O Leite de Magnésia de Phillips (Hidróxido de Magnésio) é um medicamento encontrado na forma de frascos de 120 ml e 350 ml que é indicado como um laxante, para o tratamento da prisão de ventre ocasional.
O produto pode ser utilizado ainda como um antiácido e para amenizar a azia e a má digestão. Mas será que podemos usar também o leite de magnésia para axilas como desodorante?
Podemos usar o leite de magnésia para axilas?
De início, é importante destacar que o leite de magnésia não é um desodorante em sua essência – tanto que, conforme acabamos de conferir, ele é apresentado como um remédio que funciona como laxante e antiácido. Mas isso não significa que ele não seja usado como desodorante por algumas pessoas.
Há quem defenda a utilização do leite de magnésia para axilas como uma alternativa para combater o suor e o odor corporal. A sugestão é despejar o leite de magnésia em um pote vazio de desodorante roll-on ou spray e fazer a aplicação do produto de manhã e na parte da noite.
Uma explicação química de quem defende o uso de leite de magnésia para axilas é que são os ácidos que trazem o mau cheiro, assim, se usarmos substâncias básicas no local, o meio seria neutralizado. Por exemplo, se utilizarmos o leite de magnésia, que é a base hidróxido de magnésio, estaremos tornando o meio básico, o que irá provocar a morte das bactérias e, consequentemente, elas não irão decompor as substâncias orgânicas eliminadas no suor.
Embora o suor seja eliminado pelas glândulas sudoríparas, inicialmente sem nenhum cheiro desagradável, bactérias presentes na pele metabolizam as substâncias do suor e produzem compostos que apresentam um odor desagradável como os ácidos mencionados anteriormente.
Ou seja, por se tratar de um produto básico, ao ser aplicado na pele, o leite de magnésia deixa o pH da região bastante elevado, tornando inviável o desenvolvimento de alguns tipos de micro-organismos.
Como o crescimento e a multiplicação das bactérias que metabolizam o suor é prejudicado, a consequência lógica é que o suor não seja transformado em ácidos com cheiro ruim.
Para quem se interessou em usar o leite de magnésia para axilas, a sugestão é aplicar o produto com o auxílio de uma bolinha de algodão na região.
Como o leite de magnésia não apresenta nenhum tipo de fragrância, para quem prefere desodorante com um cheiro gostoso, outra dica é pingar algumas gotinhas de um óleo essencial que lhe agrade como lavanda e cravo, por exemplo.
No entanto, o produto não bloqueia o suor
Ainda que estratégias naturais como passar leite de magnésia, bicarbonato de sódio ou limão nas axilas mudem o pH da região e combatam as bactérias e o cheiro desagradável, elas não impedem que o suor ocorra.
Portanto, se você sofre com o suor excessivo, o ideal é que procure o auxílio médico para receber um tratamento adequado e completo para combater o problema.
Dermatologistas questionam o uso do leite de magnésia na pele
Alguns especialistas ressaltam que passar o leite de magnésia na pele provoca a morte de bactérias protetoras da região, que o produto pode fazer a pele perder água e ficar ressecada, irritada e sensível, o que pode causar outros problemas para a região como dermatite atópica, acne e rosácea.
Há ainda uma corrente que afirma que embora o uso de leite de magnésia para axilas não apresente riscos ou faça mal para a pele, o produto perde a sua eficácia com o passar do tempo.
Cuidados com o leite de magnésia
O remédio é contraindicado para as pessoas que têm histórico de alergia a qualquer um dos seus componentes. Também não é indicado que os pacientes com problemas nos rins ou no coração utilizem o hidróxido de magnésio.
Já para as seguintes pessoas, é mandatório consultar o médico antes de começar a usar o remédio:
- Gestantes – neste caso, o remédio só deve ser utilizado quando estritamente necessário, o que deve ser definido pelo médico;
- Mulheres que estejam amamentando;
- Pessoas com histórico de problemas nos rins;
- Pessoas com histórico de apendicite ou sintomas da condição, como náusea, vômito e dor abdominal ou estomacal;
- Pessoas com histórico de dieta com restrição de magnésio;
- Pessoas com histórico de alterações repentinas nos hábitos intestinais que duram por mais de duas semanas;
- Crianças com menos de dois anos de idade;
- Pessoas que fazem uso de outros medicamentos de prescrição ou não como poliestireno sulfonato de sódio, ibuprofeno, penicilamina, bifosfonatos, cetoconazol ou tetraciclina – também consulte o médico caso use qualquer outro remédio, suplemento ou planta para ter certeza que não faz mal utilizar produto ou substância em questão e o Leite de Magnésia ao mesmo tempo.
Durante o tratamento com o remédio, é necessário manter uma ingestão adequada de líquidos. Ou seja, fique de olho na quantidade de água que consome, certificando-se de que está bebendo uma quantia suficiente.
O medicamento pode provocar a diarreia – nos casos em que isso acontecer, principalmente em idosos e crianças, a recomendação é interromper imediatamente o uso do produto. Também é possível ter reações como inchaço, cólica, náusea, gases e aumento da sede por conta do uso do Leite de Magnésia.
O hidróxido de magnésio pode interagir com o ácido fólico (vitamina B9), ferro e potássio. Por inibir a absorção do ácido fólico, a substância pode atrapalhar a síntese da vitamina B12.
Pode haver ainda necessidade de repor o potássio no organismo depois que utilizar o Leite de Magnésia como um laxante. Converse com o seu médico a respeito da melhor e mais segura forma de fazer isso.
O usuário que sofrer com dor abdominal persistente depois de usar o produto deve consultar o médico. Também deve-se recorrer ao médico imediatamente quando o uso do medicamento gerar reações, que apesar de improváveis ou raras são sérias, como:
- Sintomas de níveis elevados de magnésio no organismo;
- Sintomas de desidratação – aumento da urina, tontura, sede extrema, boca muito seca, dor abdominal ou estomacal, fezes com sangue, sangramento retal;
- Sintomas de uma reação alérgica séria – erupção cutânea (na pele), coceira ou inchaço (principalmente na face, língua ou garganta), tontura severa e dificuldade para respirar.
Fique atento ainda a problemas como mudanças inexplicáveis nos padrões do seu intestino e prisão de ventre que dura mais do que sete dias mesmo com o uso de laxantes, que também devem ser informados ao médico assim que forem percebidos.
Falando nisso, ao experimentar qualquer tipo de efeito colateral ao tomar o remédio, vale a pena procurar ajuda médica, mesmo que o sintoma em questão não aparente ser grave.
Além disso, leia com atenção as instruções do produto para não correr o risco de utilizar o medicamento de maneira equivocada.
Isso serve para verificar a real seriedade do sintoma, receber o tratamento apropriado caso seja necessário e saber se pode continuar a usar o medicamento ou não.