Após enfrentar uma série de problemas de saúde, o cantor Zé Neto, da dupla com Cristiano, largou de vez o cigarro eletrônico. O sertanejo, no entanto, ainda ficou com algumas sequelas por um longo período.
Atualmente, o artista de 34 anos diz que tenta driblar os sintomas psicológicos dos problemas enfrentados. “Só me arrependo até hoje de ter fumado. O cigarro foi uma das piores coisas que aconteceu comigo. Acho até que foi o grande culpado da minha depressão ter piorado, porque atacou exatamente na coisa que eu mais amo fazer. Eu não conseguia cantar, não conseguia respirar, então comecei a ficar com medo de cantar”, explicou ao “Fantástico”, da TV Globo.
As questões psicológicas surgiram bem antes e Zé Neto chegou a pensar em encerrar a dupla com Cristiano. Eles seguiram com a agenda, até que, durante um show, o cantor teve uma crise de pânico. “Eu comecei a tremer, aí meu coração disparou, meu rosto começou a formigar, eu tive uma síndrome do pânico. Eu dizia: ‘Estou morrendo'”, recordou.
“É aquele ciclo vicioso de depressão: ‘Vamos empurrar mais um pouquinho’. Foi aumentando. E o que era uma gotinha, virou tempestade”, contou.
Depressão
Em bate-papo recente com a imprensa, Zé Neto deu mais detalhes do momento turbulento de sua saúde mental. “Comecei um tratamento empurrado pelos outros e que eu não queria fazer, mas aceitava. O consumo de álcool excessivo foi, sem dúvida nenhuma, um problema muito grande na minha vida, junto com o cigarro eletrônico”, analisou.
O cantor costumava ir fumando no caminho para os shows, portanto, quando subia no palco, estava rouco por causa da fumaça. Para driblar o problema, bebia para ficar “anestesiado” e, assim, não sentir vergonha ao não conseguir cantar. “Ele entrava no camarim de alguns artistas amigos nossos e eu tinha vontade de agarrar ele e arrancar de lá. Ele só fica falando merd* e era muito difícil”, confirmou Cristiano.
Os dois tinham discussões, já que Cristiano proibia bebidas alcoólicas nos camarins, para que Zé Neto não perdesse o controle. “A pessoa tem dificuldade em enxergar essa doença e eu estava vendo de fora a transformação na personalidade do Zé. Era uma pessoa que precisava se dopar para subir no palco. Ele bebia, juntava com o efeito da medicação e ele cada vez mais perdido”, observou a segunda voz da dupla.
Zé Neto iniciou um tratamento intensivo em São Paulo em que passava quatro horas por dia em terapia. “Para poder me encontrar, porque eu já não sabia mais quem era o Zé e quem sou eu”, concluiu.