O primeiro transplante de útero realizado no Reino Unido foi feito através de uma 40 anos e mãe de dois filhos, que doou o seu útero para que a irmã mais nova pudesse realizar o sonho de ser mãe. Esse feito é considerado um grande avanço na medicina reprodutiva.
A irmã mais jovem, de 34 anos, não podia ter filhos devido à síndrome de Rokitansky, uma doença congênita que faz com que as mulheres nasçam sem útero.
O transplante foi realizado em fevereiro no Hospital Churchill, localizado em Oxford, na Inglaterra. No entanto, a informação só foi divulgada em 23/08, com o objetivo de preservar as identidades da receptora e da doadora.
A cirurgia durou cerca de 18 horas e a paciente recebeu alta 10 dias após o procedimento. Os detalhes foram divulgados na revista BJOG: An International Journal of Obstetrics and Gynaecology.
Conforme relatado pela equipe médica, a cirurgia obteve êxito e o órgão transplantado foi descrito como “totalmente funcional”. A mulher terá uma probabilidade de 80% de ter uma gravidez bem-sucedida.
Apesar da síndrome de Rokitansky, a paciente tem ovários e é capaz de produzir seus próprios óvulos. Cinco deles foram coletados e congelados para a realização de fertilização in vitro, que deve ocorrer ainda este ano.
Animada com a possibilidade de expandir a família, a receptora expressou o desejo de ter tantos filhos quanto forem possíveis.
O cirurgião ginecológico Richard Smith, um dos principais médicos à frente da operação, disse ao jornal Daily Mail que no momento em que a paciente recebeu alta, o clima era de emoção e lágrimas fluíram.
Apesar de ser o primeiro transplante de útero feito no Reino Unido, estima-se que cerca de 100 cirurgias desse tipo já tenham sido realizadas em todo o mundo e que aproximadamente 50 bebês tenham nascido até o momento.
Os primeiros procedimentos bem-sucedidos ocorreram em Gotemburgo, na Suécia, em 2013. As informações são do Metrópoles.