Covid pode estar ligada ao aumento do risco de Alzheimer, aponta estudo

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Mesmo após o fim da pandemia, o coronavírus pode estar relacionado a outros problemas de saúde. As infecções pelo vírus podem acelerar processos biológicos associados ao desenvolvimento do Alzheimer, especialmente em pessoas que enfrentaram os casos graves de Covid-19 ou que tinham outros fatores de risco pré-existentes para o declínio cognitivo.

A ligação entre os impactos da doença respiratória e o declínio cognitivo foi feita em um estudo de pesquisadores do Imperial College London. O resultado foi publicado na revista Nature Medicine.

A pesquisa encontrou uma possível ligação entre o histórico de Covid-19 e o aumento de biomarcadores no sangue ligados à presença de proteínas amiloides defeituosas, uma das causas do Alzheimer.

Os efeitos encontrados foram comparáveis a quatro anos de envelhecimento, com impactos mais significativos em pacientes que foram hospitalizados por Covid-19 grave ou com fatores de risco para demência, como tabagismo e hipertensão.

O impacto foi tão significativo no aumento de marcadores que chegou a ser metade do que pessoas com a mutação APOE apresentam. Quem possui esse gene corre grande risco de desenvolver Alzheimer precoce.

Quando se desenvolvem de forma anormal, as proteínas beta-amiloides (Aβ) geram aglomerados no cérebro que danificam os neurônios e contribuem para o declínio cognitivo. Na pesquisa, os cientistas analisaram os biomarcadores de 1.252 participantes do UK Biobank, com idades entre 46 e 80 anos. Os cientistas compararam os que tiveram uma infecção prévia por Sars-CoV-2 com um grupo controle.

A Covid é um fator de risco especial, então?

O neurocientista Paul Matthews, principal autor da pesquisa, reforça a necessidade de e mais estudos para confirmar se a Covid-19 é um fator de risco independente para o Alzheimer ou se outros patógenos, como o vírus da gripe, teriam efeitos semelhantes.

“Há muito tempo suspeitamos de uma ligação entre doenças infecciosas e a progressão de doenças neurodegenerativas, tanto com doenças virais – como herpes e gripe – quanto com algumas infecções bacterianas crônicas. Esta última análise sugere que a Covid-19 pode ser potencialmente um desses impulsionadores da doença, particularmente entre aqueles com fatores de risco subjacentes”, disse o especialista em comunicado à imprensa.

O profissional também enfatizou a importância de entender como doenças infecciosas podem contribuir para a progressão de doenças neurodegenerativas. “Quanto mais sabemos sobre os fatores de risco para demência, mais oportunidades temos para intervir e prevenir”, pontuou.

Matthews diz que, apesar dos resultados, o estudo é observacional, ou seja, avaliou a coincidência de casos em um grupo de pessoas, mas não a relação de causa e consequência da infecção.

A equipe também aponta que os biomarcadores sanguíneos usados na pesquisa, como a proporção de Aβ42:Aβ40 e níveis de pTau-181, ainda são ferramentas relativamente novas de diagnóstico do Alzheimer. Sua utilidade clínica está em avaliação, portanto, mais estudos são necessários para confirmar as descobertas e entender os mecanismos envolvidos.

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