Certamente você já ouviu falar de pessoas que ficaram com sequelas após enfrentar um quadro grave de COVID-19. Ou das que tiveram sintomas persistentes mesmo depois que o vírus deixou o organismo.
Entretanto, segundo uma pesquisa com pacientes de um centro médico irlandês, o St. James Hospital, em Dublin, mesmo pessoas que tiveram casos leves da doença podem continuar a se sentir mal meses após a infecção.
O estudo identificou que 62% dos pacientes não tinham retornado à saúde completa quando voltaram para uma consulta médica de retorno, pouco mais de dois meses após o diagnóstico de COVID-19. Aproximadamente metade deles queixou de uma fadiga contínua.
Tanto os pacientes hospitalizados quanto as pessoas que se recuperaram da doença em casa relataram níveis similares de fadiga quando responderam a um questionário sobre o tema.
No total, os médicos analisaram 153 pacientes que tiveram a COVID-19 entre março a maio de 2020. Eles voltaram, no geral, 75 dias depois para uma consulta de retorno. Quase metade deles havia precisado de hospitalização enquanto o restante se recuperou da doença em casa.
A maioria desses pacientes sentiu que não estava 100%. A publicação do estudo ocorreu em 8 de janeiro no periódico Annals of the American Thoracic Society.
Mas nem todas as notícias do estudo são ruins
Muitos dos pacientes reclamaram de falta de ar em testes na esteira durante a consulta de retorno. Entretanto, apenas 4% tiveram resultados anormais em exames de raio-X de peito. Todos esses eram pacientes que precisaram de hospitalização devido à COVID-19.
Isso indica que na maioria dos casos os problemas de respiração não tinham relação com um dano persistente no pulmão, afirmou o pesquisador líder do estudo irlandês, Liam Townsend.
De acordo com o pesquisador, a culpa pode ser da fadiga e do descondicionamento do sistema cardiovascular e dos músculos.
No entanto, ainda não está claro o que exatamente está provocando a fadiga persistente e o mal-estar geral; principalmente entre as pessoas que tiveram casos mais leves de COVID-19, admitiu o pesquisador.
Estudos já haviam apontado problemas persistentes do novo coronavírus
Outras pesquisas recentes chegaram a estimar que 10% dos pacientes com COVID-19 podem ter sintomas persistentes como fadiga, insônia, falta de ar e brain fog (confusão, esquecimento, falta de foco e pouca clareza mental).
A maior queixa é fadiga e a segunda maior é o brain fog. As pessoas com um quadro mais severo e longo de COVID-19 são as que têm mais chances de sofrer com problemas prolongados.
Entretanto, às vezes se observa sintomas persistentes mesmo nos pacientes que tiveram um caso mais leve da doença.
Mesmo que não faça parte do grupo de risco, ninguém pode antecipar com certeza se caso pegue COVID-19 o seu quadro será leve e não trará sintomas persistentes. Portanto, o melhor mesmo é fazer tudo o que puder para prevenir-se contra o novo coronavírus.
Aprenda com um vídeo da nossa nutricionista como evitar um hábito que aumenta o risco de contágio pelo novo coronavírus: