Tireoidite de Hashimoto – O Que é, Sintomas, Dieta e Tratamento

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A tireoidite de Hashimoto é uma condição autoimune em que o próprio sistema imunológico do paciente ataca a glândula tireoide, prejudicando o funcionamento normal dela, que é muito importante para regular os hormônios no nosso corpo.

A doença é uma das principais causas de hipotireoidismo no mundo e nesse artigo vamos falar sobre seus sintomas e sobre o tratamento disponível, além de dar dicas sobre como deve ser a dieta de uma pessoa que sofre de tireoidite de Hashimoto.

Tireoidite de Hashimoto – O que é?

A tireoidite ou doença de Hashimoto – conhecida também como tireoidite linfocítica crônica ou doença de Hashimoto – é uma inflamação que afeta a glândula tireoide, que é uma pequena glândula que fica na base do pescoço e que é responsável pela produção de diversos hormônios importantes para o metabolismo normal do corpo.

A tireoidite de Hashimoto pode causar problemas metabólicos que afetam a frequência cardíaca e a rapidez com que o organismo usa as calorias provenientes dos alimentos ingeridos através da dieta, levando muitas vezes ao ganho de peso.

Tal inflamação é desencadeada por danos causados à glândula por meio de agressões do sistema imunológico contra o órgão que produz anticorpos que prejudicam a função normal da tireoide de forma lenta e gradual.

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Essa agressão causada pelo próprio sistema imunológico geralmente torna a glândula tireoide hipoativa, fazendo com que ela produza menos hormônios do que o corpo necessita.

Mais comum em mulheres de meia-idade, a tireoidite de Hashimoto também afeta homens ou mulheres de qualquer idade, incluindo crianças.

Ainda não se sabe por que a tireoidite de Hashimoto se desenvolve. O que os cientistas sabem até o momento é que a doença resulta de uma combinação de fatores como a hereditariedade, a idade e o sexo.

Algumas conclusões observacionais que os médicos descobriram até então são:

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  1. Mulheres são mais propensas a desenvolver a tireoidite de Hashimoto, o que pode indicar que hormônios sexuais podem ter um papel no surgimento da doença;
  2. Pessoas que têm outro tipo de doença autoimune podem ter um risco maior de desenvolver tireoidite de Hashimoto. Exemplos de doenças autoimunes incluem a artrite reumatoide, o lúpus e a diabetes do tipo 1.
  3. Pessoas que foram expostas a níveis altos de radiação também podem ter um risco mais alto de ter a doença;
  4. Excesso de iodo pode desencadear problemas de tireoide em pessoas que já são suscetíveis à doença;
  5. Exposição a altos níveis de radiação parece ter a ver com o desenvolvimento de problemas na tireoide;
  6. Indivíduos de meia idade são mais propensos a desenvolver a doença de Hashimoto;
  7. Se outras pessoas da família já têm tireoidite de Hashimoto, as chances de que familiares também desenvolvam a doença aumentam.

Sintomas

Como é uma inflamação que vai progredindo lentamente ao longo do tempo, muitas pessoas já apresentam a doença, mas não têm sintomas perceptíveis.

Apenas casos de tireoidite de Hashimoto um pouco mais avançados surgem com sintomas. O primeiro sinal costuma ser o aumento do tamanho da tireoide, chamado de bócio, que pode deixar o pescoço levemente inchado e prejudicar o processo de deglutição dos alimentos.

Alguns outros sintomas que podem ajudar uma pessoa a suspeitar sobre a tireoidite de Hashimoto são:

  • Lentidão;
  • Fadiga;
  • Sensibilidade ao frio;
  • Perda de cabelo;
  • Unhas quebradiças;
  • Constipação;
  • Rosto inchado;
  • Inchaço na região do pescoço;
  • Pele seca e pálida;
  • Ganho de peso sem explicação plausível;
  • Fraqueza e dor muscular;
  • Lapsos de memória;
  • Depressão;
  • Sangramento menstrual excessivo ou prolongado (menorragia);
  • Dor e rigidez nas articulações;
  • Alargamento da língua.

Sintomas como os mencionados acima podem ser sinais de que a tireoide não está funcionando como deveria.

Se não for tratada, a tireoidite de Hashimoto vai progredindo lentamente até causar complicações sérias de saúde, como:

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– Bócio

A condição pode causar o aumento do tamanho da glândula, que é conhecido como bócio – uma espécie de inchaço na região do pescoço que pode eventualmente interferir na respiração e na deglutição normal.

– Problemas de saúde mental

Uma complicação da doença de Hashimoto é a depressão. A doença também pode interferir na libido e deixar o funcionamento cerebral mais lento.

– Mixedema

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Embora raro, o mixedema é um edema grave que se desenvolve na pele após vários anos de hipotireoidismo sem tratamento. Sintomas incluem sonolência e letargia profunda que podem levar à inconsciência.

– Problemas cardíacos

O risco de desenvolvimento de doenças cardíacas pode aumentar com a tireoidite de Hashimoto. É comum que pessoas com tireoide hipoativa apresentem alterações nos níveis de colesterol do tipo LDL – o colesterol “ruim” –, o que pode prejudicar a função cardíaca como um todo. Além disso, o hipotireoidismo não tratado pode contribuir para o aumento do coração e problemas como a insuficiência cardíaca.

Defeitos congênitos

Grávidas que sofrem de tireoidite de Hashimoto podem ter bebês com defeitos congênitos relacionados ao desenvolvimento corporal e ao intelecto. Bebês nascidos de mães com problemas na tireoide podem nascer como problemas cardíacos, danos cerebrais e danos renais. Assim, é muito importante que essas mulheres sigam o tratamento e façam um acompanhamento pré-natal cauteloso.

Diagnóstico

O tratamento pode ser iniciado logo após a confirmação do diagnóstico, que geralmente é feito com base em uma ultrassonografia da tireoide e em exames de sangue que mostrem os níveis de hormônios produzidos pelas glândulas tireoide e pituitária, bem como os níveis de anticorpos no organismo.

Pacientes com tireoidite de Hashimoto tendem a apresentar baixos níveis de hormônio tireoidiano e altos níveis de TSH – hormônio estimulador da tireoide. Além disso, serão detectadas quantidades elevadas e anormais de anticorpos que atuam contra a função tireoidiana como a peroxidase da tireoide, por exemplo.

Vale lembrar que pacientes que apresentam anticorpos acima do considerado normal, mas que apresentam resultados normais para a tiroxina livre e para o TSH, não precisam de tratamento. O médico apenas irá aconselhar que o paciente realize exames periódicos para monitorar a situação da glândula tireoide.

Ao realizar esses testes em exames de rotina, é possível diagnosticar a condição antes mesmo do aparecimento de sintomas, o que torna o tratamento muito mais fácil para o paciente.

Como é o tratamento?

Não existe cura para a tireoidite de Hashimoto, já que não há como reverter os danos já causados à glândula, tornando impossível que ela possa se recuperar e restabelecer o metabolismo normal sem a ajuda de medicamentos.

O tratamento consiste no uso de medicamentos para repor os hormônios que o corpo não produz. A reposição hormonal é feita com o uso de hormônios sintéticos tireoidianos encontrados em medicamentos como a levotiroxina, que é uma substância similar ao hormônio tiroxina, que deveria ser produzido pela tireoide inflamada.

A dose de hormônio que deve ser utilizada deve ser determinada por um médico habilitado com base na idade, no peso e na gravidade da doença do paciente, além de considerar a existência de outros problemas de saúde e o uso de outros medicamentos que podem interagir com os hormônios prescritos ao paciente.

O ponto mais importante durante o tratamento é monitorar a dose do medicamento com frequência através de exames periódicos para verificar como está o nível de TSH no sangue, pois o uso de hormônios em excesso pode causar problemas como o hipertireoidismo, além de acelerar a perda óssea e causar arritmias cardíacas. Assim, visite seu médico com frequência para que quaisquer ajustes na dosagem possam ser feitos sempre que necessário.

O tratamento pode demorar alguns meses até começar a surtir efeito, sendo muito importante que o indivíduo seja paciente e siga as orientações médicas à risca.

Em casos de bócios que não diminuem de tamanho, pode ser preciso remover a glândula tireoide cirurgicamente, principalmente quando o aumento do tamanho da tireoide resulta em dificuldades para engolir ou até para respirar.

Interações medicamentosas com a levotiroxina

O uso de levotiroxina com outras substâncias pode prejudicar a sua absorção. Na maioria dos casos, o problema é resolvido tomando medicamentos ou outros compostos que interferem na absorção da levotiroxina cerca de 4 horas depois de tomar.

Alguns medicamentos e suplementos que podem influenciar a absorção da levotiroxina de forma negativa são:

  • Suplementos de ferro ou multivitamínicos que contêm ferro;
  • Hidróxido de alumínio presente em alguns antiácidos;
  • Suplementos de cálcio;
  • Sucralfato, um medicamento usado no tratamento de úlceras;
  • Colestiramina, um remédio usado para reduzir os níveis de colesterol no sangue.

Dieta

Não há evidências científicas de que a ingestão de alimentos específicos tenha efeito direto sobre a tireoidite de Hashimoto, mas todos sabemos que uma boa alimentação é crucial para o bom funcionamento do organismo.

Alimentos ricos em minerais como o selênio, o zinco e o iodo, por exemplo, são importantes para o bom funcionamento da tireoide e para fortalecer o sistema imunológico. Assim, pode ser bom para pessoas que apresentam inflamação leve ingerir boas fontes de alimentos que contenham esses nutrientes para preservar a função tireoidiana por mais tempo.

Exemplos de alimentos que contêm selênio e zinco são fontes de gorduras saudáveis como as castanhas, o abacate, os peixes e as sementes. Já o iodo pode ser encontrado em frutos do mar, leite e ovos, mas não deve ser ingerido em excesso.

Alguns especialistas dizem que pessoas com tireoidite de Hashimoto precisam evitar consumir soja porque ela pode prejudicar a absorção de alguns nutrientes como o zinco, mas a verdade é que a chave está na moderação. Se você seguir uma dieta bem equilibrada longe de excessos, tudo ficará bem.

Lembre-se de que não basta seguir a terapia de reposição hormonal à risca e não cuidar da alimentação. Até porque uma alimentação desequilibrada em conjunto com a tireoidite de Hashimoto pode facilitar o aumento de peso, que pode trazer outros problemas de saúde como a obesidade e o aumento do risco de doenças cardíacas.

Assim, faça seus exames periódicos para acompanhar o tratamento e realizar ajustes na medicação e na dieta sempre que necessário.

Fontes e Referências Adicionais:

Você já foi diagnosticado com tireoidite de Hashimoto? Quais foram as recomendações do seu médico? Comente abaixo!

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Sobre Felipe Santos e Dra. Patrícia Leite

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