Adam Pearson, 39 anos, precisou aprender a lidar com a reação das pessoas diante de sua doença rara que causou desfiguração facial.
O ator britânico sofre de neurofibromatose, doença genética que causa crescimento de inúmeros tumores, geralmente benignos, ao longo dos nervos, desde os cinco anos. Aos oito anos, os tumores já tinham progredido e seu rosto começou a ficar visivelmente desfigurado. A condição, no entanto, abriu portas em Hollywood.
Com o passar do tempo, Adam aprendeu a lidar com os olhares curiosos. “Você entra (no local) e vai fundo. (Digo,) Tipo: ‘Oi, meu nome é Adam. Sou novo aqui. Vamos ser amigos?’. Acho que uma conversa honesta faz toda a diferença. A curiosidade deve ser respondida com gentileza. Tudo o que as pessoas querem é saber que você está bem e que elas ficarão bem. Depois disso, é tranquilo”, apontou em entrevista à People.
Em sua cidade natal, ao sul de Londres, o ator é conhecido por suas várias aparições em documentários e realities. “Sou querido e, felizmente, as pessoas parecem embarcar no que eu faço”, analisou.
No ensino médio, entretanto, o artista enfrentou um período mais difícil de lidar. “Eu respirava fundo antes de passar pelos portões e tentava me segurar”, recordou.
Adam tem um irmão gêmeo que foi diagnosticado com a mesma condição, mas não desenvolveu sinais externos da doença. Já o ator passou por 39 cirurgias para remover o excesso de tumores.
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O ator se declara uma pessoa feliz e não sente pena de si mesmo. “Você pode ficar afundado em (pensamentos como) ‘não é justo, por que a vida é tão cruel?’. Isso não resolve nada”, cravou.
Como resultado dos tumores, o famoso perdeu a visão total de um olho. “Meu irmão e eu fomos criados para viver a vida que temos e não lamentar a que não temos. Minha deficiência abriu muito mais portas do que fechou”, refletiu.
Trabalho
Pearson alfinetou os roteiristas de Hollywood e assegurou que fará o que for possível para “acabar com o estigma da deficiência”.
“Não acho que haja vozes com deficiência suficiente alimentando o processo criativo. Fico frustrado quando as pessoas fingem que não conseguem encontrá-las. Claro, você não é obrigado, mas então não fique surpreso quando o que você criar for uma porcaria”, destacou.
O diretor Aaron Schimberg, que estava ao seu lado durante a entrevista, analisou: “Ele merece estar em outros filmes. Ele tem o que é preciso”.