nove meses ou menos.
Já outros 18,2% dos entrevistados disseram que deve levar ao menos dois anos para que as mutações do vírus não permitam mais que as vacinas atuais protejam o organismo contra a COVID-19.
Por outro lado, apenas 7,8% especialistas ouvidos pela People’s Vaccine Alliance considera que as mutações do novo coronavírus jamais tornarão as vacinas atualmente disponíveis ineficazes. Além disso, outros 7,8% não tinham certeza quanto a uma estimativa de tempo.
As entrevistas ocorreram entre 17 de fevereiro e 28 de março. A equipe responsável ouviu especialistas de 28 países em todo o mundo.
Mas, independente de qual previsão se confirmará, pelo menos três fabricantes de vacinas contra a COVID-19 já estão trabalhando em doses de reforço. São elas: Pfizer/BioNTech, Moderna e AstraZeneca-Universidade de Oxford.
A palavra de uma especialista
Uma das epidemiologistas entrevistadas na pesquisa, Devi Sridhar, disse que quanto mais o vírus circula, mais provável que surjam mutações e novas variantes que poderiam tornar as vacinas atuais ineficazes. Ela também é professora de saúde pública global na Universidade de Edimburgo.
“Ao mesmo tempo, países pobres estão sendo deixados para trás sem vacinas e suprimentos médicos básicos como oxigênio. Como aprendemos, os vírus não ligam para fronteiras. Nós temos que vacinar o máximo de pessoas no mundo, em todo lugar, o mais rápido possível”, defendeu.