Boa notícia para todos nós que esperamos por uma vacina contra a COVID-19.
Na segunda-feira (09/11), a farmacêutica americana Pfizer anunciou que uma análise inicial da sua vacina contra o novo coronavírus apontou uma eficiência de mais de 90% na prevenção da doença entre os voluntários que participaram dos testes.
Esses voluntários não apresentaram evidências de que tenham sido infectados pelo novo coronavírus anteriormente aos testes. A Pfizer desenvolve a vacina contra a COVID-19 em parceria com a empresa de biotecnologia alemã BioNTech.
A farmacêutica também anunciou que não foram observados problemas de segurança sérios da vacina. No entanto, é importante ter calma, pois esta é uma análise inicial dos próprios idealizadores da vacina.
Além disso, a Pfizer revelou apenas poucos detalhes dos seus testes clínicos. No entanto, a farmacêutica e a BioNTech planejam solicitar até o final do mês de novembro uma autorização emergencial para o uso da vacina.
Isso após coletar os recomendados dois meses de dados de segurança.
Ainda assim, fabricantes comemoraram resultados
Para a vice-presidente e chefe de pesquisa e desenvolvimento de vacinas da Pfizer, Kathrin Jensen, esse é um momento histórico. As fabricantes da vacina em questão também descreveram a notícia como um “grande dia para a ciência e para a humanidade”.
Entre as cerca de uma dúzia de vacinas contra o novo coronavírus em fase final de testes (fase 3), a vacina da farmacêutica e da empresa de biotecnologia é a primeira a apresentar resultados efetivos em termos de prevenção.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) permitiu a ampliação dos testes da vacina da Pfizer em parceria com a BioNTech de 1 mil para 2 mil voluntários.
Além do Brasil, os testes com a vacina em questão ocorrem na Alemanha, Estados Unidos, África do Sul, Turquia e Argentina. A expectativa dos fabricantes é produzir 50 milhões de doses até o final do 2020 e 1,3 bilhão de doses até 2021.
Especialistas pregam cautela
Entretanto, cientistas alertam contra a propaganda de resultados iniciais de testes de vacina, antes que se colete dados de longo prazo quanto a eficácia e segurança das imunizações. Além disso, ainda não se sabe quando tempo pode durar a proteção da vacina.
No Twitter, a microbiologista e presidente do Instituto Questão de Ciência Natalia Pasternak explicou que trata-se de uma análise parcial, que envolveu 94 pessoas.
Ademais, o índice de 90% de eficiência pode mudar quando se chegar à análise do número mínimo de voluntários, que é de 164, completou a especialista.
Ela também destacou que a Pfizer apenas anunciou, porém, ainda não publicou o estudo com os resultados preliminares dos testes da sua vacina.
Para a microbiologista, trata-se sim de uma notícia para comemorar, no entanto, é preciso manter os pés no chão. Portanto, enquanto esperamos por mais testes que comprovem a eficácia e segurança de uma vacina contra a COVID-19, precisamos continuar a nos proteger.
Ou seja, lavar bem as mãos ou passar, álcool em gel, usar máscaras, manter dois metros de distância para outras pessoas e todos os outros cuidados preventivos contra o novo coronavírus.