Pintas vermelhas – Entenda as causas e como tratá-las

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As pintas vermelhas são sinais que podem aparecer em diferentes partes do corpo. Para algumas pessoas, elas não são grande motivo de preocupação, já outras ficam com receio de que o surgimento desses pontinhos tenha relação com algum problema grave de saúde. 

Dermatologicamente, as pintas vermelhas são chamadas de nevo rubi e podem surgir por conta do crescimento anormal dos vasos sanguíneos.

Elas são mais comuns em pessoas de pele clara, gestantes ou mulheres que já passaram dos 40 anos de idade, mas podem acometer indivíduos de qualquer etnia ou surgir em qualquer época da vida, segundo explicou a dermatologista Juliana Jordão ao DermaClub.

Ainda que a coloração vermelha assuste, essas pintas são consideradas lesões benignas que geralmente permanecem em um tamanho estável, mas podem mudar para um tom marrom ao longo do tempo.

Entretanto, cada caso é único e não é possível tirar conclusões antes de marcar uma consulta com o dermatologista para ter as suas pintas vermelhas examinadas, o que é especialmente importante quando houver sangramento. 

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Enquanto o dia da consulta não chega, vale a pena saber mais sobre as possíveis causas desses sinais e as suas opções de tratamento.

Histórico familiar

De acordo com a dermatologista Juliana Jordão, na maior parte dos casos existe uma correlação genética quando se fala das pintas vermelhas, ou seja, geralmente há uma história familiar positiva para a presença dessas lesões.

Em casos assim, o tratamento só é indicado quando há algum tipo de incômodo estético ou devido ao atrito no local onde as pintas vermelhas estão localizadas. Para o paciente que quiser tratar esses sinais, as opções incluem a eletrocauterização, aplicação à laser e retirada cirúrgica.

Entretanto, isso não significa que as pintas vermelhas não voltarão a aparecer. Conforme o dermatologista Abdo Salomão explicou à Glamour, aquilo que foi removido não retorna, mas elas podem continuar a surgir em outros lugares do corpo.

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Brotoeja

A brotoeja é formada quando os poros da pele ficam obstruídos devido ao suor. Ela pode aparecer durante a prática de exercícios físicos ou quando o clima está quente ou úmido.

Se houver um bloqueio da passagem do suor para a superfície da pele, podem ser formadas pequenas protuberâncias parecidas com bolhas. Elas podem ser vermelhas ou cheias de líquido transparente, coçar ou doer.

Geralmente, a brotoeja se forma em áreas onde há fricção da pele contra a pele, como as axilas, ou em regiões em que a roupa se fricciona contra a pele. Nas crianças pequenas, ela pode se desenvolver ao redor do pescoço.

A brotoeja costuma desaparecer conforme a pele esfria, mas os sintomas desconfortáveis podem ser tratados com pomadas e cremes, como loção de calamina para acalmar a coceira.

Em casos mais sérios, os cremes esteroides podem ser indicados, no entanto, eles só devem ser usados sob acompanhamento do médico dermatologista.

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Herpes-zóster

Herpes zoster
Reprodução: via Wikipedia

A herpes-zóster é descrita como uma erupção cutânea com bolhas que se desenvolve em um lado do corpo ou do rosto. A doença é causada pelo vírus varicela-zoster (VVZ), que é o mesmo que provoca a catapora.

Se uma pessoa já teve catapora alguma vez na vida, esse vírus permanece adormecido no seu corpo, no entanto, ele pode ser reativado na idade adulta ou em pessoas com baixas defesas no organismo, podendo causar a herpes-zóster.

Antes do aparecimento de lesões na pele, geralmente surgem sintomas, como dor nos nervos, formigamento, agulhadas, adormecimento, sensação de pressão, ardor e coceira locais, dor de cabeça e mal-estar.

Um a dois dias depois dos primeiros sintomas, a pele fica avermelhada e surgem bolhas compostas por líquido no seu interior, chamadas também de vesículas e que transportam o vírus. Em alguns casos, a aparência é de uma crosta com pontos vermelhos.

Se a pessoa tiver uma boa saúde, em sete dias ou menos todas as bolhas da herpes-zóster terão criado crosta e a doença terá quase chegado ao seu fim, um sinal de que o vírus não está mais lá e que o sistema de defesa do organismo conseguiu controlar a infecção.

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Além disso, existe o tratamento precoce com remédios antivirais para reduzir a chance de dores fortes, principalmente nas pessoas com mais de 40 anos. Por isso, recomenda-se buscar o médico após o aparecimento das primeiras vesículas.

Adicionalmente, podem ser usados medicamentos para dor e cremes anticoceira para ajudar a aliviar parte do desconforto.

Angioma cereja

A condição, que também é conhecida como hemangioma cereja, é caracterizada por um pequeno crescimento na pele que aparece na forma de um ponto redondo vermelho ou roxo, composto de vasos sanguíneos.

Esses pontos podem ser elevados ou planos e podem ser confundidos com um tumor, entretanto, eles não são câncer.

Os angiomas cereja são comuns em pessoas com 30 anos ou mais e costumam aparecer no torso, embora também possam surgir nos braços, pernas e couro cabeludo, podendo sangrar e variar de tamanho em alguns casos.

Geralmente, a condição não requer um tratamento, mas se a aparência incomodar ou se o angioma cereja sangrar, eles podem ser removidos. As alternativas para retirar esses crescimentos na pele incluem laser ou nitrogênio líquido, por exemplo.

Pitiríase rósea

Pontos vermelhos na pele de crianças e adolescentes podem ser sinal de pitiríase rósea, uma condição que também pode atingir jovens adultos, porém não é considerada séria.

Ela geralmente se inicia com um ponto vermelho maior no peito, torso ou costas. Na sequência, surgem pontos vermelhos menores que apresentam um formato parecido com um anel. Esses pontos podem ser escamosos e coçar.

Ainda não se sabe o que causa a pitiríase rósea, mas acredita-se que a condição esteja ligada a uma infecção bacteriana ou viral. Tanto que ela geralmente surge após uma infecção. Em alguns casos, a pessoa pode ter dor de cabeça, dor de garganta e febre.

Às vezes, a condição desaparece por conta própria dentro de seis a oito semanas, mas o médico pode prescrever esteroides, anti-histamínicos ou antivirais para amenizar a coceira e o inchaço.

Pontos de sangue (púrpura)

Púrpura
Reprodução: via Wikipedia

São pontos vermelhos ou roxos que podem aparecer na pele ou dentro da boca em segmentos pequenos ou grandes. Eles se desenvolvem quando pequenos vasos sanguíneos explodem e o sangue se acumula embaixo da pele.

Por si só, essas pintinhas ou pontos de sangue não são um problema, mas elas podem ser sintomas de uma condição mais séria. Por exemplo, se estiverem espalhadas, podem ser sinal de um distúrbio na coagulação sanguínea.

Assim, para saber se o problema é grave ou não, é importante procurar a ajuda do médico, que provavelmente fará uma avaliação física e pedirá exames de sangue, incluindo a contagem de plaquetas, para diagnosticar a causa.

Em alguns casos, os esteroides são prescritos pelo médico para tratar a púrpura, mas a medicação intravenosa também pode ser necessária para o paciente que estiver com uma contagem baixa de plaquetas.

Coceira do nadador (dermatite cercariana)

Pintas ou pontos vermelhos que se formam na pele após nadar podem ser fruto da coceira do nadador, também chamada de dermatite cercariana. Como o nome já sugere, elas coçam e surgem depois que uma pessoa nada em água contaminada por parasitas.

A erupção geralmente se desenvolve um dia após a exposição à água contaminada. Embora não seja contagiosa, a condição precisa ser tratada. O médico pode indicar, por exemplo, o uso de anti-histamínicos e de cremes anticoceira para ajudar a reduzir os sintomas.

Conclusão

Em resumo, as pintas vermelhas na pele podem ter várias causas, variando de fatores genéticos e condições temporárias como brotoeja, a doenças mais complexas como herpes-zóster e pitiríase rósea. 

Além disso, condições específicas como angioma cereja, pontos de sangue (púrpura) e dermatite cercariana (coceira do nadador) também contribuem para o aparecimento dessas manchas. Cada uma dessas condições requer uma abordagem de tratamento diferenciada, destacando a importância de uma avaliação médica para um diagnóstico correto e um plano de tratamento eficaz. 

Portanto, ao notar o surgimento de pintas vermelhas, é essencial buscar orientação profissional para entender suas causas e obter o tratamento adequado.

Fontes e referências adicionais

Você já percebeu algumas pintas vermelhas na pele? Já procurou um dermatologista para ter um diagnóstico preciso? Comente abaixo!

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Sobre Dra. Alessandra Drummond

Dra. Alessandra Drummond é médica dermatologista, graduada em medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pós graduada em dermatologia no Instituto de Dermatologia Professor Rubem David Azulay. Felowship no Hospital Arcispedale Santa Maria Nueva, Reggio Emília, Itália. Para mais informações, entre em contato com ela no seu site.

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