Grávida Pode Tomar Ômega 3?

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Quem está de fora não consegue ter muita noção de quantas mudanças uma gestação traz para a vida de uma mulher. E não estamos falando somente das alterações corporais, hormonais ou emocionais que uma grávida enfrenta, mas também os cuidados com todos os alimentos que consome e suplementos e medicamentos que utiliza.

Afinal, a partir do momento em que a futura mamãe descobre que está esperando um neném, ela sabe que tudo o que coloca em seu organismo também pode afetar – positivamente ou negativamente – o seu filho ou filha.

Por isso é tão fundamental que a gestante conte com o acompanhamento do médico ao longo de todos os nove meses para saber o que pode e não pode comer ou tomar e o que pode e não pode fazer e tirar todas as dúvidas que tiver, em prol de sua saúde e do desenvolvimento adequado do seu bebê.

A grávida pode tomar ômega 3?

Isso inclui consultar o médico para saber se a grávida pode tomar ômega 3. O médico que cuida da gestação da mulher é quem deve dar a palavra final a respeito de quais suplementos ela pode utilizar, em qual dosagem eles devem ser usados e quanto tempo pode durar o tratamento com esses produtos.

Dito isso, segundo a Associação Americana da Gravidez, o ômega-3 já foi apontado como essencial para o desenvolvimento neurológico e o desenvolvimento visual inicial do bebê, além de ser utilizado depois do parto para a produção de leite.

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De acordo com a organização, estudos também indicaram que um consumo maior do nutriente pode diminuir os riscos de alergia em crianças.

Também foi proposto que o aumento da ingestão dos ômega-3 ácido eicosapentaenoico (EPA) e ácido docosahexaenóico (DHA) pode ajudar a prevenir o parto prematuro, reduzir os riscos de pré-eclâmpsia (pressão alta na gestação) e aumentar o peso ao nascer.

Acredita-se também que a deficiência de ômega-3 pode elevar os riscos de que a futura mamãe desenvolva a depressão, completou a Associação Americana da Gravidez.

A dieta ocidental comum tem deficiência no nutriente, o que é agravado na gestação, já que a mulher tem os seus níveis de ômega-3 diminuídos pelo fato do feto utilizar os seus estoques do nutriente para o desenvolvimento do seu sistema nervoso, destacou a organização.

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O problema é que as melhores fontes dos ômega-3 EPA e DHA são os peixes de água fria, que levantam uma preocupação justificada em relação aos seus teores de mercúrio e toxinas, que se acumulam durante o tempo de vida desses animais, alertou a Associação Americana da Gravidez.

A grávida pode tomar ômega 3, no entanto, é orientada a limitar a sua ingestão de peixes oleosos em ômega-3 por conta do mercúrio presente neles.

Mas por que o mercúrio é tão preocupante assim para uma gestação? Bem, a ingestão de muito mercúrio pode causar danos ao sistema nervoso do bebê que se encontra em desenvolvimento.

Então, o que fazer?

Uma alternativa pode ser um suplemento de óleo de peixe purificado, indicou a Associação Americana da Gravidez, que afirmou que uma versão do produto de boa qualidade produzida por fabricantes de boa reputação vai fornecer o EPA e o DHA sem o risco de toxicidade.

Segundo a organização, essas toxinas podem ser virtualmente eliminadas durante a fabricação e o processamento do óleo de peixe por meio do uso de matérias-primas de qualidade e de técnicas avançadas de refinamento.

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Para a Associação Americana da Gravidez, um produtor confiável de óleo de peixe é aquele que fornece documentos com resultados de testes de laboratórios de terceiros que apresentam os níveis de pureza do seu suplemento.

Na hora de escolher um produto confiável, a instituição recomenda rejeitar os suplementos de óleo de peixe que tenham cheiro de peixe ou sabor de peixe ou outros sabores fortes ou artificiais.

Caso esteja grávida, consulte o médico e peça que ele te ajude a encontrar um suplemento de ômega-3 que seja seguro para você e o seu neném, caso o profissional julgue necessário a utilização do produto para você, obviamente.

Se você toma um suplemento, nunca tome mais do que o seu obstetra recomenda e nunca comece a tomar o suplemento sem a permissão do seu médico.

Por outro lado

O National Health Service (Serviço Nacional de Saúde, NHS, sigla em inglês) do Reino Unido alerta que uma gestante não deve tomar suplementos de óleo de peixe, suplementos vitamínicos de dosagem elevada ou qualquer suplemento que contenha a vitamina A (retinol).

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A organização também recomenda que a futura mamãe evite consumir fígado e produtos à base do alimento, já que eles também podem conter muita vitamina A. O motivo? De acordo com o NHS, a ingestão de muita vitamina A pode provocar danos ao feto que ainda não nasceu.

Além disso, uma pesquisa apontou que o uso de suplementos de óleo de peixe durante a gestação não melhora a inteligência da criança.

No estudo em questão, a pesquisadora em nutrição infantil Jacqueline Gould e sua equipe deram 800 mg do ômega-3 DHA diariamente a mulheres que estavam na última metade da gravidez e um placebo a gestantes também na última metade da gravidez.

Os cientistas acompanharam mais de 500 filhos dessas mulheres e examinaram diversos resultados de desenvolvimento como QI, linguagem, habilidades acadêmicas, memória e resolução de problemas.

De acordo com a publicação, eles não encontraram diferenças entre os dois grupos, exceto um percentual de raciocínio ligeiramente maior entre os filhos das mulheres que tomaram o suplemento de DHA.

Para a pesquisadora Gould, o estudo feito por ela e seu colegas não sugeriu que os suplementos de DHA beneficiam ou prejudicam o desenvolvimento infantil.

A nutricionista Jennifer House defende que é melhor que a gestante obtenha o ômega-3 por meio da dieta, já que os alimentos que contêm o composto também fornecem outros nutrientes.

Mas e quanto ao mercúrio presente nos peixes que servem como fonte do nutriente? Bem, é preciso evitar os peixes com maior teor da substância e saber em que quantidade e frequência o alimento pode ser consumido.

Quanto maior e mais velho o peixe for, mais mercúrio é provável que ele tenha.

De acordo com as diretrizes da Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA, sigla em inglês), órgão de saúde dos Estados Unidos, mulheres que estejam gestantes devem evitar por completo sete tipos de peixe que são fontes abundantes de mercúrio: tubarão, espadarte, cavala-verdadeira, espadim (marlim), olho-de-vidro laranja, peixe-batata (tilefish/ Malacanthiadae) e atum patudo.

Uma mulher grávida deve limitar o seu consumo de atum branco (albacora) em 170 g por semana.

Se você está grávida, consulte o seu médico para saber quais peixes você pode consumir e qual a quantidade e frequência máxima na qual eles podem ser ingeridos. Ao comprar o peixe ou comer o alimento em um restaurante, certifique-se de que se trata de um produto de boa procedência, que obedece às regras sanitárias e está livre de contaminações.

Outros riscos

Quando analisamos se a grávida pode tomar ômega-3 não podemos deixar de abordar os perigos, além daqueles associados ao mercúrio e à vitamina A, que esse tipo de suplemento pode trazer.

“Ao tomar um suplemento de óleo de peixe, você pode experimentar efeitos colaterais por conta de uma alergia. Se você experimentar dor no peito ou arritmia cardíaca, febre e calafrios ou sintomas semelhantes ao da gripe, deve contatar o seu médico imediatamente. Alguns sintomas desagradáveis, mas não imediatos que você pode experimentar com os suplementos de óleo de peixe são arroto, mau hálito dor nas costas e uma erupção cutânea”, informou a mestra em comunicação sobre saúde Amanda Lynch.

Também é essencial informar ao médico a respeito de todos os medicamentos, suplementos e plantas que utilize para que ele verifique se não faz mal usar um desses produtos ao mesmo tempo de um suplemento com ômega-3. Isso antes de começar a usar o suplemento de ômega-3, logicamente.

Essa consulta é especialmente importante para quem toma remédios como anticoagulantes, estrogênicos, diuréticos e betabloqueadores.

Atenção

Lembre-se que este artigo serve somente para informar e jamais pode substituir qualquer orientação médica.

Fontes e Referências Adicionais:

Você já tinha ouvido falar que grávida pode tomar ômega 3? Durante sua gravidez, seu médico recomendou que você evitasse peixes ricos na substância? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Patricia Leite

Dra. Patricia é Nutricionista - CRN-RJ 0510146-5. Ela é uma das mais conceituadas profissionais do país, sendo uma referência profissional em sua área e autora de artigos e vídeos de grande sucesso e reconhecimento. Tem pós-graduação em Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, é especialista em Nutrição Esportiva pela Universidad Miguel de Cervantes (España) e é também membro da International Society of Sports Nutrition.

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