Solidão pode levar ao encolhimento do cérebro em idosos, mostra estudo

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Pesquisas já apontaram uma relação entre a falta de contato social e problemas psiquiátricos. No entanto, de acordo com um estudo publicado na revista Neurology e divulgado na quarta-feira (12/07), os prejuízos podem ir além.

Isso porque a análise indicou que pode existir uma associação entre o isolamento de pessoas idosas e uma maior probabilidade de perda de volume total do cérebro.

O estudo

Homem idoso sentado em casa sozinho.
A solidão faz parte da rotina de alguns idosos

Os pesquisadores analisaram 8.896 participantes japoneses com idade média de 73 anos, que não apresentavam demência. Os voluntários foram submetidos a exames cerebrais de ressonância magnética, exames de saúde e responderam a questões como: “Com que frequência você está em contato com parentes ou amigos que não moram com você, por exemplo, encontrando-se ou falando ao telefone?”.

Os idosos que relataram ter menor número de contatos sociais apresentaram um volume cerebral menor, em comparação àqueles que tinham um maior envolvimento social.

No grupo com menos contato social, a soma das substâncias que compõem a massa encefálica em relação ao volume intracraniano total (que abrange cérebro, meninges e líquido cefalorraquidiano) foi de 67,3%. Já no grupo com mais contato social, esse valor foi de 67,8%. Embora seja uma diferença pequena, os cientistas a classificam como significativa.

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Além disso, observou-se que os participantes mais solitários tinham menor volume no hipocampo e na amígdala, áreas relacionadas à memória e que são afetadas pela demência.

Os pesquisadores também investigaram possíveis danos cerebrais, como lesões da substância branca, área em que ocorrem os impulsos nervosos entre neurônios. 

O grupo socialmente isolado apresentou uma porcentagem do volume intracraniano composto por lesões da substância branca de 0,30 enquanto o grupo mais socialmente conectado registrou uma porcentagem de 0,26.

Os cientistas ainda identificaram que os sintomas de depressão explicavam, em parte, a relação entre o isolamento social e os volumes cerebrais. Porém, na pesquisa, os sintomas depressivos representavam apenas de 15% a 29% dessa associação.

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Com a palavra, o pesquisador

O autor da pesquisa, Toshiharu Ninomiya, da Universidade de Kyushu em Fukuoka, no Japão, descreveu a análise como uma “foto no tempo”.

Ele apontou que embora o estudo não determine que o isolamento social provoca atrofia cerebral, algumas pesquisas apontam que expor pessoas mais velhas a grupos socialmente estimulantes foi positivo em relação a declínios no volume cerebral e habilidades de pensamento e memória.

Para ele, é possível que medidas para melhorar o isolamento social possam prevenir a perda de volume cerebral e a demência, que pode aparecer na sequência. Entretanto, a equipe responsável pelo estudo admitiu que os resultados não podem ser aplicados em jovens ou outras etnias. As informações são do Metrópoles.

O que mais chamou a sua atenção no estudo? Você conhece algum idoso que passa muito tempo só? Comente abaixo!

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