Com o crescente número de casos de contaminados e vítimas da pandemia novo coronavírus, a necessidade de um medicamento para tratar a COVID-19, a doença provocada pelo vírus, se torna cada vez mais urgente.
Foi noticiado anteriormente a respeito de um medicamento testado por uma empresa americana contra o novo coronavírus. Trata-se do Remdesivir, criado pela empresa biofarmacêutica americana Gilead Sciences.
O diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, Anthony Fauci, já havia declarado que o remédio apresentou atividade antiviral em modelos animais e in vitro. Segundo ele, os testes em andamento podem indicar razoavelmente rápido se o remdesivir funciona para COVID-19.
Mas, para isso, é necessário saber como o medicamento se comporta em experimentos conduzidos em seres humanos. A boa notícia é que os resultados já começaram a sair: na quarta-feira, 29 de abril, os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos divulgou que um teste indicou que o remdesivir acelerou a recuperação de quadros avançados de COVID-19.
Dados preliminares de um experimento controlado e randomizado, iniciado em fevereiro e que envolveu 1063 pacientes, apontaram que pacientes hospitalizados com COVID-19 avançada e comprometimento pulmonar que foram tratados com remdesivir tiveram uma recuperação 31% mais rápida do que os pacientes com problemas similares que receberam um placebo (substância neutra, sem efeitos).
O tempo médio de recuperação para os pacientes tratados com o remdesivir foi de 11 dias contra 15 dias para os pacientes que receberam o placebo. Os resultados também sugeriram benefícios em termos de sobrevivência: enquanto a taxa de mortalidade do grupo de pacientes tratados com remdesivir foi de 8%, a taxa de mortalidade registrada entre aqueles que receberam o placebo foi de 11,6%.
O experimento é patrocinado pelo Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, que é parte dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos. Por mais animador que os resultados do teste sejam, os dados são preliminares e é necessário aguardar novas informações a respeito dos próximos experimentos com remdesivir, assim como esperar a sua comprovação como um medicamento seguro e eficaz contra a COVID-19 e a liberação do seu uso pelas autoridades e órgãos responsáveis de saúde.
Enquanto isso não acontece, o jeito é continuar a reforçar as medidas de prevenção contra o novo coronavírus, uma vez que ainda não existe uma vacina ou remédio para combater a doença, embora muitas pesquisas estejam em andamento. Por exemplo, vacinas contra o novo coronavírus estão sendo desenvolvidas no Brasil e no mundo e inclusive, no Brasil, o Ministério da Ciência anunciou testes de remédio disponível no país contra o novo coronavírus.
Por outro lado: estudo chinês com o remédio trouxe resultados inconclusivos
Resultados publicados também na quarta-feira, 29 de abril, na revista médica científica The Lancet indicaram que um experimento chinês não identificou benefícios significativos do remdesivir em relação ao placebo.
Entretanto, é importante destacar que o estudo em questão precisou ser interrompido cedo devido à dificuldade para encontrar pacientes para participar do experimento na China. Por conta disso, o professor da Universidade de Edimburgo, na Escócia, John David Norrie classificou os resultados da pesquisa como inconclusivos.
O medicamento remdesivir é administrado aos pacientes nos testes por meio de uma infusão intravenosa. O remédio não foi testado como um tratamento preventivo contra o novo coronavírus ou em casos leves de COVID-19. As informações são dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos e do Ministério da Saúde.