Quem vê Mariana Santos, 48 anos, sempre bem humorada, nem imagina que a atriz já foi uma das vítimas de crises de pânico. Ela, no entanto, aprendeu alguns “macetes” para se livrar do problema.
A ansiedade começou logo na infância e se estendeu pela época da adolescência, com algumas pausas entre um período de crise e outro. A artista chegou a fazer terapia e tomar medicamentos por um tempo, para aliviar os sintomas do problema. Atualmente, a síndrome está controlada.
“A minha vida toda foi conviver com a ansiedade e com a síndrome do pânico. Começou na infância, deu uma parada, e na adolescência voltou. Sempre com altos e baixos. Fiz muita terapia. Teve uma época em que a medicação foi necessária. O que me tirava de casa era o teatro. Não sentia pânico nos palcos nem dando aula, justamente quando eu estava mais exposta. Mas, para chegar nesses lugares, era um sacrifício”, detalhou a atriz, em entrevista ao jornal Extra.
A fim de controlar a situação, Mariana Santos se mudou para São Paulo, para forçar a ideia de estar longe de casa e, assim, sair de sua zona de conforto.
“Tive crises terríveis. Eu passava mal por me distanciar de casa. Nos deslocamentos, meu coração acelerava. Me mudei para São Paulo para matar esse leão. Fui piorando a situação de propósito para vencer o pânico. Faço terapia até hoje e vai ser para sempre. Hoje tenho ferramentas para controlar o pânico, mas sei que vou lidar com isso minha vida inteira”, admitiu.
As crises de pânico e ansiedade viraram música: a atriz decidiu cantar sobre o assunto usando o bom humor. O trecho “Frontal com Rivotril”, aliás, viralizou após ela recitar a canção no “Conversa com Bial”, da TV Globo.
“Nossa… Aquilo, sim, foi um estouro, né? Se eu tivesse como ganhar dinheiro com aquela música (risos). Gente, aquilo foi uma loucura. Foi um trecho da minha peça. Eu cantei no Bial e viralizou de uma maneira… Virou hit nas farmácias. Todos os farmacêuticos lembram (risos). Eu fiz essa música baseada na minha experiência com o pânico”, pontuou.
Mudança
Sua ida para São Paulo aconteceu para a realização de um espetáculo. “Foi um dilema, porque eu estava em uma fase bem forte de crise. Já estava na TV trabalhando no ‘Zorra Total’ (Globo). Ritmo acelerado, mas viajava pouquíssimo. Restringia o teatro ao rio, até fazia algumas peças fora, mas era um transtorno, era difícil, mas o meu trabalho sempre me levando para frente”, explicou no canal do YouTube “De Repente 30+”, de Marcela Monteiro.
“Foi a melhor coisa que eu fiz, porque isso me obrigava a viajar muito. Toda semana, bate e volta. Até helicóptero eu pegava, mas é uma batalha. É você com você por dentro”, refletiu.
Mariana Santos reafirmou que conseguiu aprender a lidar com as crises. “Então, vou me sentir mal algumas vezes? Vou ter o coração acelerado? Vou suar frio, mas vou seguir? E é muito corajoso isso, gente! Os deslocamentos eram muito ruins. Metrô, elevador, avião, ônibus… Então eu ficava muito tensa, mas consegui. Isso vai te encorajando. O medo vai dominando e chega uma hora que te bloqueia. Mas fui lutando contra constantemente. Vai ter um dia que você vai ficar mais forte e um outro vai ficar menos. É assim”, concluiu.
“Tive crises terríveis. Eu passava mal por me distanciar de casa. Nos deslocamentos, meu coração acelerava. Me mudei para São Paulo para matar esse leão. Fui piorando a situação de propósito para vencer o pânico. Faço terapia até hoje e vai ser para sempre. Hoje tenho ferramentas para controlar o pânico, mas sei que vou lidar com isso minha vida inteira”, admitiu.