Ouvir do médico que precisa fazer uma biópsia de colo do útero certamente não é o momento mais alegre para uma mulher. Afinal, o nome assusta. Mas, você sabe o que exatamente ela é?
Bem, a biópsia de colo do útero é um procedimento cirúrgico que envolve a remoção de uma amostra do tecido do colo do útero para análise. A técnica também pode ser usada para a retirada completa de um tecido anormal e para tratar células que podem virar câncer.
Quando a biópsia do colo do útero é indicada?
O procedimento pode ser necessário quando o médico encontra algo anormal em um exame pélvico ou no papanicolau.
A biópsia do colo do útero pode ajudar a identificar a presença de células cancerosas ou pré-cancerosas, que são células anormais e que podem ser o primeiro sinal de um câncer que pode se desenvolver anos depois. No entanto, precisar fazer uma biópsia de colo do útero não significa automaticamente que a mulher tem ou terá câncer.
O ginecologista ainda pode indicar a biópsia do colo de útero em casos de sangramento excessivo fora do período menstrual, dor pélvica, hiperplasia endometrial (aumento da espessura do endométrio), ausência de menstruação e dificuldade para engravidar.
Além disso, ela pode ser usada para diagnosticar ou ajudar a tratar pólipos no colo do útero, verrugas genitais e exposição ao dietilestilbestrol (DES), caso a mãe da paciente tenha tomado o DES durante a gestação, substância que aumenta os riscos de câncer no sistema reprodutivo.
Como é feita?
Há diferentes tipos de biópsia de colo do útero e o método escolhido depende do motivo por que a paciente precisa fazer o procedimento e do seu histórico médico. São eles:
- Biópsia por punção: Uma lâmina circular é usada para remover uma amostra de tecido. Uma ou mais punções podem ser feitas em diferentes áreas do colo do útero
- Biópsia em cone: Uma laser ou bisturi remove porções grandes no formato de cone do tecido do colo do útero
- Curetagem endocervical: Um instrumento chamado cureta, que tem o formato de uma colher, raspa o revestimento do canal endocervical, uma área entre o útero e a vagina que não pode ser vista do lado de fora do colo do útero. Durante o procedimento, são removidas células do canal endocervical
Antes de fazer o procedimento, a paciente deve tirar todas as suas dúvidas com o ginecologista, esclarecer a ele se está grávida ou pensando em engravidar, dar detalhes sobre o seu histórico médico, relatar todos os remédios e suplementos que usa, informar se tem alergia ou sensibilidade a qualquer tipo de remédio, anestesia ou látex e responder as demais perguntas que o médico fizer.
O profissional de saúde vai instruir a paciente quanto à preparação necessária para a sua biópsia, o que pode incluir a necessidade de fazer jejum, se abster de ter relações sexuais nas 24 horas antes do procedimento e não usar absorvente interno e cremes vaginais, por exemplo.
É fundamental prestar atenção em tudo o que o médico disser e obedecer rigorosamente todas as orientações que ele passar para que a biópsia de colo do útero saia conforme o esperado.
Etapas da biópsia de colo do útero
Uma biópsia de colo do útero pode seguir as seguintes etapas:
- A paciente esvazia a bexiga por completo, se despe completamente ou da cintura para baixo e coloca uma vestimenta hospitalar.
- O procedimento começa como um exame pélvico normal: a mulher deita na mesa de exame e coloca o pé nos estribos, ficando na posição ginecológica.
- Ela recebe uma anestesia local ou geral, se for uma biópsia em cone.
- Então, é inserido um instrumento chamado espéculo na vagina para manter o local aberto durante o procedimento. O médico também pode usar um colposcópio, um equipamento com lentes especiais que ajuda a visualizar os tecidos cervicais. O colposcópio fica na abertura da vagina, mas não entra nela.
- Além disso, o colo do útero é lavado com uma solução de vinagre com água. Essa limpeza pode arder um pouco, mas não deve doer.
- O colo do útero também pode ser esfregado com iodo, um processo chamado de teste de Schiller, que serve para ajudar o médico a identificar tecidos anormais.
- Os tecidos anormais são removidos com o instrumento correspondente ao tipo de biópsia de colo do útero que está sendo feita. A quantidade de tecido a se retirar e o local de onde ele é removido também dependem do tipo de biópsia.
- O sangramento no local da biópsia pode ser tratado com medicamento tópico, sonda (eletrocauterização) ou pontos (suturas). Após o procedimento, o médico pode usar um material absorvente no colo do útero da paciente para reduzir o sangramento, mas não é toda biópsia que precisa disso.
- Por fim, a amostra de tecido é encaminhada ao laboratório para análise.
A recuperação do procedimento varia conforme o tipo de biópsia de colo do útero que foi feita. Por exemplo, depois de uma biópsia simples, a paciente pode descansar por alguns minutos e depois já vai para casa. Porém, se foi uma biópsia com anestesia, a mulher permanece em observação por um tempo.
Em todos os casos, a paciente precisa obedecer todas as orientações do seu médico quanto à recuperação após o procedimento, o que pode incluir não levantar peso, não usar absorventes internos e não fazer sexo por um tempo.
Se durante a recuperação da biópsia do colo de útero, a mulher tiver sangramento anormal e/ou intenso, corrimento vaginal com mau cheiro, dor (especialmente na parte inferior do abdômen), febre e/ou calafrios, ela deve procurar a ajuda do seu médico rapidamente.
O médico provavelmente vai querer checar a paciente depois de quatro semanas da biópsia para descartar qualquer complicação e conferir se ela está se recuperando direitinho do procedimento.
Resultados
Além disso, o médico vai chamar a paciente para conversar sobre os resultados da sua biópsia de colo do útero e discutir os próximos passos. Mas, é importante lembrar que ele avalia os resultados de maneira conjunta com o resultado de outros exames e com os sintomas que a mulher possa ter apresentado.
Os resultados de uma biópsia de colo do útero podem ser os seguintes:
- Negativo ou normal: Está tudo dentro da normalidade, não há alterações nas células do útero ou outro tipo de lesão. Provavelmente, não há nenhuma ação a ser tomada até o próximo exame de papanicolau, que a paciente não pode deixar de fazer.
- Positivo ou anormal: Significa que alguma alteração foi encontrada, como a presença de células cancerosas ou pré-cancerosas. Portanto, o médico certamente vai solicitar mais exames para entender melhor o que está acontecendo e indicar o tratamento adequado.
Fontes e referências adicionais
- Cervical Biopsy, University of Rochester Medical Center.
- Endometrial Biopsy, Stanford Children’s Health.
- Cervical Biopsy, Johns Hopkins.
Fontes e referências adicionais
- Cervical Biopsy, University of Rochester Medical Center.
- Endometrial Biopsy, Stanford Children’s Health.
- Cervical Biopsy, Johns Hopkins.