A obesidade e o sobrepeso são dois problemas muito frequentes no Brasil e no mundo, e seu tratamento normalmente envolve dietas, uso de diferentes tipos de medicamentos e a famosa cirurgia bariátrica.
Mas essa cirurgia não é um procedimento único, ou seja, existem diferentes tipos que podem se ajustar melhor a cada paciente.
Por isso, no decorrer deste artigo nós iremos conhecer melhor os tipos de cirurgia bariátrica e descobrir o quão efetiva elas são na eliminação do excesso de peso.
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De forma simplificada, a obesidade é o acúmulo excessivo de gordura no corpo, e, de acordo com a Organização Panamericana de Saúde (OPAS), ela pode ser diagnosticada a partir do índice de massa corporal, ou IMC. Nesse caso, diz-se que a pessoa é obesa quando ela possui um IMC igual ou maior que 30 kg/m².
Entretanto, esse cálculo nem sempre é tão exato, já que ele leva em conta apenas o peso total da pessoa, e não o percentual de gordura corporal.
Conheça as diferenças entre sobrepeso e obesidade.
Por isso, além de utilizar o cálculo de IMC, deve-se incluir na avaliação o percentual de gordura corporal e a circunferência abdominal, além, claro, da avaliação das comorbidades que possam estar associadas à obesidade, como:
Embora um IMC de 30 já indique que a pessoa é obesa, isso não significa que ela tem indicação para realizar a cirurgia bariátrica, pois, em geral, a recomendação é apenas para pessoas com IMC de pelo menos 35 ou 40.
Além disso, são avaliados também os outros problemas médicos que a pessoa possa ter, e o histórico de outros tratamentos para obesidade realizados nos últimos anos.
Assim, mesmo com essa recomendação baseada no IMC, existem casos de cirurgia para pessoas com IMC de 30 a 35 com problemas de saúde significativos que justifiquem a sua realização.
Depois que o médico identificou a necessidade e avaliou que o seu paciente pode se submeter à cirurgia bariátrica, ele irá solicitar uma série de exames, como:
Outros exames podem ser solicitados, a depender das comorbidades de cada paciente.
Primeiramente, é importante deixar claro que a escolha do procedimento a ser realizado é feita pelo médico, que irá avaliar o peso inicial e as comorbidades do paciente, e assim decidir qual o tipo de cirurgia bariátrica que possui o melhor custo benefício.
Assim, dependendo dessa escolha, o paciente deve ser submetido a um tipo mais ou menos invasivo de cirurgia.
Essa cirurgia, também chamada de bypass gástrico, é realizada a partir da redução do volume do estômago, feito a partir do grampeamento de parte do órgão, associado a um desvio intestinal.
Esse desvio, ou bypass, faz com que o alimento vá direto do estômago para uma parte mais distante do intestino delgado, o que causa uma sensação maior de saciedade, e reduz a absorção de nutrientes.
Essa técnica é também conhecida como Sleeve, e envolve modificações apenas no estômago. Assim, o volume do órgão é reduzido, e ele passa a ter um formato mais alongado, semelhante a uma “manga de camisa” (sleeve, em inglês).
Além disso, essa cirurgia é a que possui o menor risco de deficiências vitamínicas pós-operatórias.
Nesse caso, um anel de silicone é colocado na parte superior do estômago, o que leva à diminuição da quantidade de alimento que pode ser ingerido em cada refeição.
Essa cirurgia é uma espécie de junção entre a Sleeve e o Bypass gástrico, uma vez que o estômago é reduzido (sem o uso dos grampos) e é realizado o desvio intestinal.
Logo após a cirurgia bariátrica, o médico irá prescrever uma dieta líquida, que inclui alimentos como caldos e sucos de frutas diluídos e coados. Esta dieta é utilizada para que o trato gastrointestinal se recupere depois da cirurgia, e dura cerca de duas semanas.
A fase seguinte proporciona uma dieta mista (líquida + pastosa), com a introdução lenta de alimentos com maior consistência.
Outro ponto importante é que a quantidade de alimento deve ser bem controlada, para não exceder a capacidade do estômago e provocar náuseas e vômitos. Além disso, muitos pacientes precisarão utilizar algum multivitamínico, para compensar a redução da absorção de nutrientes essenciais.
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Após se submeter à cirurgia, a pessoa irá passar por várias mudanças físicas e, possivelmente, psicológicas.
Assim, o acompanhamento por uma equipe multidisciplinar é indispensável. Essa equipe pode ser composta por diferentes profissionais, de acordo com as necessidades específicas do paciente, como:
Além disso, o acompanhamento por um educador físico também é recomendado, para que a pessoa possa realizar atividades físicas com segurança, o pode auxilia tanto na perda de peso quanto na melhora da saúde como um todo.
As complicações da cirurgia bariátrica são raras, mas, quando ocorrem, podem incluir:
Há ainda a possibilidade do surgimento de sintomas gastrointestinais após a alimentação, como diarreia, dor abdominal e enjoos.
O valor da cirurgia bariátrica é muito variável, e depende do tipo de procedimento, do local de realização e do médico que fará a cirurgia.
Assim, a cirurgia mais simples fica em torno de R$ 15 mil, mas esse valor pode aumentar consideravelmente dependendo das características do paciente.
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