A dupla menopausa e ondas de calor é difícil de ser dissociada. Afinal, elas que também são conhecidas como fogachos, são um dos sintomas mais característicos e comuns da menopausa.
Essas ondas de calor ou fogachos são descritas como episódios repentinos de sensação de calor. Elas podem aparecer ao lado de rubor facial, suor, sensação de frio, palpitações no coração, vertigens, cansaço muscular, dor de cabeça e enjoos.
Elas acontecem porque as alterações hormonais que ocorrem no período da menopausa também afetam o sistema circulatório da mulher. A consequência é que há uma dilatação bem rápida dos vasos sanguíneos, que resulta em um maior aporte de sangue em locais como cabeça, peito e pescoço, onde a mulher experimenta o calor intenso.
As ondas de calor geralmente duram quatro minutos, começam repentinamente e podem aparecer várias vezes durante o dia.
Mas é importante ter em mente que, embora seja um período incômodo para algumas mulheres, a menopausa é um processo biológico natural, que faz parte do envelhecimento normal de uma mulher.
Ela corresponde ao último ciclo menstrual da mulher, ou seja, sua última menstruação. Assim, a menopausa é diagnosticada depois que uma mulher passa 12 meses sem um período menstrual.
Geralmente, ela ocorre entre os 45 e 55 anos de idade. Já quando acontece por volta dos 40 anos, o estágio recebe o nome de menopausa precoce ou prematura.
Como combater as ondas de calor na menopausa
A terapia hormonal ou terapia de reposição hormonal é considerada a opção de tratamento mais efetiva para aliviar as ondas de calor da menopausa.
Durante a menopausa, o organismo da mulher enfrenta grandes mudanças hormonais e há uma diminuição na quantidade de hormônio que produz.
Normalmente, os ovários produzem estrogênio e progesterona. Já quando os ovários não produzem mais uma quantidade suficiente desses hormônios, a terapia hormonal pode compensar pelos hormônios que foram perdidos.
Assim, o tratamento impulsiona os níveis hormonais da mulher e pode contribuir contra sintomas da menopausa, como as ondas de calor e secura vaginal, ao mesmo tempo em que também ajuda a prevenir a osteoporose.
Além disso, a terapia de reposição hormonal também pode aliviar a incontinência urinária e sintomas psicológicos, como depressão e irritabilidade.
Existem dois tipos de terapia hormonal: a terapia apenas com estrogênio e a terapia com estrogênio e progesterona/progestina (hormônio sintético que imita a ação da progesterona).
De acordo com a saúde da paciente e seu histórico pessoal e familiar, o médico pode recomendar a dose mais baixa de estrogênio e o período mais curto de tratamento necessário para oferecer um alívio à paciente.
Já o tratamento que combina doses de estrogênio e progesterona/progestina é indicado para as mulheres que ainda possuem um útero.
Em ambos os casos, terapia apenas com estrogênio ou com estrogênio e progesterona/progestina, é fundamental que a mulher tenha uma boa conversa com o seu médico a respeito dos riscos e benefícios que o tratamento pode trazer.
A terapia hormonal de longo prazo está associada a riscos cardiovasculares e a riscos relacionados ao câncer de mama.
Ela ainda pode aumentar as chances de desenvolver problemas como trombose, câncer de endométrio, distúrbios hepáticos, cálculos biliares e problemas na vesícula biliar, embolia pulmonar e sangramento vaginal de origem desconhecida.
Medicamentos não hormonais
Alguns ginecologistas podem indicar baixas doses de antidepressivos como fluoxetina, paroxetina ou venlafaxina para amenizar as ondas de calor.
Embora não sejam tão eficientes quanto a terapia hormonal na tarefa contra as ondas de calor severas, eles podem ser úteis para as pacientes que não podem fazer uso de hormônios.
Além disso, os antidepressivos só são utilizados quando as ondas de calor afetam a qualidade de vida da mulher e nos casos em que puderem gerar algum benefício, uma vez que eles podem gerar efeitos colaterais, como náusea, dificuldade para dormir ou sonolência, boca seca, ganho de peso ou disfunção sexual.
Medicamentos anti-hipertensivos como a clonidina, indicados para tratar a pressão alta ou aliviar as enxaquecas, também podem ser prescritos pelos ginecologistas para reduzir a frequência das ondas de calor em algumas pacientes.
O motivo é que a diminuição da produção de estrogênio pode impactar o funcionamento do sistema circulatório, causando sintomas vasomotores, o que inclui as ondas de calor e o suor noturno.
Entretanto, esse é outro caso em que a escolha do remédio para amenizar as ondas de calor da menopausa deve ser avaliado pelo médico, que levará em consideração os benefícios e riscos potenciais, assim como as necessidades e saúde da sua paciente.
Portanto, a mulher jamais pode se automedicar para amenizar ou prevenir a ondas de calor, o medicamento a ser usado deve ser escolhido com base na avaliação do médico.
Mudanças no dia a dia
Entretanto, antes de recorrer a um tratamento hormonal, a mulher pode experimentar algumas estratégias na sua rotina que prometem dar uma amenizada nas ondas de calor da menopausa, como:
- Usar roupas leves ou se vestir em camadas que possam ser removidas facilmente quando uma onda de calor começar.
- Evitar lugares fechados e quentes, optando por sair de casa nos horários em que o clima for mais fresco.
- Beber bastante água ao longo do dia e tomar uma bebida refrescante saudável, como limonada gelada ou água de coco, para controlar a temperatura do corpo quando os sinais das ondas de calor surgirem.
- Diminuir a temperatura do quarto ou beber pequenas quantidades de água gelada antes de dormir.
- Andar com um ventiladorzinho portátil para usar quando as ondas de calor atacarem.
- Evitar o consumo de bebidas alcoólicas, alimentos picantes e cafeína, pois eles podem piorar os sintomas da menopausa.
- Tentar manter um peso saudável: mulheres com sobrepeso ou obesidade podem sofrer com ondas de calor mais frequentes e severas.
Outros sintomas da menopausa
Durante o período de transição da menopausa, o que inclui a pré-menopausa ou perimenopausa, a mulher também pode experimentar sintomas como:
- Irregularidades na duração dos ciclos menstruais e na quantidade do fluxo sanguíneo
- Suor noturno e/ou ondas de frio
- Secura vaginal que causa desconforto durante o sexo
- Urgência para urinar
- Dificuldade para esvaziar a bexiga
- Dor para urinar
- Perda de urina
- Infecções urinárias e ginecológicas
- Dificuldade para dormir (insônia)
- Mudanças emocionais, como irritabilidade, alterações de humor e depressão leve
- Pele, olhos ou boca seca
- Ganho de peso e metabolismo desacelerado
- Perda de cabelo
- Cabelos e unhas mais finas e quebradiços
- Coração acelerado
- Dores de cabeça
- Dores nos músculos e articulações
- Mudanças na libido
- Dificuldade de concentração e lapsos de memória, geralmente temporários
- Perda de massa óssea característica da osteoporose e da osteopenia
- Aumento do risco de ter doenças cardiovasculares
Fontes e referências adicionais
- Menopause, Mayo Clinic
- Menopause, Cleveland Clinic
- Menopausa e Climatério. Biblioteca Virtual em Saúde. Ministério da Saúde.
- Hot Flashes: What Can I Do?, National Institute on Aging.
Fontes e referências adicionais
- Menopause, Mayo Clinic
- Menopause, Cleveland Clinic
- Menopausa e Climatério. Biblioteca Virtual em Saúde. Ministério da Saúde.
- Hot Flashes: What Can I Do?, National Institute on Aging.