15 Sinais de que a Sua Dieta Não Está Adequada

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No mundo todo existem 2,1 bilhões de pessoas com sobrepeso ou obesas, o que corresponde a 30% de toda a população do planeta, de acordo com estudo realizado pelo Instituto de Métrica e Avaliação para a Saúde (IHME) da Universidade de Washington, nos Estados Unidos. Sendo assim, não é de se surpreender que muita gente que se encontra nessa categoria tenha o desejo de mudar de vida e emagrecer, não somente para melhorar a forma e adquirir uma aparência agradável, como também para se tornar alguém mais saudável.

Se por um lado esse desejo é admirável, já que significa que a pessoa reconhece o seu problema e está disposta a fazer algo para resolvê-lo, por outro, quando ela decide consertar a situação de qualquer jeito, seguindo dietas restritivas ou da moda, sem saber se ela realmente pode trazer benefícios de longo prazo ao seu caso, corre o risco de prejudicar a própria saúde e fazer mal a si mesma, seja no lado físico ou emocional.

É exatamente por isso que ao seguir um plano de alimentação para emagrecer, é preciso ficar atento aos sinais que o corpo e a mente mandam, indicando que algo pode estar errado. Alguns exemplos desses sintomas você confere na lista a seguir, feita conforme o que a PhD e professora de psicologia Mary Pritchard, da Universidade Estadual de Boise, nos Estados Unidos, e o nutricionista e especialista em alimentação intuitiva Aaron Flores explicaram.

1. Você está com fome o tempo todo

Por mais que algumas pessoas acreditem que sentir fome é um efeito colateral que normalmente surge quando se segue uma dieta, é fundamental não ignorar os avisos do seu organismo quando ele indica que precisa ser alimentado.

Isso porque se você se sente constantemente faminto, certamente o seu corpo não está recebendo todo o combustível de que ele necessita para funcionar direito. Uma vez que você não dá atenção à mensagem que o seu próprio organismo te envia, você corre o risco de prejudicar a sua saúde.

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Além disso, o nutricionista Aaron Flores explicou que quando a gente começa a não dar a devida atenção ao avisos que o nosso corpo nos dá, passamos a ficar cada vez mais confusos sobre o significado dessas mensagens e criamos um relacionamento nada saudável com a comida, um processo que será difícil de ser revertido.

Com isso, você também se colocará em perigo de desenvolver algum tipo de distúrbio alimentar. E se a sua dieta te causa esse tipo de problema, provavelmente ela não é, nem de longe, a mais saudável que você poderia seguir.

2. Você acredita que será feliz apenas quando atingir o peso ideal

Se você não está somente insatisfeito com o seu corpo, mas também infeliz e não consegue parar de pensar e dizer o quão gordo está e como encontrará a felicidade apenas quando atingir o peso ideal, pode ser que você esteja obcecado com a sua dieta e com o objetivo de atingir o físico que considera perfeito.

Realmente é importante reconhecer o problema do excesso de peso e lutar para resolvê-lo, mas ocupar a mente apenas com ele e depositar todas as suas esperanças de felicidade nele pode ser um indicativo de que existem outras questões emocionais que você precisa resolver para aprender a se amar e se aceitar, seja com quilos em excesso ou estando em boa forma.

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Além disso, toda essa obsessão pode fazer com que você coloque uma pressão excessiva em si mesmo, para alcançar a perfeição, algo que é impossível e injusto com qualquer ser humano, afinal todos somos suscetíveis a erros.

3. Uma hora você não aguenta e se entope de comida

A professora universitária e PhD Mary Pritchard afirmou que as pessoas que se submetem a dietas restritivas, em que são obrigadas a ficar muito tempo sem comer o que gostam ou a se alimentar em porções muito pequenas, correm o risco de chegar a um momento em que não aguentam mais e sucumbir ao desejo de comer tudo o que querem na quantidade que querem e acabar exagerando na comilança.

Então, o resultado que elas tinham alcançado com o esforço e privação acaba indo por água abaixo. Assim, elas se sentem culpadas e no dia seguinte, voltam à dieta, dando início ao ciclo mais uma vez.

É exatamente por isso que é importante encontrar um plano alimentar que não te deixe passar fome ou morrendo de vontade de comer o seu docinho predileto, mas que te ensine em que porção e frequência cada alimento pode ser consumido. Até porque é bem melhor comer um pedaço de chocolate a cada 15 dias do que ficar dois meses sem saborear a guloseima e em um dia não resistir à tentação e comer duas barras inteiras de uma só vez.

4. Você tem muitas regras sobre comida

De acordo com Pritchard, um dos sinais que uma pessoa desenvolveu um relacionamento não saudável com a alimentação é quando ela cria muitas regras em relação às comidas, determinando com toda a certeza quais delas sãos ruins e quais são boas e em que hora do dia cada uma delas pode ser consumida.

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Controlar a alimentação e tomar cuidado para não exagerar nas calorias e nas guloseimas pouco nutritivas é uma coisa, já fazer o que foi citado acima e se tornar completamente obcecado com a dieta poderá fazer com que você fique nervoso, desesperado ou nem mesmo queira se alimentar, quando não for possível obedecer a uma dessas regras.

5. Você exagera na comilança ou tem vontade de fazer isso

Ainda segundo Pritchard, uma pesquisa já mostrou que algo inevitável na vida de quem faz dietas que restringem a ingestão de certos alimentos é o desejo de ceder à comilança, em especial se for o docinho ou a besteira preferida. Em alguns casos, a vontade é tão forte que a pessoa não resiste e acaba comendo aquilo que o seu plano de alimentação não permitia. E o pior de tudo: em grandes quantidades, como citado tópico 3.

Se você já teve pensamentos como: “Eu vou matar alguém se não comer um brigadeiro” ou “Eu vou morrer se alguém não me der um pedaço dessa coxinha”, esse certamente é o seu caso. Assim, a reflexão que a gente sugere que você faça é: será que vale mesmo a pena fazer uma dieta que te impeça de comer uma vez ou outra o que você mais gosta, sendo que você não poderá evitar o forte desejo de consumir essas comidinhas e correrá o risco de exagerar na comilança se não conseguir dizer não à vontade?

6. Você fica irritado e de mau humor

Ou simplesmente faminto. Em inglês a palavra que define esse estado é hangry, a mistura dos termos hungry (faminto) e angry (bravo). Como Pritchard também explicou, as pessoas que não comem o suficiente ou na frequência ideal (lembra da regra de fazer as refeições de três em três horas?) ficam com a taxa de açúcar no sangue muito baixa, o que causa justamente a mudança no humor e a irritação.

Assim, se você não quer descontar nos outros os efeitos da sua dieta, procure um método que te estimule a comer bem, de modo que seu nível de açúcar no sangue não fique lá embaixo.

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7. Para as mulheres: a sua menstruação foi interrompida

Outro ponto que a acadêmica da Universidade Estadual de Boise esclareceu foi que quando uma mulher restringe a quantidade de calorias que consome, o seu metabolismo desacelera. O esforço que o corpo faz para funcionar de maneira mais eficiente resulta na interrupção da produção de hormônios reprodutivos, o que pode fazer com que a menstruação não venha.

E ao contrário do que muitos pensam, isso não acontece somente com mulheres extremamente magras, mas pode ser experimentado por qualquer mulher, independente do seu peso corporal, que tenha diminuído a sua ingestão de calorias.

Se esse efeito já aconteceu com você, e você sabe que não é decorrente de outra situação como uma gravidez, talvez você tenha aí um sinal de que a sua dieta está muito extrema e que você precisa exigir menos do seu corpo e cuidar melhor dele.

8. Você nunca está com fome

De tanto ignorar os avisos que o seu organismo te enviou dizendo que estava faminto e por fazer certo tempo que você consome apenas pequenas porções nas refeições, o seu corpo já se acostumou com a pequena quantidade de alimento que você o oferece.

Por isso, se você come apenas um pedaço pequeno de uma fruta no café da manhã, só enche metade do prato na hora do almoço, no final da tarde vai para a academia treinar e quando volta para o jantar ainda não está com fome, provavelmente o seu organismo se habituou às restrições que você impôs a ele.

Como o nutricionista Aaron Flores alertou, o grande prejuízo de chegar a esse ponto é que o seu corpo para de te enviar os sinais de que algo está errado com ele ou que ele necessita de alguma coisa. Com isso, você poderá passar por algum problema de saúde e nem saber, simplesmente porque não percebeu os sintomas de não estar ingerindo os nutrientes necessários para uma boa saúde.

9. Você está ansioso e deprimido

Mais um ponto enfatizado por Pritchard foi as dietas que cortam bastante a ingestão de carboidratos. Segunda ela, se o organismo não possui a quantidade do nutriente necessária para produzir serotonina, o neurotransmissor responsável por controlar o humor, a pessoa ficará ansiosa e deprimida, além de brava e faminta.

Quando a transmissão ou a produção da serotonina é prejudicada, outros aspectos como o sono e a sensação de saciedade também podem ser afetados. O problema ainda pode fazer com que os clássicos sintomas da Tensão Pré Menstrual (TPM) apareçam.

10. Você encara a dieta e os exercícios como um castigo

Se só de pensar que terá que ir à academia mais tarde você já vira os olhos e imagina como a série de exercícios que você fará será um grande tormento e a proximidade de uma refeição te deixa desanimado, já que você não poderá sair do cardápio e da quantidade exata de comida que estabeleceu previamente, por ter medo de estragar a dieta, certamente o seu processo de perda de peso está sendo algo bem desagradável de ser seguido, quase como um castigo.

Mas as coisas não precisam necessariamente ser assim. Para que esses hábitos sejam incorporados a sua rotina e que permaneçam por muito tempo na sua vida, é importante que você se sinta bem com eles e tenha pelo menos um pouco de prazer ao realizá-los. Ou então, uma hora ou outra você poderá se cansar de tudo, abandonar todos os esforços e desperdiçar os ganhos que já conquistou, voltando à vida nada saudável de antes.

Dessa forma, é fundamental encontrar um plano de alimentação que se encaixe no seu dia a dia e te ensine como aproveitar os alimentos que você gosta nas refeições e de que modo preparar pratos saudáveis de maneira saborosa, sem que a ingestão de calorias seja exagerada.

O mesmo serve para a sua rotina de treinamentos físicos. Como Flores aconselhou, o ideal é encontrar um exercício que te agrade, para que você não faça aquilo apenas como uma obrigação para cuidar de sua forma, mas também como um momento prazeroso em sua vida. Portanto, se você gosta mais de correr na beira da praia do que ficar na academia andando na esteira ou malhando na bicicleta ergométrica, escolha a corrida na praia como a sua atividade física.

11. Você está sempre cansado

De acordo com Flores, um sintoma claro de que o seu corpo precisa de mais energia do que tem recebido, e que portanto você não tem se alimentado de maneira a fornecer combustível suficiente a ele, é o fato de você se sentir exausto o tempo todo.

Como isso atrapalha a execução de diversas atividades de sua vida, se ocorrer com você, saiba que é melhor rever o plano alimentar e tratar de encontrar um que permita que o organismo receba a quantidade de energia que precisa, para não correr o risco de ter a saúde afetada.

12. Você não gosta mais de comer

É tanta pressão para contar cada caloria que você consome, identificar qual alimento pode ou não afetar o emagrecimento e calcular a porção ideal de cada refeição, que só de pensar em ter que fazer tudo isso você já fica desanimado quando chega a hora de fazer uma de suas refeições.

Então, aquela hora do dia que costumava ser prazerosa, em que você poderia saborear um bom prato e repor as energias enquanto conversa com os amigos do trabalho ou com a família, acaba se tornando algo enfadonho e chato para você.

Para que o seu relacionamento com a alimentação não seja afetado, ao perceber que isso está acontecendo, a recomendação é que você dê uma pausa na dieta e tente aproveitar uma refeição de maneira tranquila e despreocupada, sem cometer exageros, mas também sem contar cada caloria ou avaliar cada componente de seu prato.

Aí, quando você finalmente recuperar o prazer pela comida, será a hora de voltar a seguir uma dieta; porém, tenha o cuidado de escolher uma que permita que você se sinta bem enquanto se alimenta, ao mesmo tempo em que consegue emagrecer.

13. Toda a sua vida é planejada em volta de uma dieta

Para garantir que uma dieta dê certo, você deve segui-la corretamente, mas a partir do momento que ela começa a controlar a sua vida e que você deixa de sair com os amigos ou não vai a uma viagem porque não sabe se conseguirá continuar a obedecê-la enquanto estiver fora de casa, é hora de pensar e reavaliar o seu plano de alimentação.

Até porque, em vez de você precisar alterar toda os seus planos por conta de uma dieta, o ideal é que ela possa ser adequada aos seus hábitos e às diferentes situações que podem surgir em sua vida.

14. Sua autoestima depende do número que aparece na balança

Você se pesou e viu que emagreceu mais 1 kg na última semana, então sai super feliz e saltitante se achando a pessoa mais bonita da rua. Na semana seguinte, você sobe na balança de novo e percebe que não emagreceu nada e que ainda engordou 200 gramas. Então, você fica para baixo e se vê como a pessoa mais feia e sem graça que já conheceu.

Se a sua autoestima depende do que a balança indica e sofre um baque quando você não consegue perder peso, temos uma forte evidência de que ela depende exclusivamente do seu sucesso no emagrecimento.

Mas será que o peso ou o tamanho da barriga é a única coisa que determina o quão bonita e interessante uma pessoa é? Pois saiba que na verdade, existem outros fatores que tornam uma pessoa especial. Então, para que a sua autoestima não seja fruto apenas de um número que aparece na balança, tente olhar outras qualidades suas que são admiráveis e aprenda a se apreciar mais.

15. Você está simplesmente cansado de fazer dietas

As dietas restritivas e da moda exigem muita força de vontade, vigilância e esforço, algo que nem sempre é alcançado de maneira fácil, muito pelo contrário. Se elas te deixam de saco cheio, você não sente prazer algum e acha que a sua vida se tornou sem graça depois que começou a segui-las, não é vergonha nenhuma decidir que elas não servem para você e trocar por um outro tipo de método.

Até porque de que adiantará conseguir emagrecer tudo o que quer se você estiver insatisfeito com a sua rotina? Pode até ser que os resultados perdurem por um tempo, mas será difícil mantê-los a longo prazo.

Dicas para quem deseja trocar a dieta

Se depois de ler todos os tópicos acima, você se identificou com uma ou mais situações, entendeu que a sua dieta não vale a pena e decidiu que mudará mesmo o seu plano de alimentação para não continuar prejudicando a sua relação com a comida e com o seu próprio corpo, siga essas dicas dadas pela professora de psicologia Mary Pritchard e evite que os problemas se repitam na sua nova dieta:

– Aprenda a se amar:

Talvez o problema de não aceitar si mesmo e o próprio corpo como ele é não seja decorrente da dieta em si, mas sim acentuado por ela, já que o processo pode estimular expectativas em relação à obtenção de uma aparência mais agradável. Assim, antes de mergulhar novamente em um plano alimentar com o objetivo de perder peso, é importante aprender a gostar de si do jeito que é.

Isso não significa se acomodar com um excesso de peso ou algo que desagrade na aparência, mas entender que mesmo com uns defeitinhos aqui e outro ali, todo mundo tem algo de bom e que as coisas ruins não devem ser mais valorizadas que as boas.

Reconheça os seus problemas e lute para mudá-los, mas não ignore as qualidades por conta disso.

Uma dica para evitar atitudes depreciativas consigo mesmo é escrever pequenos bilhetes com mensagens inspiradoras, que elevem a autoestima, e espalhá-los pela casa, colando-os especialmente no espelho.

Assim, toda vez que você for tentado a se olhar de maneira negativa, as mensagens te lembrarão de que não deve fazer isso.

– Reflita sobre o seu relacionamento com o seu corpo, a sua autoestima e os padrões de beleza da sociedade

Pense e responda a si mesmo com sinceridade: por que você deseja emagrecer? Para ter uma saúde melhor e cuidar do próprio corpo ou para se encaixar nos padrões de beleza impostos pela sociedade? Se você respondeu a segunda opção, então é necessário que você reflita sobre a sua motivação e repense se você realmente precisa emagrecer.

Além disso, reflita sobre o que uma mudança significativa como essa poderá acarretar em sua vida, na sua relação com o seu corpo e na sua autoestima. Será que você não se tornará dependente de ter um corpo esbelto para se sentir bem e feliz consigo?

– Procure ajuda profissional

E o mais importante: você não precisa passar pelo processo todo sozinho. Se depois de refletir e analisar a sua situação, você entendeu que a sua relação com a comida e com o seu corpo está desajustada, procure o apoio de sua família, mas também não deixe de buscar ajuda de um terapeuta ou psicólogo que te orientará a seguir o melhor caminho para lidar com o problema.

E não se esqueça: melhor do que ter um corpo bonito, é estar saudável – mental e fisicamente – e feliz consigo mesmo.

E aí, você identificou algum destes sinais em sua rotina de dieta e perda de peso? Acredita que pode mudar algo para sofrer menos e emagrecer corretamente? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Patricia Leite

Dra. Patricia é Nutricionista - CRN-RJ 0510146-5. Ela é uma das mais conceituadas profissionais do país, sendo uma referência profissional em sua área e autora de artigos e vídeos de grande sucesso e reconhecimento. Tem pós-graduação em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é especialista em Nutrição Esportiva pela Universidad Miguel de Cervantes (España) e é também membro da International Society of Sports Nutrition.

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