Novo remédio protege barreira cerebral e pode ajudar no Alzheimer; entenda

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Atualmente, estima-se que quase 10 milhões de pessoas sejam diagnosticadas com algum tipo de demência todos os anos, e os tratamentos atuais possuem uma eficácia limitada. No entanto, um estudo traz esperanças em torno de um novo medicamento que protege barreira cerebral e pode ajudar no Alzheimer.

A abordagem foi testada em camundongos e foca em outro alvo, que envolve a inflamação no cérebro e a proteção da barreira hematoencefálica. O composto, chamado SW033291, foi desenvolvido por pesquisadores da Case Western Reserve University, nos Estados Unidos, age bloqueando uma enzima do sistema imunológico conhecida como 15-PGDH.

A pesquisa foi publicada na revista científica PNAS e mostrou que, ao inibir a enzima, foi possível preservar a barreira hematoencefálica, evitar a degeneração do tecido cerebral e manter intactas as funções cognitivas dos animais, mesmo após lesões traumáticas no cérebro.

A barreira hematoencefálica é uma espécie de filtro que protege o cérebro contra substâncias potencialmente perigosas presentes no sangue, como toxinas, bactérias e vírus. Quando ela se rompe, como pode acontecer após um traumatismo craniano ou durante o avanço de doenças neurodegenerativas, as células cerebrais ficam mais vulneráveis a danos.

Foi notado que a enzima 15-PGDH aparece em níveis elevados justamente em situações de envelhecimento, Alzheimer e lesões cerebrais, tanto em camundongos quanto em humanos. Essa enzima, produzida por células de defesa do corpo (as células mieloides), parece estar diretamente envolvida na deterioração da barreira.

“Descobrir que o medicamento bloqueia a inflamação cerebral e protege a barreira hematoencefálica foi uma descoberta nova e empolgante”, afirmou o patologista Sanford Markowitz, um dos autores do estudo, em comunicado.

Como foi feito o experimento

No estudo, camundongos que receberam o novo medicamento após sofrerem lesões cerebrais não apresentaram os danos típicos da neurodegeneração. “A cognição e a capacidade de memória foram completamente preservadas”, declarou o neurocientista Andrew Pieper, também coautor do estudo.

A descoberta traz uma luz para o tratamento contra o Alzheimer, porque medicamentos que atuam apenas na remoção de amiloide vêm mostrando resultados limitados na prática clínica. “A inibição da 15-PGDH oferece, portanto, uma abordagem completamente nova para o tratamento da doença de Alzheimer”, reforçou Markowitz.

No entanto, a equipe alerta que, embora os resultados em animais sejam promissores, mais pesquisas são necessárias antes que o tratamento possa ser testado e aplicado em humanos. Ainda assim, os estudos abrem caminho para terapias mais eficazes e com menos efeitos adversos.

“Nossas descobertas estabelecem a 15-PGDH como uma guardiã da integridade da barreira hematoencefálica, e um alvo atraente para proteção contra doenças neurodegenerativas”, concluem os autores no artigo.

O Alzheimer é uma doença que afeta o funcionamento do cérebro de forma progressiva, prejudicando a memória e outras funções cognitivas. Ainda não se sabe exatamente o que causa o problema, mas há indícios que ele esteja ligado à genética.

O sinal mais comum é a perda de memória recente. Conforme a doença avança, surgem outros sintomas mais intensos, como a dificuldade para lembrar de fatos antigos, confusão com horários e lugares, irritabilidade, mudanças na fala e na forma de se comunicar. O Alzheimer é o tipo mais comum de demência em pessoas idosas e, segundo o Ministério da Saúde, responde por mais da metade dos casos registados no Brasil.

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