O fascínio pela busca da pele perfeita tem levado algumas pessoas a experimentarem técnicas extremas, como o peeling de fenol, que se tornou viral no aplicativo de vídeos TikTok.
No entanto, é importante compreender os riscos existentes por trás das imagens impressionantes e chocantes, de rostos cobertos por crostas grossas de cicatrização, com áreas em carne viva, inchadas e rosadas, associadas ao procedimento.
O que é peeling de fenol?
O peeling de fenol é um procedimento estético usado para atacar rugas e cicatrizes de acne. Resumidamente, a técnica força a pele do rosto a fazer uma troca profunda, por meio da produção de colágeno.
Ele envolve a aplicação de um ácido de forma gradual e em pequenas dosagens no rosto. O procedimento exige o uso de anestesia e causa uma descamação radical da pele.
Em todo o rosto, o peeling de fenol pode sair por R$ 10 mil a 30 mil ou R$ 7 mil a 12 mil em regiões localizadas do rosto. No entanto, é importante destacar que nem todo mundo é um candidato adequado para esse tratamento, de acordo com especialistas.
Restrições, resultados e recuperação dolorosa
A técnica pode ser mais indicada para pessoas mais velhas, entretanto, é importante destacar que o procedimento não elimina totalmente as marcas.
Além disso, em peles morenas, a técnica pode produzir resultados desiguais, com algumas áreas mais claras do que outras. A recuperação após o procedimento também é um aspecto a ser considerado.
Aqueles que optam pelo peeling de fenol devem estar preparados para um período de recuperação que costuma durar meses e ser desconfortável ou doloroso.
O dermatologista Bruno Lages especificou ao GQ que a recuperação pode levar três meses e que, às vezes, o resultado final não aparece antes de seis meses após a sessão. O processo ainda pode gerar reações como vermelhidão, sensação de queimação, inchaço, risco de infecções, manchas temporárias e cicatrizes queloides, em alguns casos.
A exposição ao sol é proibida durante o tempo de recuperação. Segundo Lages, o paciente precisa ficar isolado do mundo exterior para evitar eventos adversos ao tratamento e por conta da pele sensibilizada e da formação de crosta no rosto, que pode afetar a autoestima.
Riscos e alternativas mais seguras
O fenol, que dá nome à técnica e é usado no procedimento, também é chamado de ácido fenílico e se trata de uma substância tóxica e corrosiva, se utilizado em concentrações altas, alertou o dermatologista, que explicou ainda que a sua toxicidade depende da dose, exposição e duração.
Quando absorvido em grandes quantidades no organismo, o composto pode afetar os sistemas nervoso central, cardiovascular, respiratório e renal, acrescentou o médico. De acordo com ele, o fenol pode provocar alterações no coração, no rim e no fígado.
Pessoas com histórico de doenças cardíacas, renais e hepáticas, bem como aquelas propensas a desenvolver cicatrizes queloides, correm um risco maior ao se submeterem à técnica. Saiba o que mais faz mal para os rins.
Em casos de peeling de fenol para a face toda, recomenda-se fazer o procedimento em ambiente hospitalar devido à estrutura de equipamentos que permitem monitorar as condições cardíacas do paciente, afirmou Lages. Já em pequenas áreas do rosto, o tratamento pode ser executado em clínica.
No entanto, o dermatologista não realiza a técnica na sua clínica e indica opções mais seguras, como tratamentos a laser, microagulhamento ou aplicação de ácido hialurônico. As informações são do GQ.
Portanto, antes de se aventurar em um procedimento estético extremo como esse, tenha em mente que é essencial considerar os riscos, as restrições e a longa jornada de recuperação associados ao peeling de fenol.
É recomendável buscar aconselhamento profissional e explorar opções menos invasivas que proporcionem resultados satisfatórios, preservando a saúde e o bem-estar.