Consequências da retirada do útero (histerectomia total)

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É comum ouvirmos que alguém que conhecemos fez a retirada do útero, uma cirurgia chamada histerectomia total. Mas normalmente não nos aprofundamos no assunto, já que ele não é tão divulgado na mídia.

No entanto, a histerectomia total é mais comum do que se pensa, e pode ser realizada para tratar uma série de condições médicas.

Por isso, a seguir vamos entender melhor o que é a cirurgia para a retirada do útero, bem como as consequências que a histerectomia pode trazer para a saúde.

Veja também: 10 remédios que não se pode tomar antes da cirurgia

O que é a cirurgia de histerectomia total?

A histerectomia total é, de forma resumida, a retirada do útero e do colo do útero. 

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A cirurgia pode ser feita usando diferentes técnicas, a depender do motivo pelo qual a cirurgia foi indicada e de outras questões de saúde.

Indicações da histerectomia total

Útero
Uma série de condições ligadas ao sistema reprodutivo da mulher podem provocar a indicação da cirurgia

A histerectomia total é uma cirurgia de grande porte, e só é realizada quando não há outras opções de tratamento.

Por isso, os médicos só indicam esse tratamento para alguns casos, como:

  • Endometriose
  • Câncer de colo uterino, de útero ou de ovários
  • Presença de tumores benignos, ou seja, não cancerígenos
  • Prolapso uterino
  • Dor pélvica crônica
  • Sangramento uterino anormal

Por fim, é importante ressaltar que a histerectomia não é uma forma de contracepção. Ou seja, nenhum médico irá indicar a cirurgia apenas para evitar uma gravidez.

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Isso ocorre por causa das possíveis complicações que podem ocorrer em uma cirurgia deste porte, e também pela existência de uma série de métodos contraceptivos disponíveis no mercado.

Tipos de histerectomia

Além do que explicamos logo acima, existem diferentes tipos de histerectomia, classificadas de acordo com a quantidade de tecido retirada:

  • Histerectomia subtotal, onde o cirurgião retira apenas a parte superior do útero, e deixa o colo uterino
  • Histerectomia total, onde são retirados o útero e o seu colo. É o tipo mais comum de histerectomia
  • Histerectomia radical, quando o médico retira o útero, o colo do útero, trompas de falópio, ovários, gânglios linfáticos e outros tecidos próximos

A escolha do tipo de histerectomia vai depender do problema tratado. Por exemplo, a histerectomia radical é realizada apenas em casos de câncer.

Como é feita a cirurgia de histerectomia total?

Como dito logo acima, a escolha do tipo de histerectomia vai depender do motivo que levou à indicação do procedimento.

E, além da modalidade cirúrgica, existem também diferentes formas de realizá-la:

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  • Cirurgia aberta, ou convencional: Neste tipo, o cirurgião faz um corte na parte inferior do abdômen, no mesmo local do corte de uma cesárea, e realiza a retirada do órgão
  • Histerectomia laparoscópica: Aqui o cirurgião irá fazer vários pequenos cortes, normalmente entre 5 e 6, por onde irá inserir os instrumentos cirúrgicos e uma câmera
  • Histerectomia vaginal: Por fim, neste tipo cirúrgico o médico realiza a retirada do útero através de um corte na vagina

Histerectomia total preventiva

Nas últimas décadas, descobriu-se que certos tipos de câncer têm origem genética. Ou seja, existem exames de sangue que conseguem identificar esses genes e dizer se a pessoa tem um risco maior ou não de desenvolver esses cânceres específicos.

Isso ocorre, por exemplo, com o câncer de mama, ovário, trompas de falópio e útero.

Assim, algumas mulheres optam por realizar a histerectomia total, com a retirada também dos ovários e das trompas, como forma de prevenir essas doenças.

No entanto, esse tipo de cirurgia só é realizado após testes genéticos, normalmente solicitados quando há um longo histórico familiar da doença.

Recuperação da cirurgia de histerectomia total

A recuperação cirúrgica pode variar bastante, dependendo do tipo de histerectomia (subtotal, total ou radical) e da forma como a cirurgia foi realizada.

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Assim, cirurgias abertas podem ter um período de recuperação mais doloroso, enquanto que nos procedimentos laparoscópico ou vaginal ele tende a ser mais tranquilo.

Porém, independentemente do caso, existem algumas recomendações para amenizar os incômodos desse período pós-cirúrgico. São elas:

  • Tomar os medicamentos prescritos por seu médico exatamente da forma como foi indicado
  • Se manter bem hidratada
  • Evitar esforço físico e se manter em repouso pelo tempo orientado por seu médico
  • Evitar também o estresse emocional, que pode impactar bastante na recuperação de qualquer procedimento
  • Se alimentar bem, mas dando preferência a alimentos naturais e não processados

Histerectomia total engorda ou emagrece?

Essa é uma dúvida bastante frequente entre mulheres que irão realizar a histerectomia. Mas, apesar de comum, não existe uma resposta definitiva que sirva para todos os casos.

Por isso, é importante fazermos algumas considerações:

  • Existem casos nos quais a pessoa pode perder bastante peso após a cirurgia, seja pela dificuldade de se alimentar ou por outras questões relacionadas ao procedimento
  • Já em outros casos, a pessoa pode ganhar peso, uma vez que é comum um período longo de repouso, total ou relativo, após a cirurgia. Nesses casos, o ganho de peso pode surgir pela falta de atividade física
  • E ainda existem casos onde o procedimento pode levar a consequências emocionais, como a ansiedade ou a piora de outras questões de saúde mental. Isso pode, por sua vez, causar tanto o ganho quanto a perda de peso, dependendo das características da mulher

Por fim, devemos frisar que a histerectomia não é uma cirurgia que tenha como objetivo a perda de peso, e que qualquer modificação que ocorra é considerada um efeito colateral do procedimento.

Riscos e efeitos colaterais da histerectomia total

Como qualquer cirurgia de grande porte, a histerectomia total traz consigo alguns riscos para a saúde. Os principais são:

  • Infecções
  • Hemorragias, que pode ocorrer durante e logo após a cirurgia
  • Danos aos órgãos próximos
  • Trombose, principalmente nas pernas 
  • Embolia pulmonar
  • Reações à anestesia ou a outros medicamentos usados na cirurgia

Outro ponto importante é que algumas mulheres relatam dor após histerectomia total, que pode ocorrer tanto pela cirurgia em si, quanto pelo desenvolvimento de aderências internas.

No entanto, na maioria dos casos, essa dor vai melhorando conforme o corpo se recupera da cirurgia.

Além disso, quando é realizada a histerectomia radical, como os ovários também são retirados, ocorre a chamada menopausa cirúrgica.

Isso se deve ao fato de que o corpo para de produzir os hormônios sexuais femininos, levando a um quadro semelhante à menopausa por idade. Os sintomas incluem:

  • Ondas de calor, chamadas também de fogachos
  • Ressecamento vaginal
  • Mudanças de humor
  • Falta de energia
  • Mudanças no peso
  • Dificuldades para dormir

Por isso, após a cirurgia é importante se atentar aos sintomas da menopausa, e iniciar o tratamento mais adequado para o seu caso.

Dicas e cuidados

Cirurgia
A cirurgia de remoção do útero não é um procedimento simples, e gera alguns impactos

A histerectomia total é uma cirurgia de grande porte, e pode trazer grandes impactos na vida da mulher, sejam eles positivos ou negativos.

Por isso, é extremamente importante procurar uma equipe médica que passe a confiança necessária, e que explique todo o processo e as suas potenciais consequências.

Além disso, existem algumas dicas básicas que podem ajudar na melhora da saúde e mesmo a prevenir que casos de problemas no útero cheguem a um estágio que requeira uma histerectomia. São elas:

  • Faça os exames de rastreio de câncer de colo de útero anualmente, para que qualquer problema possa ser detectado ainda no início
  • Não utilize medicamentos, principalmente contraceptivos hormonais, sem a orientação de um médico, pois eles podem trazer consequências sérias para a saúde
  • Caso sinta algum incômodo recorrente ou intenso na região pélvica, procure atendimento médico

Outro ponto importante é que, em muitas situações, a histerectomia tem um grande impacto psicológico, uma vez que é uma cirurgia que retira boa parte dos órgãos sexuais femininos.

Assim, pode ser necessário, para algumas mulheres, um acompanhamento psicológico antes e depois da cirurgia, para tratar ou mesmo evitar esse efeito.

Fontes e referências adicionais

Você já fez ou conhece alguém que já passou pela cirurgia de histerectomia total? Como foi a recuperação? Comente abaixo?

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Sobre Marcela Gottschald

Marcela Gottschald é Farmacêutica Clinica - CRF-BA 8022. Graduada em farmácia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 2013. Residência em Saúde mental pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Experiência em pediatria e nefrologia, com ênfase em unidade de terapia intensiva. Ela faz parte da equipe de redatores do MundoBoaForma.

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