Urina com Espuma – O Que Pode Ser e O Que Fazer

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Urina com espuma é algo que pode ser frequente no dia a dia de muitas pessoas. Neste artigo, você irá saber o que pode ser, o que fazer, as possíveis causas e como tratar.

Muitas vezes, a micção com espuma é algo normal e não indica qualquer complicação, pois, devido à velocidade e a pressão do líquido na água, a espuma pode se formar. No entanto, quando essa textura é persistente, alguma complicação pode ter se instalado, como proteinúria, por exemplo, que é o excesso de proteína na micção que, por sua vez, pode ser indicativo de problemas renais.

No entanto, não é possível aferir sem conhecer os demais sintomas e exames adequados. Nesses casos, é necessário conhecer as possíveis causas da urina com espuma para que você possa averiguar e procurar um médico especialista, caso necessário.

Confira abaixo as principais causas associadas à urina espumosa:

Causas da Urina com Espuma

Dentre as possíveis causas, a presença do aspecto espumoso na micção pode estar relacionada a certos tipos de complicações renais, além de indicativos de problemas do trato urinário. Mas há ainda a possibilidade de ser apenas a pressão da urina sobre a água o fator responsável pela formação da espuma que se vê após a micção.

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Abaixo, você irá conferir as principais causas associadas à manifestação da urina com aspecto espumoso. Conheça:

Proteinúria

A proteinúria é uma complicação que pode ser grave e atinge as funções renais. Cybelle Ghossein, nefrologista no Northwestern Memorial Hospital, em Chicago, diz que a espuma pode ser a manifestação da proteína aglomerada na micção.

De acordo com o National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases (NIDDK), a urina é composta basicamente por água, ureia, ácido úrico e sal. Essas substâncias vêm dos rins que, por sua vez, são afixados embaixo da caixa torácica. Ainda, segundo a instituição, diariamente os rins são responsáveis por filtrar até 150 litros de sangue, produzindo, em média, de um a dois quartos de urina.

Quando uma pessoa está desidratada, a urina fica mais concentrada, pois a proteína presente não fora diluída adequadamente. No entanto, quando há o consumo regular e adequado de água, a proteína é diluída e aparece menos na urina.

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Alguns outros sintomas de proteinúria podem incluir pele ressecada e com feridas, falta de ar, fadiga, náuseas, inchaço e micção frequente. A proteinúria é diagnosticada por meio de exame de urina.

Além disso, os casos de proteinúria podem indicar problemas graves relacionados aos rins. Saiba mais:

Complicações Renais

Quando os níveis de proteína na urina estão persistentemente altos, pode ser um sinal de que há algo errado com os rins, que permitem que as proteínas vazem na urina mais do que deveriam. Pessoas com hipertensão e diabéticas são mais suscetíveis a essa complicação.

As pessoas que possuem pressão alta tendem a ter os vasos sanguíneos mais contraídos e debilitados ao longo do tempo, inclusive os dos rins. Isso prejudica seu funcionamento adequado e pode levar a diversas complicações renais.

Casos como hiperfiltração glomerular, uma doença renal que é caracterizado, dentre outras coisas, pela proteinúria, podem ser sérios quando não são tratados adequadamente.

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Diabetes

A presença de espuma na urina também pode ser um indicativo de diabetes, pois, tanto o diabetes tipo 1 quanto o tipo 2 podem induzir hiperglicemia, prejudicando os vasos sanguíneos nos rins e dificultando o funcionamento adequado. Em decorrência disso, o excesso de proteína se manifesta na urina.

Quando uma pessoa possui diabetes não controlado, consequentemente terá mais glicose na corrente sanguínea. A glicose é uma molécula grande e, se os níveis de glicose no sangue estiverem muito altos, os rins podem ter problemas para filtrar as moléculas corretamente. Consequentemente, os rins podem permitir que o excesso de glicose e proteínas escapem por meio da urina, dando o aspecto espumoso à micção.

Além desse sintoma, pessoas que possuem diabetes podem estar sujeitas a outros sintomas como boca seca, sede constante, visão embaçada, fome a todo tempo, micção frequente, problemas de pele e fadiga.

Ejaculação Retrógrada

Embora os casos de ejaculação retrógrada sejam mais raros, há a manifestação de espuma na urina quando ocorrem.

Quando a ejaculação retrógrada acontece, em vez de o sêmen ser liberado pelo pênis, ele retorna à bexiga. Alguns dos sintomas desse fenômeno incluem pouca ejaculação, urina espumosa – pois contém sêmen – e infertilidade masculina.

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No entanto, não se trata de uma complicação que possa prejudicar a saúde do homem, uma vez que a ejaculação retrógrada só requer tratamento se o homem estiver tentando engravidar uma mulher. No entanto, é interessante informar seu urologista sobre a condição para que seja investigada caso esse seja um sintoma subjacente de outras complicações.

Uso de Certos Medicamentos

Alguns medicamentos também tendem a tornar a urina mais espumosa. Remédios à base de fenazopiridina – administrado para tratar infecções urinárias – tendem a promover esse fenômeno.

Além disso, o consumo constante de analgésicos e remédios para a dor podem fazer a urina se tornar mais espumosa, pois alguns desses medicamentos podem aumentar os níveis de proteína na urina.

Doenças Autoimunes

As doenças autoimunes tendem a pressionar os rins. Isso faz com que o sistema de filtragem presente nesse órgão seja danificado.

Dessa maneira, a proteinúria ocorre, fazendo com que a proteína vá direto à urina, dando a ela o aspecto espumoso, pois o sistema imunológico não consegue conter esse quadro e ataca os filtros renais. Uma das doenças autoimunes que tende a desencadear essa complicação é o lúpus e seus sintomas.

Os sintomas que permitem identificar a presença de uma doença autoimune podem variar de acordo com o tipo da doença, mas, de maneira geral, eles costumam fazer o paciente passar por episódios de fadiga, febre intermitente e dores e desconforto nas articulações.

Sendo assim, se você apresenta esses sinais, associados à urina espumosa recorrente, então recomenda-se que você procure um médico para averiguar a situação.

Infecções Crônicas

Outra possível causa para urina com espuma são as infecções crônicas, como a hepatite, mycoplasma, HIV, citomegalovírus e fibromialgia, por exemplo. Nesses casos, o sistema imunológico se torna incapaz de combater a infecção e o agente infeccioso permanece no organismo por um longo período.

Com isso, o agente patogênico pode causar a inflamação dos tecidos e muitas dessas complicações atingem diretamente os filtros renais, mais uma vez desencadeando quadros de proteinúria.

Em decorrência disso, a proteína é liberada na urina, formando espuma durante a micção.

Os tratamentos possíveis para infecções crônicas dependerão do tipo da doença e dos agentes patogênicos. Após o diagnóstico, o médico será responsável por indicar os tratamentos adequados ao paciente.

Jato Urinário

Algumas vezes, a presença de espuma na urina tem a ver com alguma condição anatômica, como o jato urinário muito potente. Segundo Yaakov Liss, nefrologista norte-americano, dependendo da potência do jato urinário e do quão distante ele está do vaso, a urina pode chegar à água com espuma.

Produtos Químicos

Muitas vezes esquecemos de considerar isso, mas quando um vaso sanitário fora limpo há pouco tempo com produtos químicos, pode haver certos produtos como desinfetantes que, ao terem contato com a urina, pode fazer com que ela tenha a aparência espumosa.

Como o Diagnóstico é Feito?

Por se tratar de uma condição que envolve o trato urinário, o exame mais comum para averiguar potenciais doenças é o exame de urina. Nele, o médico buscará identificar alguns indicativos de doenças, como a quantidade de proteína que, quando está alta, indica a proteinúria.

Nesses casos, mais exames serão necessários para identificar o que está causando essa condição. Alguns exames solicitados para averiguar as causas subjacentes incluem hemograma, medição de glicose, colesterol, ureia e creatina, dentre outros.

Além disso, quando o problema não é identificado logo de cara, exames imagéticos – como ressonância magnética – podem ser solicitados para verificar se não há complicações com a anatomia ou estrutura dos rins.

Quando o exame de urina é feito, o laboratório compara a quantidade de albumina, que é uma proteína primária no sangue, à quantidade de creatinina, outro produto residual. Quando a proporção de albumina para creatinina é maior que a média, pode ser indício de doenças ou lesões renais que prejudicam o sistema de filtragem.

Tratamentos Possíveis

O tratamento adequado só poderá ser indicado por seu médico após o diagnóstico. Nos casos de uma simples desidratação, por exemplo, o tratamento consiste em apenas aumentar a ingestão de água. Nesses casos, o parâmetro de hidratação é a cor da urina. Quanto mais clara estiver, mais hidratado você estará.

No entanto, quando se trata de diabetes, o tratamento pode variar de acordo com o tipo e avanço da doença, podendo prescrever injeções de insulina e adaptações em sua dieta para diminuir os níveis de glicose na corrente sanguínea.

Além disso, medidas como dietas mais saudáveis, controle de hipertensão, exercícios frequentes, monitoramento dos níveis de açúcar e restrição ao tabagismo, são algumas práticas que ajudam a melhorar a qualidade de vida de qualquer pessoa, pois ajuda a limpar o sangue e dar mais disposição ao paciente.

Quando o aspecto espumoso da urina persiste por vários dias, é necessário se atentar aos sintomas adjacentes e procurar um médico para solicitar os exames e efetuar o diagnóstico correto e iniciar o tratamento adequado.

Referências adicionais:

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Sobre Dr. Lucio Pacheco

Dr. Lucio Pacheco é Cirurgião do aparelho digestivo, Cirurgião geral - CRM 597798 RJ/ CBCD. Formou-se em Medicina pela UFRJ em 1994. Em 1996 fez um curso de aperfeiçoamento em transplantes no Hospital Paul Brousse, da Universidade de Paris-Sud, um dos mais especializados na Europa. Concluiu o mestrado em Medicina (Cirurgia Geral) em 2000 e o Doutorado em Medicina (Clinica Médica) pela UFRJ em 2010. Dr. Lucio Pacheco é autor de diversos livros e artigos sobre transplante de fígado. Atualmente é médico-cirurgião, chefe da equipe de transplante hepático do Hospital Copa Star, Hospital Quinta D'Or e do Hospital Copa D'Or. Além disso é diretor médico do Instituto de Transplantes. Suas áreas de atuação principais são: cirurgia geral, oncologia cirúrgica, hepatologia, e transplante de fígado. Para mais informações, entre em contato.

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