Doença de Lyme: o que é, sintomas, causa e tratamento

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A doença de Lyme é uma doença infecciosa transmitida pela picada de carrapatos infectados, e é mais comum em áreas verdes, como florestas, matas, fazendas e sítios. No entanto, ela também pode ocorrer em áreas urbanas, embora seja menos comum.

Porém, por ser uma doença relativamente rara, poucas pessoas conhecem os seus sintomas, o que leva a um atraso no diagnóstico e no início do tratamento.

Por isso, neste artigo iremos conhecer melhor a doença de Lyme, seus sintomas, formas de transmissão e tratamentos, para assim sanar as principais dúvidas sobre o tema.

Sintomas da doença de Lyme

Doença de Lyme
Doença de Lyme / Reprodução: via Wikipedia

A doença de Lyme tem 3 fases, e cada uma delas afeta o corpo de forma diferente. Por isso, iremos dividir os sintomas de acordo com a fase da doença:

1. Localizada precoce

Fase inicial da doença, com sintomas aparecendo entre 3 e 30 dias após a picada do carrapato.

Os sintomas incluem:

  • Mancha vermelha na pele, ao redor do local da picada, que é o sinal mais característico da doença
  • Febre alta e calafrios
  • Aumento do tamanho dos linfonodos
  • Dor de garganta
  • Fadiga
  • Dores musculares
  • Dor de cabeça

Como podemos notar, a maioria desses sintomas são semelhantes aos da gripe ou de outras viroses. Por isso, às vezes, o diagnóstico nesta fase pode ser difícil.

2. Inicial disseminada

Essa fase da doença pode ocorrer meses após a picada de carrapato, e inclui sintomas mais específicos e severos, como:

  • Artrite, com inchaço e dores intensas nas articulações
  • Piora das dores de cabeça
  • Dores musculares, nos tendões e ossos
  • Rigidez no pescoço
  • Paralisia facial
  • Dormência e formigamento em algumas partes do corpo
  • Mudanças no ritmo das batidas do coração, um problema chamado de arritmia

3. Tardia

Por fim, temos a fase tardia da doença, que surge quando as fases iniciais não foram tratadas. 

Os sintomas, mais severos, podem incluir:

  • Piora da artrite, que passa a atingir várias articulações
  • Problemas de memória
  • Dificuldades de concentração
  • Problemas com o sono, seja o seu excesso ou falta
  • Encefalopatia, que é a inflamação do cérebro
  • Piora e espalhamento da dormência

Causa e transmissão da doença de Lyme

O agente etiológico da doença de Lyme é a bactéria Borrelia burgdorferi, que pode estar presente no sangue de uma série de animais, principalmente os silvestres.

Assim, a doença precisa de um vetor para ser transmitida para seres humanos, ou seja, uma pessoa pode pegar a doença de Lyme apenas através da picada de carrapatos infectados.

Além disso, não existem evidências de que a doença de Lyme possa ser transmitida de pessoa para pessoa, nem através de comida ou água contaminadas.

Como é o diagnóstico da doença de Lyme?

Inicialmente, o médico pode suspeitar da doença de Lyme após a análise dos sintomas, principalmente se a pessoa vive em uma área de maior risco para a infecção.

Após essa primeira suspeita, existem alguns exames que podem confirmar o diagnóstico. São eles:

  • Detecção de anticorpos contra a bactéria, realizada por um exame imunológico
  • Detecção do material genético da bactéria, que é feita por um exame de PCR

Entretanto, a produção de anticorpos pode levar semanas para ocorrer, e por isso o exame pode dar um resultado falso negativo.

Além disso, outros exames podem ser solicitados, para avaliar a extensão dos danos causados pela doença e a necessidade de tratamentos complementares.

Tratamento da doença de Lyme

Como se trata de uma infecção bacteriana, o tratamento da doença de Lyme é feito com o uso de antibióticos. Os mais usados são amoxicilina, doxiciclina e ceftriaxona.

No entanto, pode-se utilizar outros tratamentos para amenizar os sintomas e complicações da doença. Alguns exemplos são:

  • Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), principalmente para tratar dores e reduzir a febre
  • Uso de marca-passo, quando a doença afeta o coração
  • Fisioterapia, já que a doença costuma causar artrites, em especial nos joelhos

Porém, é importante ressaltar que apenas um médico pode prescrever e orientar quanto aos possíveis tratamentos para a doença de Lyme, após a análise detalhada de exames e sintomas.

Formas de prevenir a doença de Lyme

Carrapato
É importante prevenir-se da picada de carrapatos para evitar a doença

A prevenção da doença de Lyme consiste em evitar o contato com carrapatos, principalmente quando se vive em áreas onde a doença é mais comum.

Por isso, separamos algumas dicas de como evitar as picadas de carrapato:

  • Evite andar em áreas de vegetação fechada e, caso seja necessário, utilize roupas que cubram o máximo de superfície de pele possível
  • Coloque as barras das calças por dentro das botas
  • Use repelentes que contenham dietiltoluamida (DEET) na superfície da pele. Mas consulte um pediatra antes de usar esses produtos em crianças
  • Verifique a pele e o couro cabeludo após situações que possam trazer o risco de picadas de carrapatos
  • Ao retornar de locais de risco para a doença de Lyme, verifique se há carrapatos nas roupas usadas

Além disso, se mesmo com essas medidas você foi picado por um carrapato, procure a orientação de um profissional de saúde.

Dicas e cuidados

Mesmo após completar o tratamento, é comum que o organismo leve um tempo para se recuperar da doença de Lyme, uma vez que a bactéria afeta diversos órgãos e articulações. Isso é mais frequente, no entanto, quando a doença é descoberta nas fases mais avançadas.

Por isso, é importante seguir as recomendações médicas, além de realizar algumas mudanças de estilo de vida que ajudem nessa recuperação.

Assim, separamos algumas dicas para aliviar os incômodos desse período:

  • Evite esforços físicos exagerados e repouse sempre que possível
  • Evite comidas processadas e dê preferência a comidas mais naturais, como frutas, legumes e verduras frescas
  • Tente encontrar formas de lidar com o estresse, como meditação
  • Mantenha uma boa hidratação
  • Faça algum tipo de atividade física leve regularmente, seja fisioterapia ou algum exercício. Mas sempre respeitando seus limites e com a supervisão de um profissional habilitado
Fontes e referências adicionais

Você já tinha ouvido falar da doença de Lyme? Conhece alguém que já teve esse diagnóstico? Comente abaixo!

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Sobre Marcela Gottschald

Marcela Gottschald é Farmacêutica Clinica - CRF-BA 8022. Graduada em farmácia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) em 2013. Residência em Saúde mental pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Experiência em pediatria e nefrologia, com ênfase em unidade de terapia intensiva. Ela faz parte da equipe de redatores do MundoBoaForma.

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