A ingestão de fibras é essencial para manter o bom funcionamento do organismo. Essas substâncias oferecem diversos benefícios, como a melhora da saúde intestinal, controle da glicemia e do colesterol e impulsionamento do emagrecimento. E, agora, acredita-se que elas podem reduzir o risco de câncer ao alterar a atividade genética.
Um estudo de Stanford, publicado recentemente na revista Nature Metabolism, indica que as bactérias do intestino quebram as fibras em pequenas moléculas chamadas ácidos graxos de cadeia curta, proprianato e butirato.
Esses compostos podem modificar as histonas, proteínas que ajudam a “empacotar” o DNA, com influência na expressão genética, com influência na expressão genética.
Foram monitorados os efeitos do propionato e do butirato em células saudáveis e cancerosas do cólon e em céulas nos intestinos de camundongos alimentados com dietas fibrosas. Os resultados mostraram que, em certos casos, o proprionato e o butirato podem eliminar genes promotores de câncer e ativar genes supressores de tumores.
De acordo com a descoberta dos pesquisadores, ambos os ácidos graxos apresentaram efeitos ao estimularem a especialização celular e desencadearam a morte celular programada, principalmente em células cancerígenas.
“O artigo explora como os ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), especificamente o propionato e o butirato, agem como reguladores epigenéticos únicos ao vincularem a dieta, o metabolismo e a expressão genética”, explicou o médico Vinícius Carlesso, em entrevista à colunista Claudia Meireles, do site Metrópoles.
O estudo também destaca a capacidade que a fibra tem de modificar a cromatina do DNA, o que promove o crescimento celular, a diferenciação e regulação do transporte iônico e ainda pode inibir a proliferação de células cancerígenas em casos de câncer colorretal.
“Isso reforça o potencial desses AGCC como terapias naturais derivadas da dieta, especialmente no contexto da saúde intestinal e oncologia”, diz o profissional.
A pesquisa ainda é, segundo o especialista, uma demonstração de como as nossas escolhas alimentares e a saúde do microbioma interferem diretamente na regulação genética. O médico diz que uma refeição equilibrada pode oferecer benefícios no combate a doenças graves, como o câncer.
“É um marco na compreensão da interação entre dieta e epigenética, com implicações tanto terapêuticas quanto preventivas”, defende Carlesso, por fim.