O HPV, conhecido como papilomavírus humano, é um vírus com mais de 150 variantes diferentes. Dentre elas, 12 têm a capacidade de causar câncer de colo do útero, ao passo que as demais podem resultar em lesões genitais e na pele.
No Brasil, o câncer de colo do útero é o segundo mais comum entre as mulheres e a quarta maior causa de morte por câncer. A transmissão do HPV ocorre principalmente através de relações sexuais, incluindo o contato oral-genital, genital-genital e mão-genital.
Estima-se que uma parcela significativa da população mundial esteja infectada pelo HPV: de 25% a 50% das mulheres e 50% dos homens.
Detecção precoce e acompanhamento adequado
A detecção precoce e o acompanhamento adequado são essenciais para a prevenção e o tratamento do HPV. Há diferentes testes disponíveis para identificar o vírus, como o papanicolau, que pode detectar lesões precursoras do câncer de colo do útero, e o teste de DNA do HPV, capaz de identificar o vírus em amostras de células cervicais.
Esses testes desempenham um papel crucial no diagnóstico precoce, permitindo intervenções médicas e tratamento oportunos.
O autoteste para HPV
Recentemente, no Brasil, foi lançado o primeiro teste para o diagnóstico do HPV que pode ser realizado pela própria pessoa, sem a necessidade de um profissional de saúde, aprovado por entidades nacionais e internacionais.
Com uma prescrição médica, a paciente pode ir até um laboratório e escolher entre dois modelos disponíveis para fazer a coleta.
São eles: o kit Self-FloqSwabs®, semelhante a um cotonete alongado, e o Rovers Evalyn®Brush, um dispositivo com uma haste flexível composta por fibras de náilon. O material coletado pode ser devolvido ao laboratório em até 30 dias.
A ginecologista Tatiana Megale de Lima, doutora pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), ressaltou ao VivaBem UOL que a facilidade, a praticidade e o conforto da coleta em casa podem aumentar a adesão das pacientes ao rastreamento do HPV.
O autoteste para HPV é uma alternativa viável para muitas pessoas que não se sentem confortáveis em fazer exames ginecológicos e, frequentemente, acabam adiando ou deixando de realizar os exames necessários para a detecção do vírus.
No entanto, é crucial seguir corretamente as instruções para evitar resultados negativos falsos, causados por erros. A ginecologista mestre pela Unifesp, Carla Dias aconselhou ao VivaBem UOL que a pessoa deve buscar auxílio do ginecologista se tiver dúvidas ou não se sentir seguir para fazer a autocoleta.
Limitações da autocoleta
De acordo com a especialista, é importante ressaltar que a autocoleta tem exclusivamente as funções de rastrear a infecção por HPV e prevenir o câncer de colo do útero.
Ela não detecta outras doenças sexualmente transmissíveis e não substitui a necessidade de ter acompanhamento periódico com um ginecologista, especialmente quando houver presença de sintomas, completou. As informações são da médica ginecologista e obstetra Larissa Cassiano em sua coluna no VivaBem UOL.