Anticoncepcional faz mal? Essa é uma das perguntas mais comuns nos consultórios de ginecologistas, uma vez que existe a crença popular de que o uso de qualquer método contraceptivo hormonal, como a pílula, pode provocar diversos problemas de saúde.
Mas, como veremos a seguir, as pílulas anticoncepcionais são seguras para a maior parte das mulheres que não possuem fatores de risco.
Então, vamos agora conhecer melhor os diferentes métodos contraceptivos e os riscos que eles podem trazer para a saúde, bem como os seus efeitos colaterais mais comuns.
O que é um anticoncepcional?
Chamamos de anticoncepcional os diferentes métodos que existem para prevenir a gravidez, sejam eles hormonais ou não.
Os métodos hormonais utilizam hormônios sintéticos, com estrutura e função semelhante aos que nosso corpo produz, que podem ser usados em associação ou separados. São eles:
- Estrogênios
- Progestênios
Assim, vamos agora conhecer cada um dos métodos anticoncepcionais existentes:
1. Métodos contraceptivos hormonais
Apesar de esses métodos conterem hormônios, eles são bastante diferentes entre si, seja na forma de uso, na composição ou na dose de hormônio.
São eles:
- Pílulas combinadas: Esse tipo de anticoncepcional contém os dois tipos de hormônios citados acima.
- Minipílulas: Essas pílulas contêm apenas progestênio, e são normalmente recomendadas para mulheres que não podem tomar pílulas combinadas devido a efeitos colaterais ou interações.
- Implante contraceptivo: Esse método, que utiliza apenas progestênio, que é liberado em um ritmo lento e constante por três anos.
- Injeções contraceptivas: A injeção tem o mesmo efeito da pílula, e pode ser usada a cada 1 ou 3 meses, dependendo da formulação, que pode ser a mesma da pílula combinada ou da minipílula.
- Anel vaginal: O anel contraceptivo vaginal é um pequeno anel de plástico transparente que é inserido na vagina e que libera hormônios por três semanas
- Adesivo contraceptivo: O adesivo tem um efeito bastante semelhante ao da pílula, com a vantagem de sua liberação ser constante e controlada, sem a necessidade de tomar o medicamento diariamente
- Dispositivo intrauterino (DIU) hormonais: Esse tipo de método contraceptivo libera progestênio diretamente no útero, o que faz com que ele cause menos efeitos colaterais. Além disso, ele tem uma duração longa, de cerca de 5 anos.
2. Métodos contraceptivos não hormonais
Entretanto, como vimos, algumas mulheres podem apresentar efeitos colaterais severos, assim como contraindicações. Para esses casos existem outros métodos contraceptivos disponíveis no mercado, que não contêm hormônios em sua composição. São eles:
- Preservativos, tanto feminino quanto masculino
- Diafragma, que é um método de barreira colocado no interior da vagina
- Gorro cervical ou Femcap, que é bastante semelhante ao diagrama, porém com um tamanho menor
- Espermicida, que é um produto utilizado para matar os espermatozoides, impedindo assim a gravidez
- DIU metálico, de cobre ou prata, que impedem a gravidez sem, no entanto, conter hormônios
Entretanto, é importante lembrar que esses métodos podem ser usados por todos, mesmo que não apresentem efeitos colaterais ou contraindicações aos anticoncepcionais hormonais.
Anticoncepcional faz mal?
Essa é uma pergunta difícil de ser respondida, uma vez que, como vimos logo acima, existem diferentes tipos de anticoncepcionais.
Mas, de forma geral, o uso de anticoncepcionais hormonais está ligado ao surgimento de alguns sintomas desagradáveis, e alguns deles podem aumentar o risco de desenvolver algumas doenças, como veremos com mais detalhes a seguir.
Anticoncepcional causa câncer?
Essa é uma questão que gera bastante polêmica, uma vez que existem estudos que mostram que há o aumento do risco, enquanto outros afirmam que essa associação não existe.
Mas, o que se sabe é que alguns tipos de câncer de mama são sensíveis ao efeito hormonal, e utilizar anticoncepcionais pode estimular o crescimento desses tumores, principalmente no caso da pílula combinada e dos contraceptivos injetáveis.
Assim, o assunto deve ser sempre discutido com o seu médico, que irá avaliar as especificidades de seu caso antes de recomendar algum tipo de contraceptivo.
Benefícios dos anticoncepcionais
Apesar dos riscos, o uso da pílula anticoncepcional pode também trazer benefícios para a saúde, além da prevenção da gravidez indesejada.
Inclusive, existem estudos que mostram que outros tipos de câncer podem ser prevenidos (ao menos parcialmente) com o uso de anticoncepcionais. São eles:
- Câncer de endométrio
- Câncer de ovário
E, além da prevenção do câncer, o uso de contraceptivos também podem diminuir o risco e tratar os sintomas de outras doenças, como:
- Doença inflamatória pélvica
- Sintomas associados à TPM
- Endometriose
- Cisto de ovário
- Miomas
- Doenças benignas de mama
- Síndrome do ovário policístico
- Hirsutismo feminino
Veja também: 5 maneiras simples de reduzir os riscos de ter câncer de mama
Principais efeitos colaterais
Os contraceptivos hormonais costumam causar efeitos colaterais bem parecidos. Entretanto, existe uma exceção: o DIU hormonal, uma vez que sua ação costuma ser apenas local, e não sistêmica.
Assim, os efeitos colaterais mais comuns são:
- Dores de cabeça
- Retenção de líquido
- Ganho de peso, tanto pela retenção de líquidos quanto pelo maior acúmulo de gorduras
- Alterações nos padrões do fluxo menstrual, como sangramentos de escape durante o ciclo
- Maior sensibilidade das mamas
- Alterações de humor
- Tromboses e embolias
- Diminuição da libido
Contraindicações
Em geral, a pílula anticoncepcional é contraindicada para mulheres com algumas condições de saúde ou fatores de risco que aumentem a chance de efeitos colaterais severos. São eles:
- Gravidez e lactação
- Fumantes com mais de 35 anos
- Hipertensão arterial moderada a grave
- Histórico ou diagnóstico atual de trombose ou embolia
- Casos de cirurgias de grande porte
- Histórico ou diagnóstico atual de cardiopatias isquêmicas, como o infarto do miocárdio
- Histórico ou diagnóstico atual de acidente vascular cerebral (AVC)
- Enxaqueca ou outros tipos de dores de cabeça graves e recorrentes
- Cirrose hepática descompensada
- Tumores de mama e fígado.
Além disso, existem outros casos em que o uso de anticoncepcionais hormonais podem ser feitos, porém com bastante cuidado. Assim, é indispensável conversar com seu médico antes de começar a utilizar esses contraceptivos, para evitar possíveis complicações.
Fontes e referências adicionais
- Manual de anticoncepção. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.
- Contraception and Reproduction: Health Consequences for Women and Children in the Developing World. National Research Council (US).
- Reproductive Health. Office of Population Affairs, U.S. Department of Health & Human Services.
- Birth Control. U.S. Food & Drug Administration.
- Hormonal contraception and depression: a survey of the present state of knowledge. Archives of gynecology and obstetrics.
- Birth Control Pill. Planned Parenthood.
Fontes e referências adicionais
- Manual de anticoncepção. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.
- Contraception and Reproduction: Health Consequences for Women and Children in the Developing World. National Research Council (US).
- Reproductive Health. Office of Population Affairs, U.S. Department of Health & Human Services.
- Birth Control. U.S. Food & Drug Administration.
- Hormonal contraception and depression: a survey of the present state of knowledge. Archives of gynecology and obstetrics.
- Birth Control Pill. Planned Parenthood.