Fígado

Gordura no fígado grau 2 é perigoso?

Publicado por
Dr. Lucio Pacheco

Recebeu um diagnóstico moderado ou grave de fígado gorduroso? Entenda se ter gordura no fígado grau 2 é perigoso e confira algumas estratégias para lidar com essa doença hepática.

Quando acumulada no fígado, a gordura pode prejudicar muito a função desse órgão vital. Além do comprometimento do órgão, a gordura no fígado é capaz de causar uma série de problemas metabólicos e afetar também a função de outros órgãos.

A gordura no fígado pode se manifestar em dois graus. O grau 1 da doença se refere a um menor acúmulo de gordura do que no grau 2. Aliás, confira também se ter gordura no fígado grau 1 é perigoso.

Por outro lado, a gordura no fígado grau 2 é um quadro mais preocupante. Nesse caso, há um acúmulo moderado de gordura no órgão e um princípio de inflamação. Como resultado, sintomas como dor na parte direita do abdômen e inchaço abdominal podem surgir.

Quando a inflamação no fígado é confirmada, temos o que os especialistas chamam de esteatose hepática – uma inflamação hepática capaz de causar danos sérios às células do fígado.

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As causas da esteatose hepática podem ser problemas metabólicos – como a diabetes, a hipertensão, o sobrepeso ou o colesterol alto, por exemplo – ou hábitos como o abuso de álcool ou o uso de certos remédios que prejudicam a função do fígado.

De fato, estimativas publicadas em 2016 em um estudo da revista científica Hepatology indicam que até 25% da população adulta com gordura no fígado tem algum grau de esteatose hepática não associada ao consumo de bebidas alcoólicas.

Fígado gorduroso é perigoso?

Por ser uma doença de grau 2, já é possível imaginar que se trata de algo preocupante. Apesar de não ser a forma mais agressiva de fígado gorduroso, ter gordura no fígado grau 2 é perigoso, sim.

Aliás, o principal motivo do perigo é que ela é uma doença silenciosa que não costuma apresentar sintomas. Assim, a ausência de sinais de que seu fígado está sofrendo pode fazer com que você não cuide dele e que surjam complicações de saúde. 

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De fato, ter gordura no fígado grau 2 é perigoso, pois o órgão pode ficar inflamado com mais facilidade do que no grau 1. Além disso, a doença abre caminho para problemas mais graves como a cirrose hepática e o câncer de fígado, por exemplo.

Vale mencionar que o excesso de gordura também eleva o risco de doenças cardiovasculares, que são uma das principais causas de mortes no mundo todo.

Como identificar o fígado gorduroso?

Além de cuidar da sua alimentação e de cultivar hábitos saudáveis, é importante medir a gordura visceral e fazer exames de rotina periodicamente.

Alguns sinais de alerta que seu corpo pode dar por meio de testes são alterações em exames de sangue como altos níveis de triglicerídeos e alterações nos níveis de enzimas hepáticas.

A identificação dessas alterações e uma ultrassonografia de abdômen para confirmar a inflamação e os danos ao fígado normalmente são suficientes para o médico dar um diagnóstico.

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Caso você tenha dúvidas sobre a saúde do seu fígado e queira fazer um diagnóstico, veja qual exame de fígado fazer e o que ele mostra.

Como melhorar a saúde do fígado

As estratégias para tratar o fígado gorduroso incluem o uso de medicamentos, suplementos e mudanças no estilo de vida.

Remédios

Alguns dos remédios prescritos para tratar a gordura no fígado são, por exemplo:

  • Metformina ou outros remédios para diabetes para controlar a glicemia e evitar o acúmulo de ainda mais gordura no organismo;
  • Orlistat, que serve, dentre outras coisas, para controlar o peso corporal;
  • Remédios para diminuir a pressão arterial;
  • Medicamentos para regular o colesterol;
  • Vitamina E na dose de 400 a 800 UI (unidades internacionais) ao dia.

Aliás, os adeptos do tratamento natural podem gostar de saber quais são os melhores chás para gordura no fígado.

Suplementos

Além disso, suplementos como a vitamina E, o ômega 3, a berberina e o cardo de leite, por exemplo, são promissores para o tratamento do fígado gorduroso e estão sendo estudados para esse fim.

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Mas mesmo optando por suplementos para tratar a gordura no fígado, é importante contar com o aval de um médico, já que mesmo remédios naturais podem sobrecarregar o fígado ou causar outros problemas.

Hábitos mais saudáveis

Estudos indicam que perder o excesso de peso corporal em cerca de 7% a 10% do peso total pode contribuir com o tratamento do fígado gordo. Ainda assim, é importante que isso seja feito com base em uma dieta equilibrada.  

Quando há o acúmulo de gordura, mas o fígado não está lesionado, é possível tratar a condição apenas com mudanças no estilo de vida e com o monitoramento regular dos níveis de gordura no órgão.

Aliás, existem coisas no seu dia a dia que fazem mal ao seu fígado e que você nem se dá conta. Sendo assim, as mudanças como as seguintes são bem-vindas:

  1. Ingerir mais fibras presentes em frutas, legumes e grãos integrais;
  2. Evitar o consumo de alimentos processados;
  3. Limitar o consumo de bebidas alcoólicas;
  4. Praticar algum exercício físico que some ao menos 150 minutos de atividade por semana ou 30 minutos por dia;
  5. Limitar os carboidratos refinados como doces, pães e massas;
  6. Evitar as gorduras saturadas e as gorduras trans encontradas na carne vermelha e em alguns alimentos industrializados.

Por fim, adotando essas medidas, é possível reduzir o acúmulo de gordura no fígado, pois tudo isso ajuda a garantir que seu fígado não seja gravemente danificado e até mesmo pode reverter os danos mais leves.

De fato, a maioria dos casos de gordura no fígado não progride para problemas muito sérios. Mas é claro que isso depende do seu comprometimento em ter um estilo de vida mais saudável.

Vídeo: 8 sintomas de gordura no fígado

Confira quais podem ser os sinais da gordura no fígado e conheça trocas que podem ajudar a saúde do órgão:

Vídeo: 5 trocas importante para seu fígado e saúde

Fontes e Referências Adicionais

Você já imaginava que ter gordura no fígado grau 2 é perigoso? Já recebeu esse diagnóstico? Comente então abaixo!

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Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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  • Oi gostaria de saber tô com gordura no fígado 2 como devo deiminui

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