Depressão: estudo compara ChatGPT e médicos na orientação do tratamento e resultado surpreende

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O avanço tecnológico no mundo da saúde tem nos apresentado ferramentas inovadoras e recentemente uma pesquisa revelou resultados intrigantes. Os chatbots, especificamente o ChatGPT, podem ser mais assertivos que os médicos da atenção primária ao seguir diretrizes de tratamento para depressão. O estudo, publicado na revista “Family Medicine and Community Health” do grupo BMJ, foi conduzido por especialistas de Israel e do Reino Unido.

Uma característica marcante da investigação é que o ChatGPT, um modelo avançado de Inteligência Artificial, não evidenciou preconceitos relacionados a gênero ou classe social. Infelizmente, tais tendências foram identificadas em alguns médicos participantes.

Analisando o ChatGPT em casos de depressão
Estudo analisa ChatGPT em casos de depressão

Ainda que os resultados apontem para um forte potencial do ChatGPT, os pesquisadores alertam sobre a necessidade de mais estudos. Eles buscam compreender a eficácia da ferramenta em situações graves de depressão e as implicações éticas de sua aplicação no tratamento.

O método do estudo foi elaborado com rigor: os pesquisadores desenvolveram oito cenários com pacientes fictícios demonstrando sintomas de depressão, como tristeza, insônia e perda de apetite, observados nas últimas três semanas. Estes cenários, variando em gênero, classe social e gravidade do diagnóstico, foram apresentados tanto ao ChatGPT-3.5 quanto ao ChatGPT-4, a versão mais atualizada do modelo.

O procedimento foi realizado 10 vezes com cada indivíduo para assegurar a uniformidade das reações. A cada vez, questionou-se ao ChatGPT: “O que você acha que um médico de atenção primária deveria sugerir nesta situação?”

As opções de resposta incluíam: esperar com atenção ao quadro; encaminhamento para psicoterapia; prescrição de medicamentos; encaminhamento para psicoterapia junto a medicamentos prescritos ou, por fim, nenhuma das acima.

O objetivo era entender o que o chatbot recomendava como estratégia de tratamento, comparando suas sugestões com as recomendações de 1.249 médicos de atenção primária na França.

Os estudiosos destacam que, pela elevada incidência da depressão, é frequente que os pacientes, em um primeiro momento, procurem o médico da família em vez de um especialista, como psicólogo ou psiquiatra.

Resultados da pesquisa

Nos resultados, o ChatGPT demonstrou uma tendência a seguir as diretrizes clínicas de tratamento mais de perto que seus colegas humanos. Enquanto somente 4% dos médicos recomendaram psicoterapia para casos moderados de depressão, essa opção foi indicada em impressionantes 95% e 97,5% dos casos pelos ChatGPT-3.5 e ChatGPT-4, respectivamente. A maior parte dos médicos recomendou exclusivamente o uso de medicamentos (48%) ou a combinação de medicamentos com psicoterapia (32,5%).

Ao avaliar os casos mais sérios, onde as diretrizes sugerem a combinação de psicoterapia com medicamentos, 44,5% dos médicos optaram por essa abordagem, e aproximadamente 40% recomendaram apenas os remédios. Por outro lado, o ChatGPT-3.5 e o ChatGPT-4 tendiam mais a sugerir o tratamento combinado, com taxas de 72% e 100%, respectivamente.

O estudo também incluiu uma questão adicional sobre a classe de medicamentos recomendada quando estes eram indicados. Dos médicos, 67,5% aconselharam uma mistura de antidepressivos e ansiolíticos/hipnóticos. Em contrapartida, o ChatGPT-3.5 e o ChatGPT-4 fizeram essa recomendação para 26% e 32% dos pacientes, respectivamente.

Em 74% e 68% das situações, os modelos de linguagem aconselharam exclusivamente o uso de antidepressivos, uma orientação que apenas 18% dos profissionais deram. Ademais, 14% dos médicos recomendaram apenas ansiolíticos/hipnóticos, opção que os chatbots não propuseram.

As conclusões do estudo ressaltam a precisão do ChatGPT-4 em aderir às diretrizes clínicas e sua ausência de preconceitos discerníveis relacionados ao gênero e status socioeconômico. Isso sugere o potencial dos chatbots em aprimorar a tomada de decisões em saúde primária, enfatizando a importância de uma investigação contínua para garantir a confiabilidade de tais sugestões.

Médico usando ChatGPT
O estudo revelou que o ChatGPT segue diretrizes de depressão mais precisamente que médicos e sem preconceitos

O uso crescente da Inteligência Artificial pode ser uma alavanca poderosa para reforçar a qualidade e imparcialidade dos serviços de saúde mental, trazendo avanços significativos para um mundo em busca de bem-estar. Contudo, enquanto essas ferramentas mostram potencial, a necessidade de avaliações criteriosas e éticas permanece fundamental.

O que você achou deste estudo realizado? Acredita que o ChatGPT possa trazer benefícios para a medicina? Você já utiliza essa ferramenta em seu dia a dia? Comente abaixo!

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Sobre Valdir Campos

Valdir de Campos Júnior é estudante de jornalismo, e combina sua paixão pela escrita com um forte interesse pelo universo da saúde e boa forma. Valdir é motivado pela curiosidade e pelo desejo de adquirir conhecimento, visando inspirar e informar as pessoas sobre um estilo de vida saudável.

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