A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) atualizou suas diretrizes sobre colesterol e prevenções de doenças cardiovasculares. As metas agora estão mais rígidas, que incluem a categoria de risco extremo e recomendam a dosagem da lipoproteína(a), conhecida como Lp(a), pela primeira vez.

De acordo com as no as diretrizes, indivíduos de baixo risco cardiovascular devem manter o LDL abaixo de 115 mg/dL; quem apresenta risco extrema – ou seja, pacientes com eventos recorrentes, progressão acelerada da aterosclerose ou condições graves associadas -, por sua vez, têm como limite 40 mg/dL.
“A grande novidade é a criação da categoria de risco cardiovascular extremo. Esses pacientes demandam acompanhamento contínuo, metas ainda mais rígidas e início precoce de terapia combinada”, disse a cardiologista Nara Kobbaz, da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Ademais, outro ponto inédito é a recomendação de medir a lipoproteína(a) ao menos uma vez na vida. O exame se faz importante por ter forte influência genética e poder reclassificar o risco do paciente, mesmo em quem não apresenta fatores tradicionais.
As novas diretrizes também indicam que, com a dificuldade de muitos pacientes em alcançar os níveis ideais apenas com um medicamento, combinações como estatinas associadas à ezetimiba devem ser considerados desde o inícios em casos de maior risco.
“Essa estratégia proporciona maior impacto na redução do LDL e na prevenção de infarto e AVC em comparação à monoterapia”, pontuou Kobbaz.
Durval Ribas Filho, médico e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), destaca que o colesterol, apesar da fala de vilão, tem funções vitais no organismo. “Ele compõe estruturas de células, participa da produção de hormônios e auxilia na digestão de gorduras. O problema surge quando seus níveis estão desequilibrados, aumentando o risco de doenças cardiovasculares”, esclareceu.
O desafio, de acordo com o profissional, é justamente o desequilíbrio, já que o colesterol alto é silencioso e não apresenta sintomas aparentes. O exame de sangue, portanto, torna-se indispensável.
“Esse teste deve fazer parte do check-up de rotina, pois, quanto mais cedo se identifica uma alteração, maiores são as chances de controlar a condição de forma eficaz”, pontuou.
A expectativa da SBC é ampliar a prevenção com as novas recomendações, além de reduzir a mortalidade e melhorar o controle do colesterol no país, fortalecendo o enfrentamento às doenças cardiovasculares, que seguem como líderes de mortes no Brasil e no mundo.
O colesterol elevado é um dos principais fatores de risco para a aterosclerose, doença caracterizada pelo acúmulo de gordura nas artérias, que pode levar a infartos e acidente vascular cerebral (AVC). A preocupação é ainda maior, porque, segundo especialistas, muitas pessoas não conseguem atingir níveis adequados de controle.








