O uso de anticoncepcionais é alvo de polêmicas e já foi associado a problemas de saúde, dentre eles, a formação de coágulos sanguíneos. Foi justamente isso o que aconteceu com a britânica Holly Whitehall, 22 anos.
A jovem não imaginou que o incômodo que sentia na região do quadril pudesse ser devido a alguma enfermidade mais grave.
“Senti uma dor na parte superior do quadril, mas como vou muito à academia, pensei que tinha distendido um músculo. Alguns dias depois, a área ficou mais dolorida e tentei tratar com bolsa de gelo e calor, mas nada ajudou”, detalha, em entrevista ao portal DailyMail.
Com a piora, Holly decidiu procurar ajuda e os médicos suspeitaram que era um cisto ovariano. No entanto, com a realização de exames, foram descobertos diversos coágulos sanguíneos nos pulmões, estômago e perna direita da jovem.
“A dor na perna piorou tanto que eu não conseguia andar. Os coágulos estavam em vários lugares e os médicos ficaram surpresos por não terem afetado a minha respiração. Eles disseram que era uma quantidade significativa de trombos e eu tinha sorte de estar viva. Fiquei bastante chocada”, recordou.
Desde o início de 2022, Holly trocou de pílulas três vezes. Os profissionais responsáveis pelo atendimento da jovem afirmam que os coágulos sanguíneos foram causados por uma complicação rara associada ao anticoncepcional.
Os coágulos foram detectados apenas 10 dias antes de Holly viajar por seis meses. “Eu deveria voar para a Austrália duas semanas depois. Os médicos basicamente disseram que se eu tivesse entrado no avião, provavelmente nunca teria voltado para casa”, contou.
Holly fará tratamento para o resto da vida
A britânica precisou realizar duas cirurgias de emergência para remover os coágulos e restaurar a circulação no quadril. Devido ao problema, ela terá que tomar medicamentos anticoagulantes pelo resto da vida.
Outros testes apontaram que Holly tem síndrome antifosfolípide (SAF), uma doença autoimune conhecida como síndrome do sangue grosso.
O distúrbio causa um risco aumentado de coágulos sanguíneos e é desencadeado por certos medicamentos, incluindo as pílulas anticoncepcionais. Outros fatores de risco são hábitos alimentares ruins, fumo e sedentarismo.
A moça ficou três meses internada e incentiva outras pessoas a não ignorarem os sintomas: “O que mais me assusta é que eu não sabia o que estava acontecendo no meu corpo e a rapidez com que esse problema surgiu”.
“Você nunca pensa que vai acontecer com você. Eu diria às pessoas para não ignorarem quaisquer sinais ou dores que estejam sentindo. Eu atrasei o tratamento pensando que não era nada demais”, concluiu.
É considerado baixo o risco de desenvolvimento de coágulos sanguíneos em quem toma pílulas anticoncepcionais. De acordo com o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS), isso ocorre com uma a cada mil pessoas.
Outros possíveis efeitos colaterais do uso de anticoncepcionais são: alteração no ciclo menstrual, acidente vascular cerebral (AVC), infarto, acnes e aumento da pressão arterial. Converse com o seu médico para encontrar o método anticoncepcional mais seguro e indicado para você.