Hérnia abdominal: o que é, sintomas, causas, tipos e tratamento

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A hérnia abdominal se manifesta como um caroço na região da barriga, localizado sobretudo acima do umbigo, dentro do umbigo ou na virilha.

A hérnia abdominal é uma condição médica em que uma parte do intestino ou outros órgãos internos se projetam através de uma abertura ou fragilidade na parede abdominal. 

A parede abdominal é composta por músculos e tecidos que protegem os órgãos internos. Quando essa parede enfraquece, a pressão interna do corpo pode fazer com que uma parte dos órgãos internos se projete através dessa fraqueza ou abertura, formando uma protuberância, ou seja, um caroço visível na pele.

Geralmente, a hérnia abdominal não provoca sintomas, mas a protuberância pode aparecer quando a região abdominal é submetida a esforço, como levantamento de peso, tosse, evacuação e riso. 

No entanto, há casos em que surgem sintomas como dor, inchaço e vermelhidão no local, principalmente quando ocorre estrangulamento ou torção dos órgãos que estão dentro da hérnia abdominal. 

A hérnia abdominal é tratada com cirurgia para recolocar a parte do órgão na posição correta, atrás dos músculos. O procedimento cirúrgico é simples e geralmente é realizado com anestesia local. Na maioria dos casos, os pacientes recebem alta no mesmo dia. 

Você já conhece a hérnia abdominal? Descubra o que é, sintomas, causas, tipos e tratamentos dessa condição médica. Veja abaixo o que fazer!

Sintomas da hérnia abdominal

Dor abdominal
A protuberância na região abdominal acaba causando dor e desconforto

A intensidade e o tipo de sintomas da hérnia abdominal podem ser diferentes para cada pessoa, conforme a gravidade e características da condição. Algumas pessoas podem não sentir nada, enquanto outras podem apresentar sintomas variados, como: 

  • Protuberância, ou seja, um caroço visível na pele na região da hérnia abdominal
  • Dor, desconforto, sensação de queimação ou pressão na região da hérnia 
  • Sensação de peso na região abdominal 
  • Dor ao praticar exercícios físicos, levantar objetos pesados ou após ficar longo período em pé
  • Dificuldade para evacuar
  • Náuseas e vômitos em casos graves

Quando ocorre estrangulamento e torção da hérnia são situações graves que precisam de cuidados médicos imediatos.

O estrangulamento acontece quando uma parte do abdômen fica presa na hérnia e pode levar a falta de circulação sanguínea, causando sintomas graves como dor intensa, mudança de cor da hérnia, podendo ser vermelha ou roxa, náusea, vômito e febre.

Já a torção ocorre quando a hérnia gira, bloqueando o fluxo sanguíneo, causando sintomas semelhantes. 

Como confirmar o diagnóstico

O diagnóstico de hérnia abdominal em adultos é realizado pelo médico clínico geral, enquanto em crianças e bebês, é realizado pelo pediatra.

O médico ou médica responsável pelo diagnóstico baseia-se no histórico clínico e exame físico do paciente, verificando a presença de protuberância e dor na região abdominal. 

Em alguns casos, para confirmar o diagnóstico, o médico ou médica pode solicitar exames de imagem, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética

Em bebês, é mais difícil detectar a hérnia durante o exame físico, portanto, exames de imagem podem ser necessários.

Possíveis causas da hérnia abdominal

A hérnia abdominal ocorre quando os músculos do abdômen enfraquecem e permitem que parte do intestino, tecido gorduroso ou fluidos se acumulem sob a pele, formando uma protuberância. 

Vários fatores podem contribuir para o surgimento de hérnia abdominal, incluindo: 

  • Genética
  • Histórico anterior ou familiar de hérnia
  • Enfraquecimento muscular
  • Tosse crônica
  • Esforço excessivo para evacuar
  • Gravidez múltipla ou várias gravidezes em um curto período
  • Levantamento de pesos com carga excessiva, seja na academia ou no trabalho 
  • Obesidade ou sobrepeso (veja aqui a diferença entre sobrepeso e obesidade
  • Constipação 
  • Tabagismo 
  • Trauma abdominal
  • Cirurgia anterior na região abdominal
  • Diálise peritoneal, para tratamento de insuficiência renal

Hérnias abdominais podem ocorrer em bebês e crianças, com a hérnia umbilical sendo a mais comum nessas situações. No entanto, essas hérnias também podem afetar adultos, incluindo a hérnia inguinal, epigástrica, umbilical e incisional. 

Tipos de hérnia abdominal

Existem vários tipos de hérnias abdominais, incluindo:

  • Hérnia inguinal: A hérnia inguinal é a mais comum que existe e ocorre quando uma parte do intestino ou do tecido abdominal é pressionada através de um ponto fraco na parede muscular da virilha. 
  • Hérnia umbilical: Quando há um ponto fraco na parede muscular do umbigo e uma parte do intestino ou tecido abdominal é forçada através dele, ocorre a hérnia umbilical. Embora seja mais comum em bebês, essa condição também pode afetar adultos. 
  • Hérnia incisional: Ocorre quando uma parte do intestino ou do tecido abdominal empurra através de uma incisão cirúrgica anterior na parede abdominal. Esse tipo de hérnia pode surgir semanas, meses ou anos após a realização da cirurgia.
  • Hérnia epigástrica: Acontece na região do estômago entre o umbigo e o osso esterno. Ela ocorre quando o tecido abdominal empurra através de um ponto fraco na parede muscular abdominal. 
  • Hérnia de hiato: É caracterizada pelo deslocamento do estômago através do diafragma, o que pode causar sintomas como azia, refluxo ácido e dificuldade para engolir.
  • Hérnia crural: Também conhecida como hérnia femoral, ocorre quando uma parte do intestino ou do tecido abdominal empurra através de um ponto fraco na parede muscular da coxa, logo abaixo da virilha. 

Cada tipo de hérnia abdominal tem características únicas e pode exigir diferentes abordagens de tratamento. É importante consultar um médico para obter um diagnóstico preciso e tratamento adequado. 

Tratamento da hérnia abdominal

O tratamento da hérnia abdominal pode envolver tanto a abordagem cirúrgica quanto a não cirúrgica, dependendo do tipo de hérnia, sua localização e tamanho, bem como dos sintomas associados.

O tratamento não cirúrgico pode incluir o uso de uma cinta ou suporte abdominal para aliviar os sintomas e reduzir o tamanho da hérnia.

Além disso, é importante fazer mudanças no estilo de vida, como evitar levantar objetos pesados, manter um peso saudável e evitar a constipação. Conheça as maiores causas de constipação e como prevenir.

No entanto, o tratamento cirúrgico pode ser necessário em casos mais graves de hérnia abdominal, como quando há risco de estrangulamento ou quando a hérnia causa sintomas persistentes e significativos. 

A cirurgia pode envolver a reparação da parede abdominal enfraquecida ou a remoção da hérnia, dependendo do tipo e localização da hérnia.

O seu médico ou sua médica irá avaliar cada caso individualmente e recomendar a melhor opção de tratamento para você.

É importante seguir as recomendações médicas e fazer o acompanhamento adequado após o tratamento.

Pós-operatório

O período pós-operatório da cirurgia de hérnia abdominal pode apresentar uma recuperação rápida, permitindo alta hospitalar em até dois dias.

Algumas das orientações no pós-operatório incluem:

  • Recomenda-se evitar atividades que exijam esforço físico, como dirigir ou carregar peso, durante um período de 7 a 10 dias. 
  • Fazer o uso de medicamentos que o médico ou médica prescrever, como analgésicos e anti-inflamatórios para alívio da dor. Veja aqui como aliviar a dor após a cirurgia. 
  • Retornar à consulta de pós-operatório, geralmente após 7 dias da cirurgia. 

Em geral, a cirurgia é eficaz no tratamento da hérnia e, portanto, o risco de recorrência é bastante baixo.

Possíveis complicações da hérnia abdominal

Hernia umbilical
Hérnia umbilical / Reprodução: via Wikipedia

A hérnia abdominal pode causar problemas graves, como o órgão ficar preso dentro da hérnia e não receber sangue suficiente, o que pode levar à morte do tecido.

Isso requer cirurgia imediata para evitar riscos à vida. Também pode haver obstrução intestinal, que causa náuseas, vômitos e constipação.

Fontes e referências adicionais

Você tem ou já teve a hérnia abdominal? Como foi o tratamento? Quais dos sintomas citados acima você sentiu? Comente abaixo! 

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Sobre Dr. Marcos Marinho

Dr. Marcos Marinho é especialista em Gastroenterologia, Endoscopia Digestiva e Ultrassonografia - CRM 52.104130-4. Formou-se em Medicina pela Universidade do Grande Rio (Unigranrio) e é pós-graduado em Gastroenterologia pelo IPEMED. Realizou cursos de ultrassonografia geral e intervencionista pela Unisom, ultrassonografia musculoesquelética e Doppler pelo CETRUS. Para mais informações, entre em contato através de seu Instagram oficial @drmarcosmarinho

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