Exames recentes mostraram que o câncer de Paulo Peregrino, 62 anos, continuou em remissão e está 100% indetectável. O paciente recebeu um tratamento revolucionário com terapia celular. Entenda: Paciente com câncer há 13 anos teve remissão completa em só um mês.
O homem realizou um Pet Scan, tomografia feita com um contraste especial, no dia 22 de abril e o resultado saiu nesta última sexta-feira (3).
“Estou celebrando mais um passo em direção à cura justamente no aniversário de quem foi fundamental aqui na terra para essa caminhada continuar. Mais um Pet Scan confirmando a remissão de 100% dos meus cânceres, graças a Deus, isso depois de dias de atraso do laboratório, que nunca havia acontecido antes”, declarou ele em vídeo postado nas redes sociais.
O resultado saiu justamente no aniversário do médico que tratou Paulo. “Até que o laudo saiu no dia do aniversário do doutor Vanderson Rocha, meu médico. Coincidência? Não acredito nisso há muito tempo. Como disse ao doutor Vanderson, é o meu presente de aniversário para ele, ou seja, para nós. Um passo, ou melhor, um Pet Scan de cada vez”, seguiu.
Paulo Peregrino tratava um linfoma e estava prestes a iniciar o tratamento paliativo, quando, em 2023, foi selecionado para ser o 14º paciente a ser tratado pela terapia CAR-T Cell, em São Paulo.
A técnica ainda está em fase de estudo no Brasil e é indicada apenas para pacientes com leucemia linfoide aguda de células B e linfoma não Hodgkin de células B, que respondem ou apresentam o retorno da doença após a primeira linha de tratamento convencional, como quimioterapia ou o transplante de medula óssea.
A técnica CAR-T Cell age no tumor com as próprias células de defesa do paciente, modificadas em laboratório. O tratamento faz parte de um estudo que usa verbas do Ministério da Saúde, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Paulo fez parte de um grupo de pacientes selecionados que estavam em tratamento de forma compassiva, ou seja, por meio de uma autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de forma individualizada, para pessoas que já tinham esgotado todos os tratamentos aprovados possíveis.
No caso de Paulo, tinham sido realizadas cirurgias, dezenas de exames e quimioterapia. O paciente conheceu o tratamento CAR-T Cell e o médico Vanderson por meio da internet. No primeiro dia de modificação das células, ele chegou a ter um quadro de febre e precisou ir para a UTI ser monitorado.
Outros 20 pacientes com leucemia ou linfoma já foram tratados com a terapia de células CAR-T, sendo que 14 deles continuam bem. Todos os casos eram graves, onde não existia mais opção terapêutica.