O HPV tem cura?

A cura do HPV só pode ocorrer de forma espontânea, ou seja, pela ação do sistema imunológico da pessoa. Caso a cura não ocorra, podem ser feitos tratamentos para eliminar as verrugas genitais e para impedir o desenvolvimento do câncer do colo do útero.

Entretanto, esses tratamentos não eliminam o vírus HPV, apenas os sinais provocados por ele. Sendo assim, novas verrugas genitais ou novas lesões pré-malignas no colo do útero podem surgir após o tratamento medicamentoso ou cirúrgico. 

O melhor caminho é a prevenção da infecção pelo vírus HPV, com vacinação e uso de preservativos. 

Veja mais detalhes sobre a cura espontânea do HPV e os tratamentos disponíveis, caso ela não ocorra. Veja, também, como se dá a transmissão do vírus e como prevenir o problema. 

Cura espontânea do HPV

Ter uma cura espontânea do HPV significa que o sistema imunológico de uma pessoa foi capaz de eliminar o HPV por conta própria, ou seja, utilizando os mecanismos naturais de defesa do corpo contra o vírus.

Isso ocorre após 1 ou 2 anos da contaminação, em cerca de 80 a 90% dos casos. 

Confira algumas dicas para fortalecer o seu sistema imunológico e aumentar suas chances de combater infecções provocadas por microrganismos, como vírus e bactérias.  

Caso o sistema imunológico de uma pessoa não consiga combater e eliminar completamente o vírus, ela ficará contaminada para sempre, pois não existem remédios capazes de eliminar o vírus.  

Os medicamentos e procedimentos terapêuticos disponíveis nesse cenário são direcionados ao tratamento das lesões, que são as verrugas nos órgãos genitais e, em alguns casos, o câncer do colo do útero. 

HPV que causa verrugas genitais

As verrugas genitais, também chamadas de condilomas acuminados, são causadas por alguns subtipos do HPV, podendo se desenvolver no pênis, na uretra, nas nádegas, na vagina e na região do períneo (entre o ânus e a vagina). 

Na maior parte dos casos, as verrugas são causadas pelos subtipos HPV-6 e HPV-11 que, em contrapartida, apresentam baixo potencial de provocar o câncer do colo do útero. 

Cerca de 80 a 90% dos casos de HPV desses tipos se resolvem naturalmente em 1 ou 2 anos e muitas pessoas nem ficam sabendo que foram infectadas pelo vírus, pois não desenvolvem verrugas aparentes. 

Nos casos em que as verrugas se desenvolvem, ficando aparentes, a taxa de cura espontânea é menor, de 30 a 40%, esperada dentro do período de 6 meses a 1 ano. Mas, ainda que a verruga desapareça, não há como ter certeza que o vírus foi eliminado, pois ele pode ficar latente e voltar a desenvolver verrugas posteriormente. 

HPV que causa câncer do colo do útero 

Os subtipos HPV-16 e HPV-18 estão associados ao câncer do colo do útero. Mesmo nesses casos, as chances do vírus ser eliminado naturalmente dentro de 2 anos é alta. 

O câncer do colo do útero só ocorre naquelas mulheres cujo sistema imunológico não foi capaz de combater o vírus. Normalmente, o câncer só se desenvolve após 10 a 20 anos da infecção. 

As mulheres que se enquadram nessa situação devem ser acompanhadas a cada 6 meses ou 1 ano por um médico ou médica ginecologista, para se detectar qualquer indício de lesão que sugira o desenvolvimento do câncer, para que ele seja tratado na fase mais inicial possível. 

Tratamentos para HPV

Os tratamentos para HPV são diferentes para as verrugas e para o câncer do colo do útero. De qualquer forma, os tratamentos não eliminam o vírus HPV, mas podem eliminar as verrugas e curar o câncer do colo do útero. 

HPV que causa verrugas genitais

Uma pessoa pode optar por eliminar as verrugas genitais por questão estética. A maior parte das verrugas não têm potencial de evoluir para um câncer e também não causam sintomas dolorosos ou desagradáveis. 

É importante saber que os medicamentos podem eliminar as verrugas mas, como os vírus ainda permanecem no corpo da pessoa, eles podem causar o aparecimento de uma nova verruga, constituindo uma recorrência, que ocorre em cerca de 30% dos casos, no período de 1 ano. As verrugas podem ser tratadas sempre que aparecerem.

HPV que causa câncer do colo do útero 

Nos acompanhamentos com o médico ou médica ginecologista, o colo do útero será observado para que, se houver a formação de alguma lesão pré-maligna, a paciente seja prontamente encaminhada para uma cirurgia. 

A região com a lesão de risco é removida cirurgicamente, para que não evolua para um câncer. Porém, como o vírus continua no corpo da pessoa, ela deve continuar com o monitoramento, pois outras lesões podem se desenvolver. 

Como se pega HPV?

O HPV é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) e a contaminação ocorre por meio do contato direto com a pele ou com a mucosa de uma pessoa infectada com o vírus.

Sendo assim, a via mais comum de transmissão do vírus é pela relação sexual, por via anal ou genital, com ou sem penetração. A forma mais rara de transmissão do vírus é de mãe para filho(a), no momento do parto. 

Mesmo que a pessoa infectada não apresente sinais, o que não é incomum, ela pode transmitir o vírus. 

Prevenção do HPV

Vacina

Já existe uma vacina que previne a infecção pelos subtipos mais comuns do vírus: HPV 6, 11, 16 e 18. 

A vacina é distribuída gratuitamente pelo SUS para os seguintes grupos de pessoas:

• Meninas com idade entre 9 e 14 anos 
• Meninos com idade entre 11 e 14 anos
• Homens e mulheres com HIV
• Homens e mulheres que fizeram transplante de algum órgão
• Homens e mulheres que fizeram transplante de medula óssea
• Homens com câncer, com idade entre 9 e 26 anos.
• Mulheres com câncer, com idade entre 9 e 45 anos. 

É importante lembrar que a vacina não trata uma infecção já existente, apenas previne o desenvolvimento dos subtipos de HPV mais comuns. 

Veja alguns detalhes do desenvolvimento do HPV no homem.

Exame preventivo do câncer do colo do útero

O exame preventivo mais usado para se identificar lesões com potencial de evoluírem para um câncer do colo do útero é a colpocitologia oncótica cervical ou Papanicolau. 

Ele permite detectar células anormais que podem virar câncer e, assim, possibilita a sua remoção cirúrgica, prevenindo o desenvolvimento da neoplasia. 

Pela importância que esse exame tem para a prevenção do câncer do colo do útero, é recomendado que as mulheres o façam regularmente, mesmo que tenham sido vacinadas contra o vírus. 

Uso de preservativos

O uso da camisinha ajuda a prevenir a maioria das ISTs, inclusive o HPV, porém, neste caso, a proteção não é completa, uma vez que o vírus pode estar alojado em locais do corpo não protegidos pela camisinha. 

A camisinha feminina é uma opção de preservativo mais segura, pois protege também a vulva.

A parceria sexual precisa ser examinada, caso uma das pessoas seja diagnosticada com o HPV, pois pode ser uma portadora assintomática do vírus. 

Fontes e referências adicionais

• Prevalência de infecção do colo do útero pelo HPV no Brasil: revisão sistemática, Revista de Saúde Pública, 2010; 44(5): 963-974.
• Conhecimento, atitude e práticas na prevenção do câncer de colo uterino e HPV em adolescentes, Escola Anna Nery, 2010; 14(1): 126-134.
• Conhecimento e atitude de usuários do SUS sobre o HPV e as vacinas disponíveis no Brasil, Revista de Saúde Pública, 2014; 48(1): 123-133.

Você sabia que o nosso corpo possui mecanismos eficientes para eliminar o vírus HPV? Quais dos sinais de uma infecção pelo HPV você já conhecia, as verrugas genitais ou o câncer do colo do útero? Quais métodos preventivos você pratica? Comente abaixo! 

Foi útil?

Loading...